Serviços 
O conteúdo desse portal pode ser acessível em Libras usando o VLibras

Aluna da EPSJV é selecionada no Programa Jovens Embaixadores 2011

Maysa de Assis, de 16 anos, é a única estudante do estado do Rio de Janeiro selecionada neste ano.
Talita Rodrigues - EPSJV/Fiocruz | 04/11/2010 09h00 - Atualizado em 01/07/2022 09h47


Maysa de Assis, aluna do 2º ano do curso de Análises Clínicas integrado ao ensino médio da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV), foi uma das selecionadas para o programa Jovens Embaixadores 2011, promovido pela Embaixada dos Estados Unidos no Brasil. O programa seleciona 36 estudantes brasileiros da rede pública que irão fazer um intercâmbio cultural gratuito de três semanas nos EUA. Maysa é a única estudante do estado do Rio de Janeiro selecionada este ano.



Nesta edição, seis mil jovens de 15 a 18 anos se inscreveram no programa. Para participar, os jovens devem estar cursando o ensino médio na rede pública, ter um bom desempenho escolar, fazer trabalho voluntário em sua comunidade e ter um bom domínio do inglês.



Maysa, de 16 anos, é voluntária do projeto Recicle e Dance, em Duque de Caxias (RJ), onde mora. O projeto, que é mantido pelo Hospital de Clínicas Mário Leone e com o dinheiro da venda de lixo reciclável colhido pelos participantes, oferece aulas de dança a crianças e jovens de 3 a 20 anos. “Eu me inscrevi como aluna do projeto em março de 2009. Depois, a professora de dança me chamou para ser sua auxiliar com a turma das crianças menores, o que faço até hoje”, conta Maysa.



A seleção para o Jovens Embaixadores 2011 começou em agosto de 2010. Maysa se inscreveu por intermédio da Secretaria Estadual de Educação do Rio de Janeiro, que é uma das 64 instituições parceiras da Embaixada dos EUA para selecionar os finalistas. A seleção incluiu um questionário, prova escrita e oral e uma visita à residência da família. O resultado foi divulgado no dia 26 de outubro.



A viagem dos jovens embaixadores aos EUA será de 8 a 27 de janeiro de 2011. Na primeira semana, os estudantes ficarão em Washington e irão visitar instituições do governo e museus, participar de reuniões com autoridades, aprender sobre a cultura dos EUA e fazer um curso sobre o protagonismo juvenil. Em seguida, os alunos passarão duas semanas morando em casas de famílias norte-americanas, em cinco estados diferentes (Carolina do Norte, Washington, Montana, Oklahoma e Ohio), e estudando em uma escola de ensino médio, onde também farão apresentações sobre o Brasil. Os jovens também devem elaborar um plano de ação para o fortalecimento do seu projeto de voluntariado no país. “Acho que vai ser muito bom conhecer novas pessoas e lugares e também a realidade dos jovens americanos, sem aquela visão que é passada pelos filmes”, diz Maysa.



Criado em 2002, o programa Jovens Embaixadores busca beneficiar alunos brasileiros da rede pública que são exemplos em suas comunidades. O principal objetivo do programa é valorizar e promover o fortalecimento da educação pública por meio desses jovens, transformando-os em modelos para seus colegas e a comunidade. Desde a criação do programa, 212 jovens brasileiros já foram beneficiados. Os 120 semi-finalistas que não foram selecionados serão convidados pela Embaixada dos EUA para fazer um curso de imersão em língua inglesa e cultura americana em julho de 2011.



Reconhecendo o mérito da aluna e destacando a importância dessa experiência, a vice-diretora de ensino e informação da EPSJV, Márcia Valéria Morosini, questiona, no entanto, alguns pontos do programa. Um deles é a ideia de que o fortalecimento da educação pública se dá pela performance individual. “A melhoria da educação pública se faz pelo investimento do Estado em infraestrutura, melhores condições de ensino, valorização dos professores, entre outras”, opina. Outra crítica é ao que ela chama de uma compreensão “verticalizada” de cultura. “Seria mais interessante se o programa promovesse um intercâmbio cultural, ou seja, uma troca de experiências entre culturas diferentes, não se restringindo, portanto, à ideia de que conhecer a cultura norte-americana é um prêmio”.