A Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz), com o apoio do Ministério da Saúde, deu início, em maio de 2025, à terceira edição do Curso de Aperfeiçoamento em Educação Popular em Saúde (EdPopSUS), com a formação de 11 turmas distribuídas em quatro estados brasileiros. Ao todo, 385 educandos participam da iniciativa no Espírito Santo, Pará, Paraná e Rio Grande do Norte. São Agentes Comunitários de Saúde (ACS), Agentes de Combate às Endemias (ACE) e lideranças comunitárias reunidos em um processo formativo comprometido com a valorização dos saberes populares e com o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS).
Com carga horária de 184 horas, o curso será realizado ao longo de 17 encontros presenciais, que incluem atividades pedagógicas baseadas nas experiências de vida e trabalho dos estudantes. Estão previstos ainda seis momentos de cartografia dos territórios — processos de investigação e sistematização dos saberes locais.
Uma das novidades desta edição é a realização de uma Tenda de Educação Popular em Saúde no último encontro do curso. “Ao longo da travessia, a experiência potencializa o educador que habita cada um de nós. A virada de chave acontece quando a turma recebe a comunidade e promove a educação popular nos territórios”, explica Grasiele Nespoli, professora-pesquisadora da EPSJV e coordenadora do EdPopSUS.
EdPopSUS
O EdPopSUS é uma das estratégias de implementação e fortalecimento da Política Nacional de Educação Popular em Saúde no âmbito do SUS (Pneps-SUS). Desde 2013, o curso contribui para a formação de trabalhadores que atuam nos territórios na Atenção Básica à Saúde, promovendo o direito à saúde e o cuidado integral.
Segundo Grasiele, a expectativa é que esta edição seja “uma grande experiência de Educação Popular em Saúde, capaz de promover a compreensão da determinação histórica e social do processo saúde-doença e de construir caminhos coletivos e comunitários para o enfrentamento dos problemas sanitários”. Ela destaca que, para isso, são fundamentais “a participação democrática, o diálogo e a problematização da realidade que organiza a vida”.
Produzir saúde e fortalecer o vínculo entre os serviços e a população são os principais objetivos das 11 turmas que irão trilhar o caminho da Educação Popular em Saúde. “É uma via de fortalecimento de bons encontros, vínculos e afetos, de construção de práticas de cuidado integrativas e complementares, de construção compartilhada do conhecimento, de valorização e mediação de saberes tradicionais, populares e científicos, de ampliação do compromisso político com a construção do SUS e do direito à saúde”, relata Grasiele.