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Pandemia da covid-19 evidenciou importância da formação em saúde bucal coletiva

O contexto de vulnerabilidade imposto pela pandemia da covid-19 evidenciou ainda mais a necessidade de tratar a saúde bucal como parte fundamental da saúde coletiva da população.

A pesquisa em Saúde Bucal Coletiva foi decisiva, por exemplo, para adequação dos serviços aos novos protocolos sanitários e para garantir o acompanhamento dos pacientes com doenças da boca que não podem interromper o tratamento.

Realizada em 2017, a 6ª Reunião de Pesquisa Científica em Saúde Bucal Coletiva, cujo relatório final foi publicado no início de março deste ano, já indicava como prioridade para a atuação de pesquisadores brasileiros a busca um novo sentido para a clínica odontológica, com foco na lógica coletiva da assistência.

É o que explica o professor associado do departamento de Clínica de Odontologia Preventiva, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Paulo Sávio Goes. "[Esse relatório] nos traz o quanto estávamos alinhados com as preocupações de estruturar situações como as que nós vivemos hoje", aponta.

"A partir do início da pandemia, os serviços odontológicos ficaram restritos aos cuidados de urgência e de pacientes crônicos, notadamente aqueles com câncer de boca, mas com um contingente enorme de pacientes hospitalizados em UTI que também precisam do cuidado odontológico, haja vista que a saúde bucal é parte indissociável da saúde do indivíduo como um todo."

O pesquisador, que também é membro da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), argumenta que a reunião apontou para a necessidade de defesa da Política Nacional de Saúde Bucal e do fortalecimento de redes de pesquisa que fortaleçam a formação em aspectos fundamentais da saúde coletiva, como as ciências sociais e humanas, o planejamento de gestão em saúde e a epidemiologia.

"[Esses aspectos] ganharam uma extrema relevância na pandemia, seja pela necessidade de reorientação urgente dos serviços para se adequarem às normas e ao retorno das atividades, mas também fazer com que as pessoas reflitam sobre modelos de vigilância e de acompanhamento daqueles que sofrem das doenças da boca desde a cárie dentária, doença periodontal, os abcessos dentários e também a necessidade de reorientação de comportamentos saudáveis, em especial, os adolescentes e crianças em idade pré-escolar, e trabalhadores".

O relatório completo, intitulado "Formação de pessoas e produção de conhecimento em Saúde Bucal Coletiva frente aos caminhos e descaminhos do SUS" está disponível neste link.

Edição: Rodrigo Chagas

Por: Ana Paula Evangelista

Categoria(s):

Repórter SUS