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Programa da Pós-Graduação da EPSJV realiza 6º edição de seminário de autoavaliação

No encontro, foi realizado um balanço das atividades do programa em 2022, além da definição de novas metas para os próximos anos
Julia Neves - EPSJV/Fiocruz | 16/02/2023 14h12 - Atualizado em 16/02/2023 15h45

A Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) promoveu, de 14 a 16 de fevereiro, o 6º Seminário de Autoavaliação e Planejamento da Pós-graduação. Com o tema “A pós-graduação na EPSJV: trabalho de orientação e processo pedagógico”, o evento buscou debater coletivamente o trabalho realizado ao longo de 2022, conforme as metas e indicadores construídos em anos anteriores; além de reconhecer as dimensões do processo pedagógico desenvolvido no âmbito do mestrado, particularmente do trabalho de orientação,  apontando estratégias coletivas de fortalecimento desse trabalho, bem como definir e priorizar as ações necessárias para alcançar as metas propostas. O encontro reuniu a equipe e os docentes credenciados da pós-graduação, alguns discentes e a Direção da Escola. Atualmente, o programa conta com duas turmas do Mestrado Profissional em Educação Profissional em Saúde em andamento.

A coordenadora da Pós-graduação da EPSJV, Marcela Pronko, iniciou o seminário com um balanço das atividades em 2022. Em relação a metas e objetivos para o quadriênio (2021-2024), a coordenadora ressaltou que foi cumprida parcialmente a meta de dar maior organicidade à pesquisa no programa e fortalecer a integração entre as linhas de pesquisa, as disciplinas, os projetos de pesquisa, as dissertações e a produção docente e discente, com a criação da Comissão ad hoc Linhas de Pesquisa que, em seguida, foi transformada em Comissão ad hoc Análise das Dissertações, além da participação da Pós-graduação no Seminário de Pesquisa da Escola.

“Com o objetivo de fortalecer as instâncias coletivas de trabalho no âmbito do programa, tais como Centro de Estudos e Seminário Discente, o trabalho colegiado vem sendo fortalecido pelo funcionamento de todas essas instâncias e a realização anual dos Seminários de Autoavaliação e Planejamento”, destacou.

Marcela apontou que o processo de autoavaliação oferece elementos para dar cumprimento à meta de revisitar o campo da Educação Profissional em Saúde como forma de repensar o caráter estratégico do programa à luz das novas determinações da realidade. Além disso, continuou Marcela, “o aumento do conceito CAPES [Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior] de 3 para 4, bem como a possibilidade de criação de uma Turma Especial em Rondônia podem ser indicadores importantes a serem considerados”.

A coordenadora falou ainda sobre as ações definidas em seminários anteriores que já estão sendo realizadas. “A prática de elaboração de um plano de trabalho anual para os docentes, indicando disciplinas; orientações; produção técnica e bibliográfica, pesquisa e participação em comissões, com aprovação do colegiado do grupo de trabalho em que atua o docente, firmou-se como instrumento importante para o planejamento do programa. Porém, precisa ser aperfeiçoado na sua organicidade”, pontuou. 

Já a oferta de disciplinas eletivas de verão e de inverno, de acordo com Marcela, se consolidou como estratégia exitosa do Programa, constituindo opção privilegiada tanto por estudantes internos e externos quanto pelos docentes. “A variedade de formatos (presencial, remoto e híbrido) favorecem a experimentação no espaço de docência”, disse. Além dessas, a oferta regular de disciplinas ou atividades voltadas para a preparação de produção textual também tem sido muito bem avaliada pelos discentes como forma de estimular e apoiar a produção de discentes e superar a dificuldade de alguns mestrandos com a escrita acadêmica.

Sobre o Centro de Estudos, disponível no canal da EPSJV no Youtube, Marcela apontou que continua sendo importante espaço de integração e intercâmbio entre discentes, docentes, egressos e outros participantes. “Porém, a retomada das atividades docentes presenciais colocou em xeque o alcance da proposta e coloca diante de nós a necessidade de reavaliar o formato e a estratégia de composição do grupo responsável, pois a representação discente não foi efetivada, por exemplo”, 

Em relação aos desafios para 2023, Marcela citou a incorporação de novos formatos não presenciais para as atividades regulares (atividades híbridas e remotas), a consolidação e aprofundamento das atividades de autoavaliação do programa e a transformação da pesquisa de acompanhamento de egressos em processo permanente do programa. “Acrescento ainda a necessidade de aprofundamento da relação entre a pesquisa na escola e a produção dos mestrandos, a consolidação da gestão colegiada e da organicidade da inserção institucional”, afirmou a coordenadora.

Dimensões do trabalho de orientação 

Após a abertura do seminário, foi realizada uma mesa redonda com a participação da discente e representante da turma 2021, Ingridh Lima, e os professores-pesquisadores Marco Antônio Santos, Grasiele Nespoli e Ana Reis, que também é representante da Comissão de Egressos. O objetivo da mesa foi refletir sobre as diferentes dimensões do trabalho de orientação, avaliando sua importância, assim como os entraves, os desafios e os aprendizados que possam ser aproveitados pelo Programa.

Marco Antônio falou sobre a importância da autonomia e da adaptação discente no processo da orientação. “A autonomia não é dada, é construída. A experiência da maioria das pessoas no mestrado não tem sido nessa direção. Na verdade, se aproxima do que Paulo Freire chamava de Educação Bancária, no qual o docente detém o saber”, apontou.

