Serviços 
O conteúdo desse portal pode ser acessível em Libras usando o VLibras

Expansão da pesquisa na EPSJV

Produção de conhecimento se reflete também na produção editorial da Escola.
Talita Rodrigues - EPSJV/Fiocruz | 06/01/2011 09h00 - Atualizado em 01/07/2022 09h47


A produção de conhecimento vem crescendo a cada ano com a expansão da pesquisa na Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV). Em 2010, além da continuação de pesquisas já iniciadas, outras investigações tiveram início. Um exemplo é a iniciação científica para jovens que, embora seja um princípio da EPSJV, agora se torna objeto de uma pesquisa específica. Com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), o projeto ‘Observatório Juventude, Ciência e Tecnologia: difusão de experiências de iniciação científica no ensino médio’, coordenado por Maria Lúcia Cardoso, tem como objetivos mapear, sistematizar, analisar e difundir informações sobre juventude, educação, ciência e tecnologia e inclusão social, além de divulgar as experiências de iniciação científica no ensino médio, por meio da criação do site do observatório. O trabalho também pretende contribuir para a formulação de políticas que incluam o tema de juventude no processo de desenvolvimento científico e tecnológico do país. “Essa era uma área que precisávamos desenvolver na Escola. Temos um trabalho de longo tempo com o Programa de Vocação Científica (Provoc), mas ainda não tínhamos pesquisas na área”, disse o vice-diretor de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico da EPSJV, Maurício Monken. O Provoc é coordenado pela EPSJV há 24 anos e proporciona aos estudantes do ensino médio de escolas públicas e privadas a iniciação científica por meio da vivência em ambientes de pesquisa.



Além desse projeto, a EPSJV teve mais quatro aprovados em editais da Faperj em 2010. Dois deles na área de Saúde Mental e que têm como tema a avaliação da reforma psiquiátrica brasileira. O projeto ‘Integração da rede de saúde mental com a atenção básica: elaboração de um instrumento de avaliação’, coordenado por Maria Cecília Carvalho, visa sistematizar uma metodologia para a produção de indicadores sobre a integração entre a Atenção Básica e a Saúde Mental e, com isso, ampliar o conhecimento nessa área. A pesquisa ‘Desinstitucionalização e abordagens psicossociais no território: uma investigação das demandas e práticas de cuidado em saúde mental na Estratégia Saúde da Família (ESF) no município do Rio de Janeiro’, coordenado por Nina Isabel Soalheiro vai pesquisar como se dá a constituição das redes de cuidado no contexto da ESF. O objetivo é a produção de dados qualitativos, que possam subsidiar gestores e formuladores de políticas e projetos no contexto da saúde mental na Atenção Básica, contribuindo para a consolidação do processo de reforma psiquiátrica no Brasil.



As consequências dos impactos ambientais sofridos pela Baía de Sepetiba, no Rio de Janeiro, na vida e na saúde dos pescadores da região são o tema de outra pesquisa da EPSJV que será financiada pela Faperj. O projeto ‘Impactos de grandes empreendimentos projetados para a região da Baía de Sepetiba nas condições de vida e situação de saúde dos trabalhadores da pesca das Colônias de Pedra de Guaratiba (Z-14), Sepetiba (Z-15) e Itacuruçá (Z-16)’, coordenado por Marcelo Bessa, vai analisar o processo de trabalho dos pescadores artesanais que atuam nas colônias de pesca da Baía de Sepetiba, com ênfase nas relações de saúde e segurança do trabalhador, afetadas pela intensificação da nova reconfiguração econômica implantada nessa região. O trabalho é um desdobramento da pesquisa ‘A construção compartilhada de cenários exploratórios e prospectivos entre atores envolvidos em conflitos socioambientais – o caso do passivo ambiental da Companhia Mercantil e Industrial Ingá’, também coordenada por Marcelo, que gerou inclusive o filme ‘Território de Sacrifício ao Deus do Capital: o caso da Ilha da Madeira’.



Outro projeto contemplado pela Faperj é ‘Plataformas Tecnológicas: seu uso e as relações com o processo de organização e produção de conhecimentos científicos em biomedicina’. O trabalho, que será realizado por Márcia Teixeira, pretende analisar as relações entre o processo de organização da pesquisa, a produção de conhecimentos técnico-científicos em laboratórios de pesquisa em biomedicina e o uso de um novo dispositivo de coordenação da pesquisa experimental — no caso, a Plataforma Tecnológica. As plataformas são espaços dedicados à prestação de serviços tecnológicos, isto é, à realização de ensaio especializado para um laboratório de pesquisa. O estudo tem como objetivos compreender o processo de implantação e o uso das Plataformas Tecnológicas nos laboratórios do Instituto Oswaldo Cruz (IOC). As plataformas que serão estudadas são ligadas ao Programa para o Desenvolvimento Tecnológico de Insumos para a Saúde do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde (PDTIS/CDTS) da Fiocruz.



Com financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), também teve início em 2010 o projeto ‘O ensino da biossegurança no Rio de Janeiro e no Ceará: um olhar em cursos técnicos da área de saúde’. O trabalho é realizado pelo Grupo de Estudos e Pesquisas em Biossegurança da EPSJV em parceria com a Universidade Federal do Ceará (UFC) e visa pesquisar a situação atual do ensino de biossegurança em cursos técnicos da área de saúde nos estados do Rio de Janeiro e do Ceará.



Além das pesquisas iniciadas em 2010, também tiveram continuação outros estudos da EPSJV, que investigam temas como a educação profissional em saúde; a formação e o trabalho dos agentes comunitários de saúde; a formação de trabalhadores de saúde; biossegurança; a educação profissional em saúde nos países do Mercosul; e formação em saúde ambiental para a população do campo. “Este ano de 2010 foi marcante para a pesquisa na EPSJV e a tendência é que ela continue crescendo e novas áreas de pesquisa sejam exploradas. Em 2011, também temos a perspectiva de ter mais projetos aprovados pelas agências de fomento”, disse Maurício, acrescentado que a produção do conhecimento gerada pelas pesquisas se materializa também nas salas de aula, já que é a integração entre ensino e pesquisa é um dos princípios fundamentais da Escola.



Em 2011, a EPSJV irá coordenar sete projetos no Programa de Desenvolvimento e Inovação Tecnológica em Saúde Pública (PDTSP) -Teias  de Manguinhos, programa de fomento à pesquisa da Fiocruz, todos voltados para as comunidades do território de Manguinhos e que abordam temas como Saúde e Educação, Territorialidade, Vigilância em Saúde, Atenção Básica, Estratégia Saúde da Família e politecnia.



Produção editorial



O conhecimento produzido pelos professores-pesquisadores da EPSJV se materializa também na produção editorial da Escola, pois muitas pesquisas geram a publicação de livros. Essa produção vem crescendo a cada ano e, em 2010, foram oito livros publicados pela EPSJV, alguns em parceria com outras editoras. Resultado do trabalho de 2010, serão lançados ainda até março deste ano outras cinco publicações. O conhecimento produzido pela EPSJV é acessível gratuitamente pela internet, no site www.epsjv.fiocruz.br.