Em mais um passo para a retomada das estratégias, políticas e programas que possam contribuir com o fortalecimento da educação popular no Sistema Único de Saúde (SUS), foi publicada, no dia 12 de setembro, pelo Ministério de Saúde, a Portaria Nº 840, que nomeia os membros da Comissão de Articulação e Assessoramento ao processo de fortalecimento da Política Nacional de Educação Popular em Saúde no SUS - Articula PNEPS-SUS. Dentre eles, está a professora-pesquisadora da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz), Grasiele Nespoli. Além da Fiocruz, a Comissão conta ainda com representantes de diversas Secretariais Ministeriais, do Conselho Nacional de Saúde, do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), do Conselho Nacional de Secretarias Municipais (Conasems), da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), bem como da Articulação Nacional de Educação Popular em Saúde (Aneps), do Conselho de Educação Popular da América Latina e Caribe e da Escola Nacional Paulo Freire. 

O coletivo, segundo Grasiele, terá a missão de refletir e propor estratégias e caminhos para o fortalecimento da PNEPS-SUS, o que implicará na reconstrução do Comitê Nacional da Política e na construção de um novo Plano Operativo. “Vale lembrar que a EPSJV coordenou a principal estratégia de implementação da PNEPS, de 2015 a 2018, o Curso de Aperfeiçoamento em Educação Popular em Saúde, o EdpopSUS, que formou aproximadamente 11 mil agentes de saúde e lideranças comunitárias em diversos estados do país”, destaca.

Representando a Fiocruz como membro titular na comissão, em conjunto com o pesquisador Osvaldo Bonetti, da Fiocruz Brasília, Grasiele afirma que esse será o início de muitos outros trabalhos: “Estarei em diálogo com os companheiros e companheiras comprometidos com o enfrentamento das desigualdades e todas as formas de opressão”, diz ela. Como membros suplentes pela Fiocruz estão ainda Paulette Cavalcanti, da Fiocruz Pernambuco; e Fernando Carneiro, da Fiocruz Ceará.

Nesse novo cenário, a professora-pesquisadora adianta ainda a possibilidade de uma terceira edição do EdpopSUS. “Isso porque há um reconhecimento das agentes de saúde como trabalhadoras estratégicas para a construção de um modelo de atenção de base territorial, comunitária e participativa”, aponta. E conclui: “A educação popular também tem forte compromisso com a valorização dos saberes dos territórios, das memórias, lutas e organizações políticas, das práticas tradicionais de cuidado que resgatam a ancestralidade e refundam a relação do ser humano com a natureza”.