Em uma solenidade marcada pela emoção, Isabel Brasil assumiu na segunda-feira, dia 25, a direção da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV) para o mandato 2009-2013. A transmissão de cargos aconteceu à tarde no Auditório Joaquim Alberto Cardoso de Mello. Pela manhã, Isabel e outros 15 novos diretores das unidades técnico-científicas da Fundação Oswaldo Cruz tomaram posse em uma cerimônia realizada na Tenda da Ciência, no campus de Manguinhos. A festa também marcou o aniversário de 109 anos da Fiocruz.



Na cerimônia realizada na EPSJV, Isabel Brasil abriu seu discurso destacando a importância de processos democráticos como esse. “É em dias como esse que fica evidente a face democrática da Fiocruz pela escolha dos trabalhadores que constroem essa instituição”, disse. Isabel lembrou ainda que a Escola Politécnica sempre lutou pela educação emancipadora, voltada para a transformação da sociedade e agradeceu a confiança de todos em sua candidatura. “Essa escola ainda tem desafios imensos pela frente na luta pela escola e a saúde públicas. Os oito anos de direção do André Malhão favorecem esse novo trabalho que está começando, que terá avanços, novos projetos e alianças”, anunciou, referindo-se ao ex-diretor que lhe transmitiu o cargo. Isabel concluiu sua fala agradecendo a todos que ajudaram a construir a EPSJV desde a fundação da escola. “Amo essa escola e vou respeitá-la como André fez”, disse Isabel, encerrando um discurso emocionado que teve até homenagens e referências a Che Guevara e a militantes brasileiros de esquerda, vítimas da ditadura militar. “Sou fruto dessa geração”, resumiu.



Os representantes dos ministérios da Educação e da Saúde destacaram a excelência do trabalho desenvolvido na EPSJV e garantiram o apoio do governo federal para a continuidade dessas ações. “Temos orgulho da Escola Politécnica, que utiliza a pesquisa como princípio educativo e faz com que seus alunos não apenas adquiram conceitos prontos, mas também construam conhecimento. A educação é um processo e a política intersetorial entre educação e saúde está muito presente na EPSJV. O Ministério da Educação estará sempre à disposição dessa escola, que tem comprometimento com a educação profissional”, destacou Carlos Artexes, diretor de Concepções e Orientações Curriculares para a Educação Básica do Ministério da Educação. A coordenadora de Ações Técnicas do Departamento de Gestão da Educação em Saúde da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Clarice Ferraz, ressaltou que todos têm muito a aprender com a EPSJV, que oferece uma educação cidadã e humana e é um exemplo de como construir uma escola técnica. “André fez um trabalho de direção e construção. Agora temos que fortalecer esse trabalho e nos colocamos à disposição da Escola Politécnica para isso. O trabalhador da saúde merece uma educação transformadora, com um pilar na escola e outro no trabalho”.



André Malhão, que dirigiu a Escola Politécnica nos últimos oito anos, exercendo dois mandatos, destacou que as parcerias externas e internas são essenciais para o desenvolvimento das atividades da EPSJV. Ele ressaltou as mudanças ocorridas nos últimos anos na estrutura da escola e também a ampliação de suas atividades. “Buscamos novos desafios e superamos dificuldades, mas é fácil dirigir essa escola porque a equipe é muito boa e comprometida com o trabalho”, disse o ex-diretor, que também lembrou o papel dos novos dirigentes no próximo Congresso Interno da Fiocruz. “É a primeira vez que a Fiocruz unifica as eleições e vai fazer um Congresso Interno com todos os novos dirigentes no segundo semestre deste ano”, disse André, que conclui agradecendo a colaboração de todos durante seus dois mandatos e desejando ‘êxito completo’ para a nova direção da EPSJV.



O presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, elogiou a atuação de André à frente da direção da EPSJV. Gadelha também desejou sucesso à Isabel Brasil. “Tenho certeza que Isabel fará uma brilhante gestão e terá todo o nosso apoio para que a Escola Politécnica dê os saltos que, com certeza, dará”.



O representante do Grêmio Estudantil da EPSJV, Raphael Calazans, caracterizou a escola como “uma utopia em construção, que agora tem Isabel como chefe de obras”. O ex-vice-presidente da Fiocruz e um dos fundadores da EPSJV, Luiz Fernando Ferreira, lembrou como nasceu, há 23 anos, a Escola Politécnica “em conversas em uma mesa de bar com Sérgio Arouca e Arlindo Gomes” e como a unidade cresceu e expandiu suas áreas de atuação. O presidente da Abrasco (Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva), José da Rocha Carvalheiro, desejou sucesso à nova direção da EPSJV. Muito emocionado, o presidente do Sindicato dos Servidores da Fiocruz (Asfoc), Paulo César Ribeiro, o Paulão, lembrou o início de sua trajetória na Fundação como aluno da Escola Politécnica. “Essa escola cresceu imensamente e me sinto filho dela. Foi aqui que aprendi que um técnico pode ser um grande profissional, capaz de construir e transformar a realidade”.



Nova direção



Na cerimônia de transmissão de cargos, também assumiram os novos vice-diretores de Ensino e Informação, Márcia Valéria Morosini; de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico, Maurício Monken; e de Gestão e Desenvolvimento Institucional, Sérgio Munck.



Márcia Valéria falou sobre as melhorias que foram feitas na escola nos últimos anos, favorecendo o desenvolvimento do trabalho dos funcionários da EPSJV e destacou que “nossa tarefa é maior que a nossa escola porque também é um projeto de país, que vai além desses muros”. Maurício Monken parabenizou a Escola Politécnica pela prática dos processos democráticos no dia-a-dia da instituição e disse que “exemplos como o da EPSJV têm que se reproduzir neste país”. Sérgio Munck desejou que Isabel tenha sucesso à frente da direção da escola e que aperfeiçoe e aprofunde as ações da unidade nas áreas de educação, pesquisa e cooperação. “Que o nosso trabalho possa contribuir para a valorização da educação e da saúde pública”.