Para Grasiele, o trabalho acadêmico tem várias dimensões: técnica, teórica, política e ética. “Nesse contexto, a orientação é a arte do bom encontro, porque coloca duas pessoas em diálogo em prol de algo comum, mediado por um projeto”, afirmou.

Enquanto discente, Ingridh ressaltou a importância da empatia por parte dos docentes em todos os momentos da orientação. “Escrever não é uma tarefa fácil, que passa só pelo que está se lendo. Escrever, inclusive, passa pelos nossos problemas pessoais, de família, econômicos... tudo isso reflete em nossa escrita. A orientação precisa envolver afeto”, comentou.

Por fim, Ana apresentou uma parte do relatório de Acompanhamento de Egressos 2017-2021, no qual 57 egressos responderam à pesquisa sobre disponibilidade de tempo do pesquisador, afinidade da área de pesquisa do tema do orientador e do tema da dissertação e a existência de espaços físicos para orientação.

Relatórios das comissões

Na parte da tarde do primeiro dia do seminário, Ana Reis continuou apresentando o relatório de Acompanhamento de Egressos 2017-2021. “Foram 78 questões, divididas em nove blocos, que trataram de diversos temas, como questões socioeconômicas, formação, avaliação da experiência no curso, condições de dedicação ao curso, dentre outros”, comentou.

A ideia agora, segundo Ana, é realizar a análise dos resultados com maior profundidade, trazendo reflexões propositivas, avaliar a necessidade de ajustes no instrumento de coleta de dados e implementar estratégias para ampliar a participação dos egressos na pesquisa.

Nesse mesmo dia, foram apreciados ainda outros dois relatórios. Sobre a Comissão Ad hoc de análise das dissertações, Grasiele falou sobre o trabalho que tem sido realizado a partir das 247 dissertações, de 2010 a 2022. “Nosso objetivo é identificar os principais temas; caracterizar tendências dos estudos em relação às linhas de pesquisa, aos recortes e abordagens teóricas das temáticas desenvolvidas; além de apontar lacunas e limites da produção do conhecimento, considerando marcos teóricos e conjunturas da interface trabalho, educação e saúde”, explicou.

Dessa forma, Grasiele contou que o primeiro passo foi o levantamento quantitativo das produções por ano e a organização dos dados para pesquisa; o segundo passo foi a importação de dados para o software MaxQDA; e o terceiro foi a categorização dos objetos/temas, abordagem teórica e linhas de pesquisas. “Temos alguns dados preliminares, mas precisamos entender e nos debruçarmos sobre como o programa se comporta com o tempo”, adiantou.

Na apresentação do relatório da Comissão de Bolsas, o professor-pesquisador Sergio Oliveira falou sobre a situação do auxílio na EPSJV e sobre como a pandemia de Covid-19 agravou ainda mais o contexto.

No segundo dia de encontro, foram apresentados o relatório da Comissão de Autoavaliação, pela professora-pesquisadora Márcia Teixeira, e o relatório da Equipe de Coordenação do Centro de Estudos, pela professora-pesquisadora Carla Macedo.

Para Márcia, ter uma comissão que reflita, insista, construa e refaça instrumentos de autoavaliação é representativo desse programa. “Porque precisamos materializar isso que percebemos desde o início: ser um lugar que modifique as vidas dos nossos alunos e que contribua para a vida e a formação desse trabalhador”, complementou.

Sobre o Centro de Estudos, Carla apontou que a programação buscou contemplar discussões em torno da articulação entre a cultura e as questões societárias brasileiras. “Assim como as problemáticas que impactam diretamente a educação profissional em saúde, como as migrações e o orçamento público”, concluiu.

Novos desafios

No último dia do seminário, a Coordenação da Pós-graduação apresentou as metas e desafios para 2023.

Em relação aos processos da Comissão de Autoavaliação, uma das propostas aprovadas foi articular os diversos instrumentos de maneira a avaliar o processo pedagógico desde a seleção até a defesa de dissertação. “Para isso, foi proposta uma oficina de construção desse percurso avaliativo. . A aplicação de todos os instrumentos, desde que aprovado o processo no Colegiado, se tornam de aplicação obrigatória e passam a fazer parte das responsabilidades docentes”, afirmou Marcela, acrescentando a importância de incentivar a participação discente, através da definição de representantes.

Sobre o Centro de Estudos, foi definida uma nova coordenação, além de destacada a necessidade de retomar o planejamento das sessões, experimentando diversidade de formatos e compreendendo como lugar da transversalidade e do debate teórico-metodológico desenvolvido de maneira articulada com as disciplinas.

Ficou apontada também a necessidade de avançar com a articulação do trabalho das comissões;  o desenvolvimento de oficinas de escrita científica para favorecer publicações; a reformulação do regulamento de bolsas para permitir um acompanhamento mais próximo do desenvolvimento do trabalho discente dos bolsistas, incluindo a participação de discentes em diversos espaços da Pós-graduação. Além disso, ficou pactuado que os docentes credenciados deverão oferecer um mínimo de duas vagas para orinetação; bem como a realização de uma atividade de acolhimento discente no início do período letivo com ampla participação docente.

Novo site

No encerramento do seminário, foi lançado o novo site do Programa de Pós-graduação em Educação Profissional em Saúde da EPSJV. A nova página tem uma interface mais dinâmica e conta com uma nova organização das dissertações, que podem ser pesquisadas por título, autor ou ano.

Há também uma aba de notícias e uma galeria com fotos dos docentes credenciados, que direciona o usuário para o minicurrículo dos professores, linhas de pesquisa e projetos que eles participam.

O novo site também tem uma playlist com as sessões do Centro de Estudos e uma agenda com as atividades do programa.

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