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Produção de conhecimento em Educação Profissional em Saúde

Dissertações produzidas pela primeira turma de mestrado da EPSJV contribuem para tornar o tema objeto de estudo e pesquisa.
Talita Rodrigues - EPSJV/Fiocruz | 09/12/2010 09h00 - Atualizado em 01/07/2022 09h47


A conclusão das defesas de dissertações da primeira turma do Mestrado Profissional em Educação Profissional em Saúde da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV) marca o esforço da EPSJV em fazer da Educação Profissional em Saúde mais do que um processo formativo ou campo de ensino, mas objeto de estudo e pesquisa. “O Mestrado está consolidando a Educação Profissional em Saúde como um objeto de estudo em nível de Pós-Graduação, integrado com as atividades dos profissionais da Escola. Temos que destacar o pioneirismo da EPSJV nesse sentido, tendo como horizonte a constituição de uma área interdisciplinar de produção de conhecimento”, observa a coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Educação Profissional em Saúde, Marise Ramos.



Dissertações



Nas dissertações apresentadas pelos alunos da primeira turma de Mestrado da EPSJV, predominaram os trabalhos da linha de pesquisa ‘Concepções e Práticas na Formação de Trabalhadores da Saúde’. De acordo com a coordenação do curso, isso se deve, provavelmente, à predominância de alunos oriundos de instituições e programas de formação de trabalhadores da saúde, como a Escola de Formação Técnica em Saúde Enfermeira Isabel dos Santos. “Ainda assim, a diversidade adequada à natureza do programa pode ser notada pelas abordagens sobre as relações entre formação e trabalho nas mais diferentes áreas como saúde bucal, radiologia, manutenção de equipamentos, vigilância em saúde, educação permanente e educação corporativa”, diz Marise.



‘Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde’ e ‘Políticas Públicas, Planejamento e Gestão da Saúde e da Educação’ são as outras duas linhas de pesquisa do Programa de Pós-Graduação da EPSJV. “Os temas dos projetos de pesquisa foram coerentes com os objetivos das respectivas linhas de pesquisa e guardam, por sua vez, afinidade com as áreas de pesquisa dos orientadores. Várias dissertações foram recomendadas para publicação pelas bancas examinadoras”, disse Marise Ramos.



Entre as dissertações, algumas trataram de assuntos relacionados não só à educação, mas à EPSJV em particular. O aluno e profissional da EPSJV, André Búrigo, fez um estudo sobre a relação entre politecnia e a pedagogia do MST, a partir da construção coletiva de um currículo de saúde ambiental para a população do campo. Outro aluno que também é profissional da Escola, Gilberto Estrela, estudou as relações da politecnia com a formação dos trabalhadores de nível médio que atuam no campo da gestão do Sistema Único de Saúde (SUS).



Aspectos importantes para a educação em saúde também foram mapeados por algumas dissertações. O aluno Jose Luis Ferreira Filho, por exemplo, pesquisou sobre a formação profissional de radiologia em nível técnico e destacou que nenhuma instituição pública oferece esse curso na região metropolitana do Rio de Janeiro. Já o campo da Vigilância Sanitária foi tratada na dissertação do aluno Eduardo Cezimbra Laviola, que analisou as formas históricas como se organizam o trabalho e a força de trabalho de nível técnico nessa área na cidade do Rio de Janeiro.



Mestrado da EPSJV



O curso de mestrado da EPSJV tem caráter interdisciplinar e atende alunos com formações e experiências de trabalho variadas. A partir de 2010, a participação dos alunos em pesquisas foi aprimorada com a criação de duas disciplinas eletivas que se constituíram a partir de grupos de pesquisa já consolidados na Escola.



O Mestrado também proporciona aos seus alunos a oportunidade de construção coletiva de seus projetos de pesquisa. Em uma das disciplinas do curso, os alunos discutem durante as aulas seus trabalhos, com o objetivo de construir, discutir e analisar coletivamente a elaboração e o desenvolvimento dos projetos de pesquisa. “Isso proporciona ao mestrando a oportunidade de compartilhar com professores, pesquisadores e alunos o desenvolvimento de sua investigação”, observa Marise.



A primeira turma de Mestrado homenageou o professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Gaudêncio Frigotto, um dos idealizadores do curso. O grupo era formado por trabalhadores de instituições de educação em saúde, incluindo profissionais da EPSJV, além de alguns que já haviam cursado a Especialização em Educação Profissional em saúde na EPSJV.



O Mestrado foi implantado em 2008, quatro anos depois do início do Programa de Pós-graduação em Educação Profissional em Saúde da EPSJV, que oferecia apenas o curso de Especialização. Atualmente,  está em sua terceira turma e em fase final de seleção para a 2011.



A equipe de docentes é formada por profissionais da EPSJV, além de professores convidados e colaboradores de instituições como a Uerj e Universidade Federal Fluminense (UFF).



Pesquisa



As experiências vividas pela primeira turma de Mestrado da EPSJV também serão tema de uma pesquisa que tem o objetivo de analisar o curso e propor alternativas para o aprimoramento dele. A pesquisa será iniciada em 2011 e irá abordar o processo de construção do conhecimento dos mestrandos. “A primeira turma trouxe os desafios com os quais fomos aprendendo e desenvolvendo novas estratégias de condução político-pedagógica do Mestrado. Agora, pretendemos investigar o curso a partir de dois âmbitos: o da política educacional e o do processo de aprendizagem dos alunos”, explica a coordenadora da pesquisa, Cristina Morel.



Pós-graduação



O curso de mestrado da EPSJV foi organizado a partir da experiência com a Especialização em Educação Profissional em Saúde, que começou em 2004.  Em 2011, além da turma regular do mestrado, o curso será oferecido ainda para uma turma formada por docentes, técnicos e gestores da Rede de Escolas Técnicas do Sistema Único de Saúde (RET-SUS).



Também no próximo ano, a EPSJV irá oferecer outros dois novos cursos de pós-graduação lato sensu. Um deles é a Especialização em Educação Profissional em Saúde para Países Africanos de Língua Portuguesa (Palops), que visa qualificar trabalhadores e dirigentes da área de saúde desses países. O outro é a Especialização em Trabalho, Educação e Movimentos Sociais, voltada para trabalhadores rurais, que terá financiamento do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera), do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).