Conscientizar as pessoas que praticam atividades ao ar livre, em especial em acampamentos, sobre doenças infecciosas e parasitárias transmitidas por vetores. Este foi o objetivo de Gabryella Ferreira, ex-aluna do Ensino Médio integrado ao curso técnico de Análise Clínicas da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) ao criar o guia 'Vetores em Acampamento: Eles também são um risco!’. Escoteira há cerca de dez anos e estagiária no laboratório de doenças parasitárias do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocurz), a jovem conta que o livro surgiu da necessidade de realizar um projeto de relevância no seu grupo de escoteiros. "Em uma conversa no laboratório sobre vetores de doenças infecciosas e parasitárias, percebi que nós, membros do movimento escoteiro, poucas vezes nos atentávamos sobre a possibilidade da presença de vetores durante nossas atividades ao ar livre e acampamentos", destaca.

Gabryella selecionou algumas doenças que, segundo ela, já são bastante conhecidas entre a população e, algumas não tão conhecidas, mas que têm grande importância, seja pela dificuldade do tratamento, seja por não terem cura. Entre elas, a jovem destacou a Febre Amarela, Doença de Chagas, Malária e Esquistossomose. Além disso, algumas destas doenças são ditas como negligenciadas, que são aquelas causadas por agentes infecciosos ou parasitas e são consideradas endêmicas em populações de baixa renda. Essas enfermidades também apresentam indicadores inaceitáveis e investimentos reduzidos em pesquisas, produção de medicamentos e em seu controle. "Existem diversos tipos de doenças infecciosas e parasitárias, cada uma delas com suas características e grau de severidade. O guia foi montado de maneira a explicar de forma simples e objetiva o que é cada doença, seus sintomas, possíveis agravos e ações que auxiliam na prevenção, principalmente, em acampamentos", afirma.

A ex-aluna da EPSJV conta que pesquisou em artigos publicados sobre o assunto e em livros de referência como 'Parasitos e doenças parasitárias do homem nas Américas e na África', de Luís Rey, além de colher informações a partir de atividades práticas dentro do laboratório do IOC. "Acredito que a experiência e o conhecimento passado através de todos os professores e profissionais da Escola Politécnica me fizeram abrir ainda mais os olhos para aquelas pessoas que estão mais vulneráveis na nossa sociedade, me chamando atenção para a falta de saneamento ambiental, que acaba ocasionando tantas doenças a essas pessoas", alerta.