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EPSJV publica o segundo número do ano de Trabalho, Educação e Saúde

Conteúdo do periódico está disponível gratuitamente no site da revista. Nova edição traz uma entrevista com o professor André Malhão sobre educação profissional em saúde.


A Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, da Fundação Oswaldo Cruz (EPSJV/Fiocruz), lança o segundo número de 2009 do periódico Trabalho, Educação e Saúde (vol. 7, n.º 2).



No ensaio ‘Determinação, história e materialidade’, a historiadora Virgínia Fontes critica as formas de determinismo dominantes e o pensamento pós-moderno, como interdições à intervenção consciente e efetiva no processo histórico. Para a autora, tal crítica exige que repensemos, em conjunto, a reflexão histórica, a dialética e o capitalismo contemporâneo.



Na seção Artigos, com sete textos, a formação do trabalhador da saúde é diretamente tematizada em três deles, com perspectivas bastante diferenciadas, porém complementares. No primeiro, ‘As identidades dos enfermeiros em cenários de mudanças curriculares no ensino da enfermagem’, de Rogério Renovato, Maria Helena Bagnato, Lourdes Missio e Greicelene Bassinello, os autores partem de uma análise histórica para conduzir uma reflexão em que se articulam propostas curriculares, concepções que estruturam práticas de saúde e a construção de identidades dos enfermeiros. No segundo, de Ana Lúcia Abrahão e Luan Cassal, ‘Caminhos para a integralidade na educação profissional técnica de nível médio em saúde’, encontramos uma discussão teórica sobre a integralidade, em que se questionam as relações entre esse conceito e a educação profissional em saúde. No terceiro, ‘Espirais D’Ascese: formação para gestão de equipes e grupos na atenção básica em saúde’, de Ana Maria Franklin de Oliveira e Jair Franklin de Oliveira, o foco se desloca do campo da educação, para pensar sobre a formação, contextualizada no desenvolvimento do trabalho em saúde. A indagação básica do artigo se desdobra a partir da análise de casos e se constrói em torno das possibilidades de apropriação de um método – Espirais D’Ascese –, derivado do método Paidéia.



A preocupação com a produção da saúde docente perpassa a discussão do artigo de Gideon Borges dos Santos, intitulado ‘Os professores e seus mecanismos de fuga e enfrentamento’. De modo consistente com a base teórica da psicodinâmica, o autor investiga formas pelas quais os docentes implementam estratégias com o sentido de manter o equilíbrio psíquico, num ambiente de trabalho cotidianamente sob tensão, e nos localiza sobre repercussões desse movimento sobre o processo educacional.



‘O egresso da Escola Técnica de Saúde da Unimontes: conhecendo sua realidade no mundo do trabalho’, artigo de Marília Borborema Cerqueira, Maria Patrícia Silva, Zaida Ângela Crispim, Élika Garibalde, Eveline Castro, Daiane Almeida e Fabiano Maynart, traz para o campo da pesquisa um objetivo frequentemente valorizado, mas não tão costumeiramente enfrentado: o de buscar conhecer os desdobramentos de processos de formação a partir da inserção de ex-alunos no mundo do trabalho. Permite-nos também pensar sobre como trabalhadores técnicos, oriundos da ETS Unimontes, compreendem as relações entre sua formação e os modos como se relacionam com o trabalho em saúde.



O contexto no qual se ampliam as experiências que podem ser categorizadas como de economia popular, suas singularidades em termos de produzir formas de organizar o trabalho e as relações de trabalho e, ainda, suas inflexões sobre o processo de educação popular constituem os eixos de discussão a partir dos quais Ana Maria Santos e Neise Deluiz compõem a reflexão do artigo ‘Economia popular e educação: percursos de uma cooperativa de reciclagem de lixo no Rio de Janeiro’. A complexidade dessa experiência e a multiplicidade de seus significados se destacam como contribuição para pensar sobre os caminhos que viabilizam a cidadania no mundo atual. Ainda na trilha da discussão sobre cidadania e direitos sociais, o texto de Felipe Machado, ‘O direito à saúde na interface entre sociedade civil e Estado’, aborda o tema da saúde enquanto direito, partindo de uma revisão teórica e da discussão dos resultados de uma pesquisa que estabelece um diálogo em torno das concepções sobre o direito à saúde de atores fundamentais da atual configuração do setor – os conselheiros de saúde.



Na seção Relato, ‘Formação técnica de agente comunitário indígena de saúde: uma experiência em construção no Rio Negro’, de Luiza Garnelo, Esron Rocha, Paulo Peiter, Sully Sampaio, Elciclei Santos, Ana Lúcia Pontes e Anakeila Stauffer, apresenta uma experiência que agrega a superação de importantes desafios: a formação de agentes de saúde na interface com as particularidades da organização social de povos indígenas e o compromisso de promover educação aliada à elevação de escolaridade.



Na entrevista deste número, com o professor André Malhão, revisitamos o tema da educação profissional em saúde articulado com as políticas públicas de educação e de saúde, com ênfase na compreensão da atuação do Estado em sociedades, como a brasileira, marcadas pela contradição. O leitor conta ainda com as resenhas de Eliza Bartolozzi Ferreira, sobre o livro Políticas públicas educacionais, e de Fabiane Santana Previtalli, a respeito da obra Capitalismo, Estado e Educação.