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Rede Internacional de Educação de Técnicos em Saúde tem novo plano de trabalho

Documento foi elaborado durante a 2º Reunião Geral da RETS, realizada em dezembro na EPSJV.
Talita Rodrigues - EPSJV/Fiocruz | 22/12/2009 09h00 - Atualizado em 01/07/2022 09h47


A Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV) foi reconduzida a secretaria-executiva da Rede Internacional de Educação de Técnicos em Saúde (RETS), durante a 2ª Reunião Geral da RETS, realizada este mês na EPSJV. Na mesma ocasião, foi definido o plano de trabalho da Rede para o período 2010-2012. O documento é baseado em três eixos principais. O primeiro deles, ‘Fortalecimento, Ampliação e Difusão da RETS’, tem como objetivo ampliar e fortalecer a RETS na região das Américas, Caribe e África. Para isso, estão previstas estratégias como a consolidação das ações de cooperação técnica nos países que já possuem representação na Rede; a busca de novos membros e parceiros que possam integrar a RETS; a difusão da Rede e a constituição e consolidação das subredes de escolas técnicas de saúde da CPLP e da Unasul.



O segundo eixo, ‘Comunicação e Produção de Informação e Conhecimento’, tem como foco principal desenvolver e aprimorar mecanismos que facilitem a produção de informação e a comunicação entre os integrantes da RETS e entre a Rede e o público externo. Entre as estratégias para isso, estão a coleta de informações de cadastro de todos os membros e parceiros da RETS; a definição de uma rede de contatos com representantes institucionais; a criação de um banco de dados sobre a educação de técnicos nos países integrantes da Rede, acessível pela internet; o aperfeiçoamento e alimentação do site da RETS com as informações sobre cada membro ou parceiro; a manutenção da publicação periódica da revista da RETS em três idiomas e a criação de um comitê editorial para a revista.



O terceiro eixo do plano de trabalho é ‘Produção, Divulgação e Intercâmbio de Conhecimentos na Área de Educação de Técnicos’, que tem como objetivo fomentar o desenvolvimento de pesquisas para consolidar a produção acadêmica na área de educação de técnicos, subsidiar a formulação de políticas públicas nos países e o estabelecimento de cooperação técnica entre as instituições membro. As estratégias adotadas neste eixo são a elaboração de um glossário de definição e classificação de ocupações técnicas existentes nos países da região das Américas, Caribe e dos países de língua portuguesa; o incentivo para a criação de uma Rede de Observatórios de Recursos Humanos, além do fortalecimento dos existentes; desenvolvimento de propostas de investigação com publicação de livros e documentos; incentivo à constituição de grupos de trabalho por áreas de pesquisa; estímulo da cooperação técnica para a produção e o aperfeiçoamento de material didático; identificação de potencialidades, necessidades e demandas em áreas estratégicas para a educação de técnicos com vistas ao estabelecimento de parcerias interinstitucionais; intercâmbio e mobilidade de docentes, discentes e técnicos entre as instituições-membro.



Apresentações



No primeiro dia da reunião, 9 de dezembro, o diretor do Centro de Relações Internacionais em Saúde (CRIS) da Fiocruz, Paulo Buss, fez uma apresentação sobre a União de Nações Sul-Americanas (Unasul) e o diretor de Cooperação da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Manuel Lapão, apresentou o Plano Estratégico de Cooperação em Saúde da CPLP para o período 2009-2012.



No mesmo dia, foram realizadas ainda as mesas ‘Experiências de formação de trabalhadores a partir da Atenção Primária em Saúde (APS)’, com as apresentações ‘A reorganização do sistema de saúde do Paraguai com foco na APS’, do representante do Ministério da Saúde Pública e Bem-Estar Social do Paraguai, José Marin Masollo; ‘Considerações sobre a formação e a gestão do trabalho dos agentes comunitários de saúde no Brasil’, da vice-diretora de Ensino da EPSJV, Márcia Valéria Morosini; e ‘A carreira de tecnologias da saúde em Cuba’, de Julio Portal, da Faculdade de Tecnologias de Saúde.



Para encerrar o dia, foi realizada a mesa ‘A questão da cultura na formação dos trabalhadores da saúde’. Ineke Dibbits, coordenadora nacional da Rede Boliviana para a Humanização do Parto e Nascimento, fez uma apresentação sobre ‘A interculturalidade na formação dos trabalhadores da saúde da Bolívia’; e Rafael Villas Bôas, professor da UnB, falou sobre ‘A articulação entre cultura e política na formação dos trabalhadores do campo’. Para Rafael, os principais equívocos na formação cultural dos trabalhadores são entender a cultura como um índice de erudição e usar a cultura como um chamariz ou meio para a organização social. “É aquela coisa de fazer uma palestra, mas exibir um teatrinho antes da palestra para chamar o público”. O professor aponta alguns princípios de atuação para mudar o panorama da cultura. “A cultura é um trabalho, que para ser feito implica em conhecer as estruturas para além de seu conteúdo. Também é necessário atuar em confrontação com a lógica do espetáculo que vigora hoje em dia”.



No último dia do evento, foi realizada a mesa ‘A produção de conhecimento sobre os técnicos em saúde: a importância dos observatórios de recursos humanos em saúde’. Na ocasião, foram feitas as apresentações ‘A experiência do Observatório Andino’, com Giovanni Escalante, da Organização Panamericana de Saúde/Peru; e ‘A experiência do Observatório de Técnicos da EPSJV’, com a pesquisadora da EPSJV, Mônica Vieira.