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Escola Politécnica inicia curso sobre saúde LGBTI+ do campo

A formação, em parceria com o MST, conta com a participação de 80 LGBT Sem Terra de 18 estados do país que serão formados em Educadores e Educadoras Populares em Saúde
Redação EPSJV - EPSJV/Fiocruz | 10/08/2022 10h10 - Atualizado em 10/08/2022 11h56

Em parceria com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) está promovendo desde 7 de agosto, o Curso de Formação de Educadores e Educadoras Populares em Saúde LGBTI+ do Campo e Prevenção às infecções sexualmente transmissíveis (IST/HIV) no Centro de Treinamento da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), localizado em Salvador (BA). A formação, que se encerrará no dia 14 de agosto, conta com a participação de 80 LGBT Sem Terra de 18 estados do país.

Segundo a professora-pesquisadora da EPSJV, Anakeila Stauffer, que integra a coordenação político pedagógica do curso, temáticas como o direito à saúde e violências contra LGBTI+ serão debatidas a partir de rodas de conversa, mesas de debate e momentos de cuidado, compreendendo que a saúde é vivida no cotidiano de forma integral.

Para Anakeila, a formação é de extrema relevância considerando a conjuntura de ódio sobre corpos que não se enquadram na heteronormatividade e na cisnormatividade. "Estruturar um curso para formar educadores e educadoras populares em saúde, pessoas LGBTI+, é muito relevante, pois, mesmo trazendo o viés de prevenção às IST/HIV/AIDS no campo, buscaremos entender a saúde em sua integralidade, discutir questões sobre o heterossexismo, o racismo, o patriarcado e como tudo isso incide sobre a saúde da população LGBTI+", ressaltou.

Na visão de Aline Luana Chaves, que também faz parte da coordenação político pedagógica do curso, a importância da formação se dá na promoção da produção de conhecimento sobre a especificidade desse grupo, no fortalecimento da luta pelos direitos sociais, dos territórios de reforma agrária e da representação na sociedade. “Poder se capacitar sobre o direito à saúde, direitos sexuais e reprodutivos, a adoção de práticas seguras e a promoção da saúde, e poder atuar como educadores e educadoras populares de saúde, fortalece o coletivo, os sujeitos e nossos territórios abrangendo diferentes realidades existentes e territorialidades constituídas”, destacou.

O curso é um dos desdobramentos do projeto “Saber Protege: Saúde e Prevenção de Epidemias e Infecções Sexualmente Transmissíveis – IST/HIV no campo”, que pretende atuar na promoção da saúde da população LGBTI+ no campo e reafirmar os princípios da universalidade, da integralidade e da participação social do SUS. "Nessa semana, também será possível desenvolver parte da pesquisa, realizando grupos focais, a fim de termos elementos para aprofundar o questionário diagnóstico que foi aplicado entre os meses de março a maio de 2022. Nossa ideia é construir um diagnóstico sobre as condições de vida e as necessidades de saúde da população LGBTI+ do campo, para contribuir na organização e difusão de conhecimentos e ações sobre a promoção da saúde, podendo incidir sobre políticas públicas para a população LGBTI+ do campo", concluiu Aline Luana.

Fotos: Giu Mafort

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