Serviços 
O conteúdo desse portal pode ser acessível em Libras usando o VLibras

Entrevista

Exibindo 191 - 200 de 443
  • 28/09/2018 13h35 Entrevista

    Apesar de ser símbolo da luta antimanicomial e pelos direitos das pessoas com transtornos mentais, a Política Nacional de Saúde Mental (PNSM), instituída no Brasil, está estagnada, como avaliaram especialistas e militantes da Reforma Psiquiátrica na matéria ‘Interesses privados na saúde Mental’, publicada pela Revista Poli. Eles atribuem a estagnação da política e os retrocessos da Reforma Psiquiátrica – que buscou substituir o modelo asilar, de internação e exclusão social através da criação de uma rede de serviços de atenção psicossocial por meio da integração da comunidade - à presença cada vez maior da iniciativa privada no setor, principalmente com as comunidades terapêuticas, que trabalham sob a lógica de internação compulsória, isolamento social e algumas até com denúncias de maus tratos. Mas o Brasil não está sozinho. Apesar de os Estados Unidos possuírem um modelo assistencial diferente do SUS, a americana Tina Minkowitz, advogada e ativista de Direitos Humanos, encontrou diversas semelhanças no que tange os desafios da luta do movimento internacional de usuários e sobreviventes da psiquiatria. Em entrevista ao Portal EPSJV/Fiocruz, Tina, que proferiu uma palestra na instituição durante sua passagem pelo Brasil, fez uma análise crítica sobre os modelos de hospitalização forçada e ressaltou a importância da luta antimanicomial. “Todo e qualquer modelo de atenção e cuidado deve respeitar a pessoa para que ela tome suas próprias decisões. A ideia de ‘compulsório’ parte do princípio de que não é possível relacionar-se com a pessoa dita louca”, critica

  • 27/09/2018 13h00 Entrevista

    Prorrogada pelo governo federal, a medida provisória (MP) do Saneamento (844/2018) tem até o dia 11 de novembro para ser aprovada pelo Congresso Nacional. Se isso não ocorrer, ela perde a validade. Essa é a torcida de diversos setores e especialistas, já que a ‘MP da Sede’, como ficou conhecida, abre portas para atuação do setor privado, excluindo as diretrizes que preconizam a participação direta dos municípios na elaboração dos Planos Municipais de Saneamento Básico – a medida propõe atualizar o marco legal do saneamento, criado a partir da Lei 11.455/2007 (Lei Nacional do Saneamento Básico - LNSB) atribuindo à Agência Nacional de Águas (ANA) a competência para editar normas de referência nacionais sobre os serviços públicos de saneamento básico e alterando questões estruturais da Lei. Favorável à proposta, a Casa Civil avalia que a MP contribui para a universalização dos serviços de saneamento. Contrário a esta avaliação, o professor titular em saneamento e participante especial da Universidade Federal da Bahia (UFBA) Luiz Roberto Santos Moraes ressalta que a MP da Sede representa um retrocesso, “porque destrói uma importante luta da sociedade após a Constituição Federal de 1988”. Em entrevista ao Portal EPSJV/Fiocruz, ele observa que a Lei Nacional de Saneamento Básico foi um avanço ao estabelecer a “regra do jogo” do saneamento no país.

  • 21/09/2018 10h42 Entrevista

    Em 18 de setembro, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) publicou uma nota em resposta ao editorial do jornal O Globo do dia anterior, em defesa da educação pública de qualidade, ressaltando o papel social dessas instituições e sua contribuição para a manutenção da soberania do país. A opinião do veículo, que chamou de “falidas” a UFRJ e a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), ofendeu a comunidade científica. O editorial também propunha a “reinvenção” das universidades públicas sob a lógica de economia de recursos. “Não há mais possibilidade de sustentação de instituições com gastos bilionários e déficits crescentes por uma sociedade na qual metade dos trabalhadores tem renda domiciliar de até dois salários mínimos por mês”, trazia o texto. Em reposta, a UFRJ desmente a decadência das universidades públicas e destaca resultados de sucesso alcançados pelas universidades públicas brasileiras em geral. Em agosto, por exemplo, a UFRJ apontada pelo ranking de Xangai como a melhor universidade federal do Brasil, alem de ser responsável por cerca de 10% dos programas de pós-graduação com qualidade internacional, conceitos 6 e 7 da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e seus cursos de graduação estão entre os melhores do Brasil, conforme resultados do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) e do Ministério da Educação (MEC). Para fazer uma análise conjuntural dos ataques da situação da educação pública no Brasil, o Portal EPSJV/Fiocruz conversou Mariana Trotta, professora Adjunta da Faculdade Nacional de Direito (FND/UFRJ) e vice-presidente do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes – Rio de Janeiro).

