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Escola Politécnica tem nova Direção

Anamaria D’Andrea Corbo irá comandar a Escola no quadriênio 2021-2025
Julia Neves - EPSJV/Fiocruz | 15/06/2021 09h40 - Atualizado em 01/07/2022 09h42

A Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) tem nova direção a partir deste mês. Anamaria D’Andrea Corbo irá comandar a Escola no período de 2021-2025. A cerimônia de transmissão de cargos na EPSJV foi realizada no dia 11 de junho, juntamente com a posse das novas vice-diretoras da Escola. No dia 10 de junho, junto com todos os outros diretores da Fiocruz, Anamaria tomou posse na cerimônia conjunta que fez parte das comemorações de aniversário da Fiocruz.

A nova direção é formada ainda por Cristiane Sendim e Raquel Moratori, vice-diretoras de Gestão e Desenvolvimento Institucional; Ingrid D’avilla, vice-diretora de Ensino e Informação; e Monica Vieira, vice-diretora de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico.

Em sua fala, durante a cerimônia de transmissão de cargos, a ex-diretora da EPSJV, Anakeila Stauffer, reforçou o processo democrático da Escola, agradeceu à comunidade escolar e apresentou o relatório da gestão do período 2017-2021. “Durante esse tempo, buscamos manter o diálogo e a escuta da escola como um todo. Passamos por momentos muito difíceis, em uma conjuntura extremamente perversa. E sempre procurei acolher a todos, porque precisamos estar bem para continuarmos juntos e cada um de nós é fundamental para a construção dessa Escola”, ressaltou.

Em seguida, Anamaria D’Andrea Corbo agradeceu à antiga direção e falou sobre as perspectivas para o novo quadriênio. “Estamos em um processo de travessia, em tempos muito difíceis e obscuros. Mas a gente acredita que com uma proposta de unidade e com tudo que conversamos com setores e laboratórios, todas as questões que foram colocadas serão fundamentais para esse processo tão importante que estamos vivendo”, afirmou a nova diretora.

Anamaria destacou ainda as ações da EPSJV durante a pandemia da Covid-19. “A escola respondeu muito bem aos desafios que foram colocados para a pandemia. A EPSJV é uma unidade técnico-científica da Fiocruz, que é uma instituição estatal, pública e estratégica de estado. E nós, enquanto unidade dedicada à educação profissional em saúde, temos que, cada vez mais, fortalecer a nossa missão institucional enquanto referência nacional para nossa área”, afirmou, acrescentando que isso traz uma série de desafios para a Escola, não apenas localmente, mas também regionalmente, em um processo com as unidades regionais da Fiocruz: “Existe muita demanda para que a gente contribua na área de educação profissional em saúde em cada uma dessas unidades, no âmbito nacional, junto com outros ministérios e outras instituições públicas que exercem e se dedicam à educação profissional em saúde e, no âmbito internacional, junto com outras instituições públicas que visam e estão em processo de fortalecimento de seus sistemas nacionais de saúde, educação e ciência e tecnologia”.

Nesse sentido, Anamaria afirmou que a capacidade e a possibilidade de articulação se tornam cada vez mais fundamentais e desafiadoras, no contexto de cortes orçamentários e de insuficiência da força de trabalho para expandir as atividades. “A conjuntura atual reforça a nossa necessidade de dialogar cada vez mais e estarmos juntos de forma solidária para que a gente possa responder às demandas que surgem, cumprindo assim nosso papel institucional. Estaremos juntos em todo processo de luta e resistência para garantir o papel estratégico da EPSJV no âmbito da educação profissional em saúde”, concluiu a diretora.

Posse

No dia 10 de junho, Anamaria tomou posse, juntamente com os novos diretores de todas as unidades da Fiocruz. O evento virtual teve a participação da presidente da Fiocruz, Nísia Trindade, que falou sobre o processo democrático de eleições internas. “Este processo foi marcado por uma visão do fortalecimento de cada um dos nossos institutos, de suas questões específicas, mas também numa relação estreita com o nosso programa para toda Fiocruz. E é sobre essa unidade na diversidade que eu quero firmar o meu compromisso, de olhar esse valor da nossa instituição e da gestão participativa, buscando uma unidade de ação, tendo em vista os grandes desafios que temos”, ressaltou.

