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Nova edição da revista Trabalho, Educação e Saúde

Publicação traz artigos que tratam do controle social no SUS, gênero e jornada de trabalho, entre outros, além de uma entrevista com o ex-presidente da Fiocruz, Paulo Buss.


No primeiro número de 2009, a revista Trabalho, Educação e Saúde (volume 7, número 1), publicada pela Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio/Fiocruz, traz artigos e um ensaio que traduzem o enfrentamento de questões pertinentes à formação do trabalhador da saúde, tanto em relação às características gerais que compartilham no mundo do trabalho na sociedade contemporânea quanto diretamente na relação cotidiana desse processo.



Em sua maior parte, o conjunto de trabalhos volta-se para a experiência brasileira. No texto de abertura, o ensaio ‘Do controle social à gestão participativa: interrogações sobre a participação política no SUS’, a autora Francini Lube Guizardi discute a participação política no SUS a partir da problematização das opções e concepções que orientam sua definição “como controle social, operacionalizado por meio de mecanismos de representação de interesses”. Desta forma, a intenção de promover uma reflexão sobre a participação política no SUS é remetida ao cotidiano institucional, como desafio de construção de modos de gestão participativos.



Roseli Caldart, no artigo ‘Educação do campo: notas para uma análise de percurso’, a partir de uma análise da constituição histórica da educação do campo, reflete as tensões e contradições principais “na relação entre movimentos sociais e Estado, na afirmação de uma tradição pedagógica emancipatória e da luta por políticas públicas que garantam o acesso dos camponeses à educação escolar em seu próprio território”.



Os dois artigos seguintes tratam da questão do trabalho. No artigo ‘Gênero e jornada de trabalho: análise das relações entre mercado de trabalho e família’, os autores Cláudio Dedecca, Camila Santos Matos de Freitas Ribeiro e Fernando Hajime Ishii analisam a intensidade da jornada total de trabalho para homens e mulheres, “considerando as condições de inserção ocupacional, o rendimento familiar e o ciclo familiar”.



Marcia Cavalcanti Raposo Lopes, no artigo ‘Subjetividade e trabalho na sociedade contemporânea’, diante da problematização da relação sujeito-trabalho na sociedade contemporânea, parte das configurações dessa relação na história do ocidente e discute “especificidades dos novos processos de trabalho voltadas à análise sobre as diferentes implicações sociopolíticas e subjetivas desta nova realidade da organização produtiva capitalista”.



O conjunto de artigos que vem a seguir discute a formação profissional na saúde, em que são analisadas políticas e programas como a educação permanente; o processo de aprendizagem significativa e as práticas sociais desenvolvidas em instituições que ministram a educação de profissionais da saúde. No artigo ‘Educação permanente dos serviços públicos de saúde de Florianópolis, Santa Catarina’, os autores Mônica Motta Lino, Vânia Marli Schubert Backes, Fabiane Ferraz, Marta Lenise do Prado, Geani Farias Machado Fernandes, Luiz Anildo Anacleto da Silva e Daiana Kloh, a partir dos pressupostos dessa política, analisam a realidade da educação permanente dos serviços públicos de saúde do município de Florianópolis. As autoras do artigo ‘As formas de aprendizagem mais significativas para os estudantes de enfermagem’, Lucimare Ferraz, Ivete Maroso Krauzer e Lurdes Chiossi da Silva investigam quais as formas de aprendizagem mais significativas para os acadêmicos do curso de enfermagem de uma universidade situada na região Sul do Brasil. A questão abordada por Glória Walkyria de Fátima Rocha e Vera Helena de Siqueira no artigo ‘Práticas sociais de estudantes de medicina na universidade pública: celebrações, eventos e cidadania’ diz respeito aos significados atribuídos por estudantes de medicina aos “agrupamentos formados em uma universidade pública”, em que analisam as relações sociais nos espaços criados com a “cidadania em uma sociedade de consumo”.



Na seção Relato, os autores Carla da Silva Santana, Leonardo Martins Kebbe, Marysia Mara de Carlo, Regina Dakuzaku Carreta e Valéria Meirelles Elui, no texto intitulado ‘Reflexões sobre a prática de tutoria com estudantes de terapia ocupacional’, descrevem experiência de tutoria desenvolvida no curso de graduação de Terapia Ocupacional na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP), “no âmbito dos modelos de práticas de tutoria desenvolvidas na formação em saúde, especificamente baseadas nas dimensões educativa e cuidativa”.



A entrevista, concedida à revista Trabalho, Educação e Saúde pelo pediatra e sanitarista Paulo Buss – atual coordenador geral do Centro de Relações Internacionais da Fundação Oswaldo Cruz, ex- presidente da Fiocruz por dois mandatos (de 2001 a 2008), e que recentemente assumiu a presidência da Federação Mundial de Saúde Pública – destaca a retomada do tema dos determinantes sociais da saúde. Paulo Buss discute e ressalta a influência dos DSS nas agendas de cooperação técnica internacional.



Por fim, a revista apresenta resenhas qualificadas de dois livros: Americanismo e fordismo, de Antonio Gramsci, publicado pela Hedra, em São Paulo, em 2008, por Lúcia Maria Wanderley Neves, e Escola e democracia (edição comemorativa), de Dermeval Saviani, publicado pela Autores Associados, Campinas, também em 2008, por Marise Ramos.





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