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Novo sistema de ventilação permite maior segurança e conforto térmico na EPSJV

Modelo adotado na Escola inclui a melhoria da qualidade do ar, uso de purificadores e permite a climatização com auxílio dos aparelhos de ar-condicionado
Leonardo Couto - EPSJV/Fiocruz | 24/02/2022 16h44 - Atualizado em 01/07/2022 09h40

A Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) renovou, neste início de 2022, todo o sistema de ventilação das salas de aula para recepcionar os alunos e trabalhadores de forma segura no retorno presencial às aulas. Seguindo o Plano de Retorno da Escola, as salas de aulas foram adaptadas, com apoio da Coordenação-Geral de Infraestrutura dos Campi (Cogic/Fiocruz), e com a adoção de medidas, baseadas em estudos nacionais e internacionais, que melhorassem a ventilação nesses ambientes. O sistema de ventilação utilizado na EPSJV promove a melhor circulação do ar, com o uso de ventiladores e filtros de ar, e pode ser utilizado junto com o ar-condicionado, ajudando na climatização das salas de aula.

Segundo a diretora da EPSJV, Anamaria Corbo, o sistema de insuflamento de ar externo e exaustão do ar interno faz com que o ar interno seja constantemente renovado. “Foram implementadas distintas soluções que permitem adaptações às condições climáticas externas e ao cenário epidemiológico. Promovemos a melhoria das trocas de ar através de um sistema de tubulação que puxa o ar externo e expulsa o interno através de grelhas que estão colocados na porta. Junto a isso, há o movimento dos ventiladores de teto, no modo exaustão,  que evitam as zonas de ar estagnado e melhoram o conforto térmico promovendo assim a renovação do ar. Além disso, dispomos de um sistema de purificação através da utilização de filtros MERV-15, que colocamos em cada sala de aula. Na sala de informática, utilizamos também um filtro HEPA. Hoje, todos os sistemas estão interligados. Também estamos realizando testes para validar o sistema de esterilização do ar através de UV e, uma vez que seja aprovado, ainda teremos mais uma solução que poderá ser utilizada em substituição ao uso dos purificadores”, explicou. Com este novo sistema, poderemos utilizar o ar condicionado, com portas e janelas fechadas, garantindo o conforto térmico nas situações de calor extremo.

A EPSJV e a Cogic elaboraram um sistema de esterilização do ar por meio de placas UV, no qual as placas com a luz ultravioleta embutida são instaladas no teto das salas de aula. Nesta solução, os ventiladores de teto promovem a movimentação do ar forçando a sua passagem por cima da placa para garantir a ação esterilizante da ultravioleta. O sistema foi montado em uma sala teste para que fossem feitos distintos processos de validação do seu uso, por conta dos riscosà saúde da radiação UV.

Modelo de ventilação utilizando MERV-15 e aparelhos ar-condicionado (Bruno Perazzo - Cogic/Fiocruz)

Durante o período de testes do sistema, uma nota técnica da Anvisa, publicada em 2021 questionou a eficácia e a segurança dos dispositivos UV para desinfecção, por isso, eles ainda não estão em funcionamento na Escola.  A Direção da EPSJV em conjunto com a Direção da Cogic estão se organizando para a criação de um grupo de trabalho interdisciplinar, com participantes das duas unidades, para a produção de conhecimento sobre a aplicabilidade das técnicas de ventilação, filtragem e desinfecção germicida UV. “Um dos objetivos do trabalho deste GT é a criação de evidências científicas que subsidiem a  a Anvisa para a elaboração de uma nova nota técnica. Insistimos na UV porque é uma medida de baixo custo para outras instituições e isso aumenta a replicabilidade em outros ambientes e em outras escolas, favorecendo o retorno seguro”, destacou Anamaria, acrescentando que a medida está de acordo com os estudos desenvolvidos por órgãos internacionais de saúde, como a Organização Mundial da Saúde. “Recentemente a OMS considerou  a transmissibilidade aérea a principal forma de transmissão do vírus, por isso a gente tem que produzir conhecimento que proponha alternativas de baixo custo para o controle da infecção aérea da Covid-19 nos ambientes internos e a placa UV é uma dessas maneiras”.

Poli Monitora Covid-19

Com o objetivo de observar as medidas implementadas e estudar futuras ações, a EPSJV conta com um Grupo de Trabalho voltado para avaliar a a transmissibilidade interna da Escola.. “O Poli Monitora Covid-19 tem a função de acompanhar a situação interna e o cenário epidemiológico para avaliar a continuidade ou não das atividades e propor mudanças quando for o caso”, explica Anamaria, acrescentando que, com isso, há a possibilidade de auxiliar outras instituições nas questões relacionadas ao retorno seguro ao ambiente escolar no contexto da pandemia de Covid-19.

A EPSJV também está fazendo a testagem em massa de trabalhadores e estudantes, com o apoio da Unidade de Apoio ao Diagnóstico da Covid-19 (Unadig/Fiocruz). A testagem possibilita que sejam encontrados assintomáticos com maior facilidade e rapidez, interrompendo a cadeia de transmissão. Segundo Anamaria, desde agosto de 2021, quando a Escola iniciou o retorno gradual às aulas presenciais, não houve transmissão interna na EPSJV. “Mesmo ainda sem o sistema de filtragem, não tivemos nenhum caso de infecção na Escola. Agora, com a implantação do sistema, fica ainda mais difícil que isso aconteça. De qualquer forma, temos o sistema de monitoramento para identificar o mais cedo possível os casos de infectados”, ressaltou a diretora da EPSJV.