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Escola Politécnica constrói Jardim medicinal

O novo espaço pedagógico e de cuidado tem sido usado no diálogo com estudantes de diferentes cursos
Julia Neves - EPSJV/Fiocruz | 06/06/2023 11h56 - Atualizado em 06/06/2023 13h56

No mês em que se comemora o Dia do Meio Ambiente, a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) está construindo um novo espaço pedagógico transversal e de cuidado: o Jardim Medicinal. 

Segundo a professora-pesquisadora Grasiele Nespoli, que está à frente do projeto junto com o professor-pesquisador Flávio Paixão, a ideia surgiu a partir do Curso de Educação Popular em Plantas Medicinais na Atenção Básica à Saúde. “Durante a formação, coordenada por mim e pela Camila Borges, tivemos a experiência de colocar hortas medicinais em unidades básicas de saúde na região serrana do estado do Rio de Janeiro. Foi quando o biólogo Sérgio Monteiro, responsável técnico pelo Horto Escola vinculado ao Programa Biodiversidade, Agroecologia e Saúde do Palácio Itaboraí [Fiocruz Petrópolis (RJ)], deu a ideia de construirmos um jardim no espaço da EPSJV. E a partir da outra turma, que fizemos de forma presencial com trabalhadores e lideranças comunitárias dos territórios de em Maré e Manguinhos, começamos a cultivar as plantas no espaço da Escola”, conta Grasiele.

O objetivo, de acordo com a professora-pesquisadora, é que o Jardim Medicinal da EPSJV seja um lugar para que docentes possam dialogar com os estudantes não só do ensino médio, mas de diversos cursos da Escola. “A gente tem selecionado essas plantas a partir daquilo que se tem de mais sistematizado, tanto como saber da prática popular de uso, como também aquilo que a ciência legitima a partir do seu método mais rigoroso de avaliação de eficácia, relacionado às questões de saúde”, explica Grasiele. 

Ela acrescenta ainda a forma como esse espaço tem sido usado com os estudantes e quais são os objetivos a longo prazo: "Queremos identificar as plantas, conversar sobre as indicações terapêuticas e modos de preparo. No futuro, planejamos trabalhar com os estudantes fazendo xaropes e tinturas. E, quem sabe, oferecer essa formação também para os trabalhadores”.

Na prática

Algumas aulas de Biologia das turmas do 2º ano do Curso Técnico de Nível Médio em Saúde (CTNMS), ministradas por Flávio, têm sido realizadas no Jardim Medicinal. “Como uma parte da matéria é sobre vegetais, nada mais coerente do que conversar de frente para os vegetais, observando o processo de desenvolvimento”, exemplifica o professor-pesquisador, acrescentando que o espaço traz ainda possibilidades de abordar temas como agricultura e saberes originários de povos ancestrais. 

Para Sofia Zarden, estudante do 2º ano do CTNMS, da habilitação de Biotecnologia, a criação do Jardim vai muito além de pensar a utilização de plantas para prevenir problemas cotidianos de saúde. “Me senti fascinada pela capacidade do ser humano de manejar e manipular de uma forma brilhante o reino vegetal e usá-lo a seu favor. No dia em que o jardim foi apresentado à minha turma, o professor Flávio nos disse que esse processo é uma troca entre organismos: enquanto as plantas ou vegetais nos proporcionam ricos conhecimentos e utilizações diversas, nós retribuímos mantendo essa vegetação viva e fazendo de tudo para que a proliferação dela continue. Assim, criamos o ambiente em que vivemos no planeta”, destaca.