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Festival Feminista de Lisboa conta com a participação de ex-aluna do Provoc

Raíza Nascimento foi convidada para expor sua pesquisa sobre ‘A Literatura Marginalizada da Escritora Carolina Maria de Jesus’
Beatriz Costa - EPSJV/Fiocruz | 29/03/2019 11h14 - Atualizado em 01/07/2022 09h44

A ex-aluna do Programa de Vocação Científica (Provoc) coordenado pela Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz), Raíza Nascimento foi convidada para apresentar seu trabalho sobre ‘A Literatura Marginalizada da Escritora Carolina Maria de Jesus’, no Festival Feminista de Lisboa. O trabalho, que já foi exibido no Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), agora alça novos voos em Portugal, entre os dias 10 e 13 de maio.  A pesquisa foi realizada no âmbito do Provoc, durou cerca de um ano e meio e teve a orientação do professor-pesquisador da EPSJV/Fiocruz, Ronaldo Travassos.

O objetivo da pesquisa foi tornar a história da escritora Carolina Maria de Jesus mais conhecida. “Carolina foi uma grande mulher e escreveu obras muito ricas. Suas histórias são inspiradoras, principalmente para as mulheres dos dias atuais que vivem casos semelhantes. A literatura da escritora é pouco conhecida, talvez por sua escrita ser informal, por conta do pouco estudo que teve, pois ela cursou apenas os dois anos primários da escola”, explica Raíza.


A estudante já conhecia a escritora antes de começar a pesquisa, isto colaborou com a escolha de seu objeto de estudo. “A minha co-orientadora do Provoc avançado, Miriane Peregrino, que também coordenava as rodas de leitura no Museu da Maré, da qual eu participava, criou com todo o material colhido durante as rodas, a Exposição Carolina em Nós - Da Maré ao Canindé. Por fim, indicou a exposição para ser apresentada durante o Festival. A exposição foi aceita e ela me indicou como representante”, explica ex-aluna como foi convidada para o evento.
A jovem pesquisadora agora pretende arrecadar dinheiro para conseguir ir ao Festival. O evento disponibiliza acomodações para os participantes, mas o valor do transporte e de outras despesas fica por conta da ex-aluna, que montou uma vaquinha virtual chamada ‘ajude Raíza ir ao Festival Feminista de Lisboa’.

O Festival Feminista de Lisboa deste ano aborda o tema ‘Feminismos: A luta do quotidiano’ e contém atividades como workshops, debates, concertos, teatro, cinemas, exposições e outras formas de expressões. A primeira edição do evento aconteceu em novembro de 2017 e tem como missão ser inclusivo, intercultural e se posicionar contra qualquer tipo de preconceito. Na última edição, em 2018, reuniu cerca de mil pessoas.

Provoc

O Programa de Vocação Científica (Provoc), coordenado pela EPSJV, possui mais de 30 anos de existência e investe na formação de jovens cientistas, que tomam contato com o ambiente da pesquisa desde a educação básica. O Provoc seleciona alunos de escolas públicas e privadas que passam a acompanhar e contribuir com o trabalho de pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz, uma das maiores instituições científicas em saúde do mundo. Na etapa Iniciação, cuja duração é de um ano, os alunos se familiarizam com as principais técnicas e objetos de pesquisa de Ciência e Tecnologia em Saúde. Na etapa Avançado, com duração de dois anos, o aluno desenvolve um subprojeto de pesquisa com o seu orientador, passando por todas as etapas de execução de um projeto de pesquisa em Ciência e Tecnologia em Saúde. Desde 2010, os jovens cientistas do Provoc, como Raíza, recebem uma bolsa de pesquisa do CNPq, financiada pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC ). Raiza concluiu o ensino médio na Escola Estadual Professor Clovis Monteiro, localizada em Manguinhos, em um complexo de favelas da zona norte do Rio. Atualmente, ela cursa jornalismo no Centro Universitário Carioca (UniCarioca), onde conquistou bolsa de estudo. "O Provoc foi um ‘divisor de águas’ na minha vida. Através dele, com as pesquisas, pude conhecer mais a Maré, território em que moro. Ter no currículo o programa da EPSJV com certeza é muito importante e foi justamente nesse período que eu decidi finalmente que queria fazer jornalismo na graduação. Com as pesquisas de campo tomei gosto pela coisa e quis levar isso para a vida”, conta a ex-aluna do programa.