  • 14/09/2018 17h17 Entrevista

    Em setembro de 1978, a Conferência Internacional sobre Cuidados Primários de Saúde, realizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em Alma-Ata, na República do Cazaquistão, expressava a “necessidade de ação urgente de todos os governos, de todos os que trabalham nos campos da saúde e do desenvolvimento e da comunidade mundial para promover a saúde de todos os povos do mundo”. A Declaração de Alma Ata – documento síntese desse encontro – afirmava a partir de dez pontos que os cuidados primários de saúde precisavam ser desenvolvidos e aplicados em todo o mundo com urgência, particularmente nos países em desenvolvimento. Naquele momento, conforme defesa feita pela própria OMS, a saúde era entendida como “completo bem-estar físico, mental e social, e não simplesmente a ausência de doença ou enfermidade”. Por conta dos 40 anos de Alma Ata, completados neste mês de setembro de 2018, o Portal EPSJV/Fiocruz ouviu o professor do Departamento de Medicina Social da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e coordenador da Rede de Pesquisas em Atenção Primária à Saúde (Rede APS) da Associação Brasileira de Saúde Coletiva, Luiz Augusto Facchini, que fez um balanço das quatro décadas do documento que foi um marco para o mundo. Nesta entrevista, Facchini fala ainda sobre a Conferência Global da OMS sobre Atenção Primária em Saúde, marcada para outubro em Astana, no Cazaquistão, quando será apresentada uma nova Declaração sobre Atenção Primária à Saúde, analisando até onde os princípios apresentados pelo documento se aproximam ou se distanciam do texto de 1978.

  • 12/09/2018 10h08 Entrevista

    O mês de setembro ganha a cor amarela como parte da campanha de prevenção ao suicídio. Por conta disso, o Portal EPSJV/Fiocruz foi ouvir o pesquisador do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz) Carlos Estellita-Lins, com atuação clínica em psicanálise e psiquiatria e estudioso do tema, para entender o recrudescimento do suicídio em alguns grupos populacionais e a relação entre suicídio e as transformações ambientais. Trata-se de um problema de saúde pública mundial: a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 800 mil pessoas morram desta forma anualmente, uma a cada 40 segundos, o que equivale a 1,4% dos óbitos totais. A média global de mortes voluntárias é de 10,7 por cem mil habitantes, sendo 15 por cem mil entre homens e oito entre as mulheres. No Brasil, onde os índices são também relevantes, segundo dados do Ministério da Saúde registrados entre 2011 e 2017, a média foi de 5,7 suicídios a cada cem mil habitantes. Os números são maiores quando se trata da população jovem de 15 a 29 anos, na qual o suicídio é a quarta maior causa de morte, especialmente entre os homens. Entre 2011 e 2017, a taxa de suicídio entre os homens dessa faixa etária foi de nove mortes por cem mil habitantes, enquanto que entre as mulheres foi quatro vezes menor (2,4 por cem mil). Uma verdadeira epidemia de suicídio atinge ainda a população indígena, entre a qual a taxa de mortalidade por mortes voluntárias é quase o triplo da média nacional (15,2 por cem mil). E diferentemente da população geral, a maioria dos suicídios cometidos pelos indígenas (44,8%) no mesmo período ocorreu na faixa etária de dez a 19 anos.

  • 05/09/2018 16h06 Entrevista

    Nenhuma das 27 unidades federativas do Brasil cumpriu as metas estabelecidas para o ensino médio. Os dados divulgados pelo Ministério da Educação nesta segunda-feira (3/9) fazem parte do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2017. Em uma escala de 0 a 10, o Ideb do ensino médio geral do Brasil foi de 3,8, abaixo da meta fixada em 4,7. O índice dos últimos três estudos, realizados a cada dois anos, tinha estacionado em 3,7. Este quadro de desempenho em relação ao ensino médio já havia sido anunciado na semana passada (30/8), quando o governo federal apresentou os resultados da prova de 2017 do Saeb, Sistema de Avaliação da Educação Básica. Somando-se às taxas de aprovação, o Saeb – resultado de avaliações de português e matemática, aplicadas ao fim dos 5º e 9º anos do ensino fundamental e do ano final do ensino médio, pontuando os estudantes em uma escala de 0 a 500 pontos – compõe o índice das escolas e redes de ensino do país. Segundo o Saeb 2017, enquanto as notas dos dois ciclos do ensino fundamental melhoraram no ano passado, as notas do último ano do ensino médio foram enquadradas como inadequadas. Em língua portuguesa, conforme análise do MEC, apenas 1,6% dos alunos atingiu nível considerado adequado, por terem feito mais que 375 pontos. Em matemática, por sua vez, apenas 4,5% dos alunos que terminam o ensino médio obtiveram 375 pontos ou mais. Em entrevista ao Portal EPSJV/Fiocruz, a coordenadora de políticas educacionais da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Andressa Pellanda, sugere olhar com cuidado para os números revelados pelo sistema de avaliação do MEC, uma vez que o Ideb não considera as desigualdades regionais nem as condições de trabalho dos profissionais de educação e das escolas. “A culpa desse resultado acaba injustamente recaindo sobre o estudante que realizou a prova e do professor que ensinou aquele aluno”, critica.

