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Escola Politécnica da Fiocruz lança 2ª edição do manual sobre biossegurança para reabertura de escolas no contexto da Covid-19

Novo documento conta com uma revisão e atualização científica sobre a Covid-19 e os desafios que ela impõe à reabertura de escolas
Julia Neves - EPSJV/Fiocruz | 07/01/2021 14h20 - Atualizado em 01/07/2022 09h42

A Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) lançou nesta semana a segunda edição do ‘Manual sobre biossegurança para reabertura de escolas no contexto da Covid-19’. Com apoio institucional da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), o documento reúne normas e diretrizes com o objetivo de orientar sobre a retomada das atividades presenciais e contribuir para a tomada de decisão pelos gestores e comunidade escolar. Diante do comprometimento de elaborar edições periódicas com a revisão e atualização científica sobre a Covid-19 e os desafios que ela impõe à reabertura de escolas, a nova edição atualiza aspectos não contemplados, ou parcialmente contemplados, na primeira edição, como formas de transmissão do vírus; vacinação, imunidade coletiva e retorno às aulas; ventilação; saúde mental; dentre outros.

De acordo com uma das autoras do documento, a professora-pesquisadora da EPSJV, Anamaria D’Andrea Corbo, a Covid-19 é uma doença nova e, por isso, muito conhecimento tem sido produzido ultimamente. Isso, segundo ela, faz com que qualquer material tenha que ser atualizado constantemente. “São muitos pesquisadores e instituições pesquisando e descobrindo a todo momento novas questões relacionadas ao vírus e à doença. Sendo assim, desde o início, sabíamos que nosso manual precisava de uma atualização constante”, explica.

Anamaria ressalta que na primeira edição, lançada em julho de 2020, existia uma discussão importante sobre a possibilidade de transmissão  do vírus por meio de aerossóis. Logo depois, a Organização Mundial da Saúde (OMS) passou a reconhecer que o vírus pode ser transmitido dessa forma. Por isso, a autora destaca que, quando se pensa em quais medidas são necessárias para evitar a transmissão por aerossóis em determinado ambiente, a questão da ventilação é fundamental, além do uso de máscaras e afastamento. “Ou seja, é preciso organizar espaços em que o fluxo de ar aconteça. De maneira nenhuma, você pode ter portas e janelas fechadas e aparelhos de ar-condicionados ligados. Pela importância do tema, atualizamos a questão da transmissibilidade e incluímos com mais aprofundamento as medidas de aumento do fluxo de ar nos ambientes”, destaca.

Por conta da vivência na própria EPSJV, Anamaria acrescenta que os autores acharam necessário acrescentar a questão de como se incorporar no currículo e nas atividades escolares todos os fundamentos científicos que estão embasando as medidas de proteção ao coronavírus. “Fizemos um item com sugestões de conteúdos sobre a pandemia que podem ser trabalhados na educação básica e ampliados para discutir epidemiologia, as desigualdades geradas, e muitos outros assuntos”, sugere.

A segunda edição do manual traz também novidades sobre rastreamento de casos e contatos, com gráficos e fluxogramas, passando pela vigilância escolar e condutas a serem implementadas a partir do momento em que alguém se contamina; o papel da Vigilância Sanitária; informações aprofundadas sobre as fases de produção da vacina, os possíveis riscos e a discussão da imunidade coletiva; além da questão da saúde mental e orientações a pais e professores. “A gente sabe o impacto que o fechamento das escolas desde março tem trazido para as crianças e adolescentes e, por isso, reunimos uma série de materiais produzidos por unidades da Fiocruz e outras instituições para que pais, professores e educadores encontrem orientações no caso de estarem vivendo algum tipo de sofrimento mental relacionado a isso”, sinaliza.

Por fim, Anamaria destaca que todo debate trazido pelo manual tem que ser pactuado, gerido e discutido com as instâncias municipais e estaduais de saúde. “Na verdade, todo manual traz uma série de indicações que auxiliam e apoiam a gestão a definir os seus próprios protocolos, os fluxos e as medidas para garantir que a transmissibilidade no âmbito escolar seja controlada, mas é importante que cada unidade de ensino discuta a partir de sua realidade”, conclui.

Live no Youtube

Para discutir os desafios da reabertura das escolas e os impactos da Covid-19 na saúde de crianças e adolescentes, a EPSJV irá promover no dia 18 de janeiro, a partir das 19h, uma live com a participação de Daniel Becker, pediatra, sanitarista e um dos coordenadores da campanha ‘Lugar de criança é na escola’. A mediação será da professora-pesquisadora Anamaria Corbo. Assista aqui.

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Documento tem o objetivo de orientar sobre a retomada das atividades presenciais e contribuir para a tomada de decisão pelos gestores, trabalhadores e a comunidade das instituições de ensino