A experiência da Rede Internacional de Educação de Técnicos em Saúde (RETS) e de sua sub-rede, a Rede de Escolas Técnicas de Saúde da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (RETS-CPLP), das quais a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) é secretaria executiva, foram apresentadas no painel ‘Oportunidades e desafios das redes de instituições formadoras em saúde’, durante a Oficina ‘Fortalecimento da Formação em Saúde Pública no âmbito da CPLP’. O evento, realizado em entre os dias 4 e 6 de fevereiro, em Lisboa, Portugal, marcou a criação da Rede de Escolas Nacionais de Saúde Pública da CPLP (RENSP/CPLP), tendo a Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz) e a Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade de Nova Lisboa de Portugal (ENSP/Nova) como instituições responsáveis pela coordenação técnica da Rede e pela condução do Plano de Trabalho 2019-2021. O encontro contou com a presença do secretariado-executivo da CPLP e representantes de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique e Portugal, que apresentaram suas instituições formadoras em Saúde Pública. A ENSP/Fiocruz ficou responsável pela apresentação do Brasil.
A criação da RENSP/CPLP já estava prevista no Plano Estratégico de Cooperação em Saúde da CPLP (PECS-CPLP) 2018-2021. De acordo com o Termo de Referência da Oficina, o PECS- CPLP representa “um compromisso coletivo de cooperação horizontal e estruturante entre os Estados-Membros da CPLP no setor da saúde, considerando os desafios que se colocam aos Estados-Membros, no desenvolvimento de ações concertadas de promoção e implementação dos seus planos nacionais de saúde e, também, referentes aos compromissos com a plena concretização da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável e os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS)”. “A nova rede, em articulação com a RETS-CPLP e a RINSP- CPLP, pode estruturar ações que concretizem as diretrizes, objetivos e metas do PECS”, destacou Ingrid D’avilla, coordenadora de Cooperação Internacional da Escola Politécnica.
Para Ingrid, a fundação da RENSP sinaliza ainda a consolidação da cooperação Sul-Sul como um dos eixos de atuação da Fiocruz, conforme reafirmado em seu último congresso interno. “Apesar de todas as redes terem convergências em relação à força de trabalho em saúde, destaco também as especificidades de cada uma delas. Ou seja: a garantia de sistemas de saúde universais em cada um dos países da CPLP depende do fomento à formação de técnicos em saúde, mas também de bons gestores e acadêmicos da área de saúde pública. Neste sentido, esperamos sinergias e projetos de cooperação estruturante entre as diversas redes”, ressaltou.
No Plano de Trabalho da nova rede ficaram definidos três objetivos prioritários: desenvolvimento e implementação de um programa de formação pautado pelas competências básicas da Saúde Pública para professores das instituições formadoras da CPLP; coordenação, estímulo e potencialização de ações formativas no âmbito das relações bi ou multilaterais entre os países, visando a ampliação das ofertas formativas em Saúde Pública no âmbito da CPLP; e elaboração, implementação e consolidação de estratégias de gestão e de comunicação para a Rede.
No encontro, os diretores da Ensp/Fiocruz e da Ensp/Nova assinaram ainda um Plano de Trabalho bilateral, com o objetivo de fomentar e fortalecer as ações de cooperação acadêmica entre as duas Escolas.