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Fiocruz lança o Radar Covid-19 Favelas

Pesquisadores da EPSJV participam da iniciativa, que tem o objetivo de sistematizar, analisar e disseminar informações sobre a situação de saúde nos territórios
Julia Neves - EPSJV/Fiocruz | 04/08/2020 11h05 - Atualizado em 01/07/2022 09h42

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) lançou, no dia 30 de julho, a primeira edição do informativo Radar Covid-19 Favelas, desenvolvido pelo professor-pesquisador da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz), Carlos Batistella, e pelos pesquisadores da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz), Roberta Gondim, e da Cooperação Social da Fiocruz, André Lima, Fábio Araújo, José Leonídio Madureira e Mariane Martins. A publicação é mais uma das iniciativas da Sala de Situação Covid-19 nas Favelas, vinculada ao Observatório Covid-19 da Fiocruz, que buscam dar voz às populações vulneráveis no contexto da pandemia do novo coronavírus. Em um universo de diversas parcerias com movimentos sociais e coletivos, o documento conta também com a colaboração da professora-pesquisadora da EPSJV, Bianca Leandro, além de um grupo de residentes da Residência em Gestão da Atenção Primária, da ENSP/Fiocruz.

Segundo Batistella, o Radar está estruturado com base no monitoramento ativo de fontes não oficiais, como mídias, redes sociais e contato direto com moradores, coletivos e articuladores locais. “Ele busca sistematizar, analisar e disseminar informações sobre a situação de saúde nos territórios selecionados, visando promover a visibilidade das diversas situações de vulnerabilidade e antecipar as iniciativas de enfrentamento da pandemia”, ressalta, acrescentando que os relatos são coletados por meio da constituição de uma rede de interlocutores, valorizando a produção compartilhada de conhecimento, o acesso e a participação ativa de moradores de favelas.

A relevância da iniciativa, para Batistella, provém, de um lado, da necessidade de produzir respostas efetivas nesse contexto de ausência, omissão ou insuficiência histórica por parte do Estado em garantir políticas de proteção social e acesso aos cuidados junto aos territórios vulnerabilizados. “De outro, da necessidade de um olhar sobre as favelas como espaços de produção da vida, do trabalho e da cultura nas cidades, como um espaço de direitos”, destaca.

Na primeira edição, o Radar Covid-19 Favelas traz relatos de moradores das favelas do Catiri, Jacarezinho, Manguinhos e Maré (localizadas no Rio de Janeiro), além da seção Debates, que tem como tema “Racismo estrutural, favelas e saúde mental”. De acordo com Batistella, a publicação, que será quinzenal, possui diferentes seções, buscando contemplar desde algumas notícias mais rápidas, como "pílulas" que relatam eventos de forma curta e direta (seção "Megafone"); um espaço para repercutir as dificuldades e demandas no enfrentamento à Covid em diferentes territórios (seção "O que tá pegando"); um espaço dedicado à produção autoral de articuladores sociais, que pode ser tanto um texto escrito para o Radar por algum morador das favelas ou mesmo a transcrição de lives e debates públicos (seção "Debates") e um espaço para repercutir a luta dos movimentos sociais.