Anamaria falou em nome dos novos diretores que passaram a compor o Conselho Deliberativo da Fiocruz. Em sua fala, ela salientou que, mais do que nunca, se faz necessário saudar e reconhecer os processos democráticos historicamente instituídos pelos trabalhadores da Fiocruz e que possibilitam a eleição não só da presidência, como de cada um dos diretores das unidades da Fundação. “A expressiva participação dos eleitores nessas eleições mostrou não só a importância da nossa democracia interna, mas também o reconhecimento de que essa instituição se constrói e se fortalece a partir de uma gestão participativa e solidária, que deve sempre operar no sentido de ampliar sistematicamente os processos de decisão estratégica dos seus rumos e diretrizes”, afirmou.

A diretora da EPSJV destacou ainda que o próximo Congresso Interno da Fiocruz, que deve acontecer neste ano, se dará em um contexto de grave crise social, econômica, política, humanitária e ambiental. “É sob essa conjuntura que definiremos nossas diretrizes de atuação institucional para os próximos quatro anos. E é nesse contexto que devemos buscar a criação das condições para a ampliação da nossa capacidade de resposta frente às inúmeras dificuldades sociais, garantindo nossa defesa do SUS público, estatal e de qualidade”, ressaltou.

Trajetória profissional

A trajetória profissional de Anamaria na saúde pública iniciou-se em 1989, trabalhando como dentista na favela de Vila Canoas, em São Conrado, no Rio de Janeiro. Nos primeiros anos da década de 1990, Anamaria ajudou a reformular o modelo de atenção de Vila Canoas por meio de uma parceria com docentes do Instituto de Saúde da Comunidade do Centro de Ciências Médicas da UFF e do Serviço de Saúde Comunitária do Grupo Hospitalar Conceição de Porto Alegre. O novo modelo era baseado em equipes com médico generalista, dentista, auxiliar de enfermagem e auxiliar de consultório dentário, ambos moradores da comunidade, e assistente social. A partir dessa experiência, também implantada na favela do Parque da Cidade, foi convidada, junto com sua equipe, pela secretaria municipal de saúde do Rio de Janeiro, a desenvolver um projeto piloto em 1995 em Paquetá. Esta experiência, da qual foi coordenadora, foi pioneira na implantação do Programa Saúde da Família no município e permitiu a ela desenvolver diversas atividades de gestão, tais como a Coordenação da Saúde da Família, em Maricá (RJ) e no Estado do Rio de Janeiro. No âmbito da SES/RJ, entre outras atividades, Anamaria assessorou o Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde e coordenou o Pacto da Atenção Básica no Estado.

Em 2003, Anamaria conheceu a EPSJV, apresentando os resultados de pesquisa, financiada pelo FAT, que buscou refletir sobre o processo de trabalho dos agentes comunitários de saúde no Estado do Rio de Janeiro. No mesmo ano, ingressou na Escola como bolsista e participou como docente de vários cursos de formação inicial e continuada; do antigo módulo básico do ensino médio, do qual foi coordenadora; da produção do material didático para docentes do CTACS “Educação Profissional e Docência em Saúde: a formação e o trabalho do agente comunitário de saúde”; e da elaboração do referencial curricular para o curso técnico em Agente Comunitário de Saúde, representando a EPSJV junto ao Ministério da Saúde.

Em 2005, assumiu a Coordenação da Cooperação Internacional da Escola e participou de diversas missões internacionais, além de integrar diversos fóruns de deliberação e discussão da Fiocruz, tendo como pressuposto a reafirmação do lugar da Escola na produção de conhecimento, no desenvolvimento tecnológico e nas atividades de ensino relacionadas aos trabalhadores de nível médio do SUS. “A experiência na CCI permitiu-me interagir com os diferentes grupos de trabalho da EPSJV e compreender melhor a dinâmica de funcionamento de outras instâncias da Fiocruz”, afirmou Anamaria.

Em 2013, se licenciou da EPSJV para cursar o Doutorado em Ciências Sociais na Universidade de Buenos Aires. Em 2017, retornou à Escola e, em 2018, assumiu a chefia de gabinete da Direção. Com a pandemia, assumiu a liderança dos esforços para a elaboração do Plano de Retorno da Escola às atividades presenciais no contexto da Covid-19.