Serviços 
O conteúdo desse portal pode ser acessível em Libras usando o VLibras

EPSJV cria Comissão Interna de Saúde das Trabalhadoras e dos Trabalhadores

CISTT tem objetivo de pensar e construir ações que contribuam para a melhoria das relações e processos de trabalho na Escola Politécnica
Julia Neves - EPSJV/Fiocruz | 29/04/2021 12h19 - Atualizado em 01/07/2022 09h42

A Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) deu início, recentemente, às ações da Comissão Interna de Saúde das Trabalhadoras e dos Trabalhadores (CISTT). Aprovada em 29 de outubro de 2020, a comissão tem como finalidade contribuir para uma gestão democrática e participativa, independente do vínculo empregatício, discutindo as determinações sociais do processo saúde doença no cotidiano dos trabalhadores e propondo ações de promoção da saúde que contribuam para a melhoria das relações e dos processos de trabalho.

A CISTT é formada por 13 trabalhadores da EPSJV, sendo dez servidores, dois terceirizados e um bolsista, que se encontram semanalmente. Essa primeira comissão tem um caráter transitório e foi nomeada pela Direção da EPSJV para instituir o trabalho em meio à pandemia de Covid-19. A próxima comissão deverá ser eleita pelos trabalhadores da EPSJV, de acordo com o regimento da CISTT.

Segundo a professora-pesquisadora Raquel Moratori, que faz parte da CISTT, a ideia da comissão surgiu em 2019, atendendo a um compromisso do Plano de Desenvolvimento Institucional (PIDI) da Escola, com a assessoria e apoio da Coordenação de Saúde do Trabalhador do Núcleo de Saúde do Trabalhador (CST/NUST) da Fiocruz.

O grupo de trabalho responsável pela elaboração do regimento utilizou dois documentos como base - o Regimento da Comissão Interna de Saúde do Servidor Público, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (CISSP-UFRJ) e o Regimento da Comissão Interna de Saúde do Trabalhador do Instituto de Ciência e Tecnologia em Biomodelos (ICTB/Fiocruz). “A CISTT da EPSJV é a segunda comissão desse tipo, constituída na Fiocruz. E faz parte do plano de trabalho da nova gestão da presidente Nísia Trindade, a instituição de comissões de saúde do trabalhador em todas as unidades”, destaca Raquel, que acrescenta: “Essa comissão pretende disparar processos de diálogo entre os trabalhadores sobre seus processos de trabalho e as relações entre adoecimento e atividade laboral, buscando a transformação do ambiente e do próprio processo de trabalho”.

Os membros da comissão participam, desde novembro de 2020, de um curso de qualificação, que é aberto a toda comunidade escolar. Para Raquel, essa é uma formação que os qualifica para trabalhar como CISTT, mas que também é ampliada, porque busca reconhecer e fortalecer a participação dos trabalhadores na formulação de uma comissão que os represente. “A ideia de abrir a qualificação para o conjunto dos trabalhadores representa um convite para que eles participem desse momento inicial de constituição da CISTT”, destaca.

Para o professor-pesquisador da EPSJV, Flavio Rezende, que também faz parte da CISTT, é fundamental que a a comissão seja formada a partir do que é considerado importante para o Projeto Político Pedagógico (PPP) da Escola”. Raquel acrescenta: “Há muita afinidade e transversalidade entre o PPP da Escola Politécnica, a partir do conceito da Politecnia e os fundamentos do Movimento Operário Italiano, os quais entendem a necessidade de que é o trabalhador quem precisa entender e construir os seus processos de trabalho e de luta”, aponta.

A professora-pesquisadora Márcia Lopes, que também faz parte da CISTT, ressalta que, o regimento da CISTT, valoriza não só o adoecimento físico, mas também o sofrimento psíquico. “Neste momento de pandemia e distanciamento social, entendemos que o risco psicossocial se torna ainda mais importante”, afirma.

As ações de qualificação da CISTT acontecem até maio de 2021.  Uma das ações estratégicas estruturantes da comissão será ouvir os trabalhadores, tanto os que estão em atividades presenciais, como os que estão em trabalho remoto, para saber quais são as suas condições de trabalho, suas questões, seus dilemas e o que está acontecendo nesse contexto. “Para isso, os membros da comissão estão trabalhando na formulação de um fluxo para que os trabalhadores possam trazer suas questões e tenham o seu anonimato garantido”, finaliza Raquel.