  • 31/08/2018 11h55 Entrevista

    Um movimento chamou atenção do setor da saúde suplementar. O presidente Michel Temer publicará nos próximos dias, segundo divulgou reportagem do jornal ‘O Globo’ (28/8), decreto que reativa um conselho que poderá se sobrepor à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Trata-se do Consu, Conselho de Saúde Suplementar, esvaziado há 18 anos, depois que foi criada a agência reguladora do setor. Contando agora com duas câmaras técnicas – uma dedicada à análise das resoluções pretéritas do Conselho e outra com o escopo de estudar e propor diretrizes gerais para o setor –, o Consu poderá recomendar políticas, rever decisões já tomadas e ficará a cargo da Casa Civil. Em entrevista ao Portal EPSJV, o professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) Mário Scheffer, estudioso do setor, observa que pode ser uma tentativa do governo de avançar com medidas que foram barradas na Justiça, como os planos de saúde acessíveis. “Trata-se de uma última tentativa do governo de aprovar uma antiga agenda do setor privado”, avalia. Scheffer levanta dúvidas em torno das intenções do governo com essa proposta e afirma: “O Consu está sendo retomado no momento em que a ANS está enfraquecida técnica e politicamente”.

  • 17/08/2018 12h06 Entrevista

    Em decisão inédita, a Justiça americana condenou a Monsanto a indenizar o jardineiro Dewayne Johnson em US$ 289 milhões pelo aparecimento de um câncer, que estaria relacionado ao uso do herbicida Roundup, que tem como princípio ativo o controverso glifosato, um dos agrotóxicos mais usado no Brasil. O processo é um de cinco mil casos similares em andamento nos EUA. Apesar de a Monsanto negar que a substância esteja ligada à doença, a Agência Internacional de Estudo em Câncer (Iarc, na sigla em inglês) já havia classificado em 2015 a substância como “provavelmente carcinogênico para seres humanos”. Em entrevista ao Portal EPSJV, a toxicologista do Instituto Nacional do Câncer (Inca) e integrante do grupo de trabalho ‘Saúde e Ambiente’ da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), Márcia Sarpa, fala como essa decisão impacta nosso país, que em 2009 se tornou o maior consumidor mundial de agrotóxicos, com mais de um milhão de toneladas, o que equivale a um consumo médio de 5,2 kg de veneno agrícola por habitante. A exemplo do estudo da Iarc, o Inca comprova em pesquisa que está para ser publicada até o fim deste ano que pacientes com exposição ocupacional a agrotóxicos têm mais chances de desenvolverem linfomas não-Hodgkin, o mesmo que afetou o jardineiro americano.

  • 10/08/2018 15h14 Entrevista

    Há dois meses milhares de argentinas tomaram as ruas e, por conta de sua mobilização e pressão, foi aprovada na Câmara dos Deputados a legalização do aborto. A Argentina foi pioneira na América Latina na aprovação do casamento homoafetivo, em 2010, e na Lei de Identidade de Gênero, em 2012. O próximo avanço, no entanto, ainda vai ter que esperar. Numa votação apertada realizada nesta semana, no dia 9 de agosto, o Senado argentino rejeitou o projeto que veio da Câmara. Do lado de fora, as ruas de Buenos Aires e de várias cidades brasileiras foram ocupadas por uma onda verde de mulheres militantes. Ao mesmo tempo, entre 6 e 9 de agosto, aqui no Brasil, diversos setores da sociedade, pró e contra a descriminalização do aborto debateram numa Audiência Pública promovida pelo Supremo Tribunal Federal. Nesta entrevista, Maria Aparecida Schumaher, conhecida como Schuma, fala sobre o resultado da votação e defende que o movimento não pode desanimar. Coordenadora executiva da ONG Rede de Desenvolvimento Humano (Redeh), ela faz também um panorama dos entraves e das lutas pela legalização do aborto e das lutas pela descriminalização na América Latina e Caribe.

  • 06/08/2018 13h53 Entrevista

    Feito a cada dez anos, Censo Agropecuário do IBGE foi divulgado parcialmente, e os primeiros dados mostram um retrato nada bom, comentado pelo geógrafo Paulo Alentejano, professor da Universidade estadual do Rio de Janeiro