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EPSJV desenvolve projeto de territorialização com as comunidades de Manguinhos e Mata Atlântica

Escola vai oferecer formação técnica em Meio Ambiente e em Gestão do Território para moradores dessas localidades.
Talita Rodrigues - EPSJV/Fiocruz | 31/03/2010 08h00 - Atualizado em 01/07/2022 09h47


A Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV) deu início neste ano a atividades do projeto que visa a formação profissional de jovens e adultos das comunidades de Manguinhos e Mata Atlântica, fortalecendo o desenvolvimento territorial sustentável, as iniciativas comunitárias e os projetos sociais. A iniciativa foi uma das aprovadas no Edital CSDT/001-2009, da Coordenadoria de Cooperação Social da Presidência da Fiocruz.



O projeto da EPSJV prevê a formação técnica em Meio Ambiente integrada ao ensino médio, na  ‘modalidade’ Proeja, voltada para jovens e adultos. Também está previsto um curso de Especialização Técnica em Gestão Sóciopolítica do Território. “A escolha dos temas se deve a demandas apresentadas pelos movimentos sociais que atuam nesses locais. Eles querem que a questão ambiental seja abordada, mas de forma mais abrangente”, diz Grácia Gondim, coordenadora dos pólos de Educação Profissional em Saúde nos Territórios de Manguinhos e Mata Atlântica. O campus Mata Atlântica da Fiocruz está em processo de implantação em Jacarepaguá e ficará localizado no local onde funcionava a antiga Colônia Juliano Moreira.



O projeto ‘Educação, Cultura e Cidadania – territorializando a proposta da politecnia nas comunidades circunvizinhas aos campi Manguinhos e Mata Atlântica’ será realizado em parceria com grupos de movimentos sociais – Cooperativa de Trabalho Constrói Fácil, União por Moradia Popular do Rio de Janeiro (UMP) e Ação do Morro do Banco. “Nosso objetivo é fortalecer os pólos de Manguinhos (onde fica a EPSJV) e da Mata Atlântica (Jacarepaguá) e oferecer uma educação profissional territorializada. Queremos que todo o projeto seja pactuado com a comunidade”, explica Grácia.



Agora em 2010, a equipe do projeto já realizou reuniões com o Fórum de Movimentos Sociais de Manguinhos para apresentar e detalhar o projeto. As próximas reuniões serão com as lideranças dos movimentos sociais de Jacarepaguá. “Após essas reuniões iniciais, serão feitos novos encontros e também um workshop com as comunidades para construir em conjunto com a população dos territórios a proposta de formação técnica ”, diz Grácia.



Após cumprir o primeiro objetivo do projeto - desenvolvimento da proposta com a participação da comunidade e dos movimentos sociais dos dois territórios –, devem ser formados três grupos de trabalho (GTs) que vão elaborar o desenho geral do curso, sua organização em eixos temáticos e a formação docente para os professores que irão desenvolver o Proeja em 2011.



No segundo semestre deste ano, serão realizadas oficinas para desenvolver  metodologias de temas estruturantes e transversais dos cursos, como Territorialização, Fotografia, Politecnia e Proeja, entre outros. Participarão dessas oficinas os futuros alunos dos cursos e também os professores. Simultaneamente, serão desenvolvidas em outras oficinas de trabalho as propostas dos cursos que serão oferecidos. “Até o fim deste ano, deverá ser concluída a estruturação dos pólos e das bases políticas institucionais dos cursos, bem como o desenho da grade curricular e também a formação de docentes”, observa Grácia. A previsão é que os cursos comecem em 2011, provavelmente em espaços da EPSJV e da Mata Atlântica.



O foco na territorialização pressupõe um processo de reconhecimento do território, a partir das questões sociais, econômicas e políticas. De acordo com o verbete ‘Teritorialização em saúde’, publicado no Dicionário da Educação Profissional em Saúde, da EPSJV, a territorialização permite compreender a dinâmica espacial dos lugares e das populações. Esse processo também pode revelar como os sujeitos produzem e reproduzem socialmente suas condições de existência – o trabalho, a moradia, a alimentação, o lazer, as relações sociais, a saúde e a qualidade de vida, desvelando as desigualdades sociais e as iniquidades em saúde.



Edital



O Edital CSDT/001-2009, da Coordenadoria de Cooperação Social da Presidência da Fiocruz, recebeu 46 propostas e selecionou 16 projetos sociais, sendo seis para a região dos campi da Fiocruz em Manguinhos e na Mata Atlântica e dez para outras localidades do país. O objetivo do edital é contemplar iniciativas que produzam resultados, impactos e mudanças na saúde e nas condições de vida das populações em territórios vulnerabilizados. No total, a Fiocruz destinará R$ 1 milhão para os projetos sociais selecionados.