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Começa segunda etapa da pós-graduação para países africanos

Curso voltado para os Palops acontece agora em Moçambique. Disciplinas discutem ciência, economia da educação, teorias de aprendizagem e currículo.
Cátia Guimarães - EPSJV/Fiocruz | 03/05/2011 08h00 - Atualizado em 01/07/2022 09h47

 Teve início, no dia 24 de abril, a segunda etapa do curso de especialização em Educação Profissional em Saúde que a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV) está desenvolvendo com alunos dos Países Africanos de Língua Portuguesa (Palops). Esse módulo está acontecendo no Centro Regional de Desenvolvimento Sanitário de Maputo, em Moçambique. O primeiro foi realizado em Guiné-Bissau entre 23 de fevereiro e 4 de março. Os próximos ocorrerão em Cabo Verde e no Brasil.



Quatro disciplinas compõem esse segundo momento do curso, que tem 416 horas-aula no total. No bloco sobre ‘conhecimento, ciência e política’, o processo de produção de conhecimento é analisado a partir da sua relação com projetos de sociedade específicos. A partir daí, são discutidas as possibilidades de construção de uma ciência crítica e emancipatória nos campos da saúde e da educação. A disciplina ‘economia da educação e concepções de formação de trabalhadores em saúde’ apresenta os referenciais que historicamente orientam a formação dos trabalhadores da saúde a partir de uma compreensão da relação entre trabalho, educação e saúde no sistema capitalista. Ao falar de ‘Teorias da aprendizagem e abordagens didático-pedagógicas’, esse módulo do curso apresenta uma perspectiva histórico-cultural em confronto com outras concepções de aprendizagem e desenvolvimento, como o behaviorismo e o construtivismo. Discute ainda avaliação e as teorias pedagógicas que predominam na educação profissional em saúde. Por fim, ‘currículo e didática na educação profissional em saúde’, que começa agora mas terá continuidade no terceiro módulo, apresenta as diferentes concepções de currículo, dando ênfase à organização de propostas curriculares voltadas para os trabalhadores da saúde. Além disso, a disciplina questiona a noção de competência — muito presente na educação profissional em saúde no Brasil, por exemplo — e discute as possibilidades do currículo integrado.



Essa etapa se encerra em 6 de maio. Participam da pós-graduação 28 alunos dos cinco países que integram os Palops — Angola, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau e Cabo Verde. O curso é uma das ações do Plano de Trabalho da Rede de Escolas Técnicas de Saúde da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que é coordenada pelo EPSJV. O currículo foi elaborado a partir da experiência do Programa de Pós-graduação em Educação Profissional em Saúde da EPSJV, que oferece hoje, regularmente, um curso de mestrado nessa área.