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Tem início segunda etapa da pesquisa sobre formação de técnicos em saúde no Mercosul

Objetivo é formar uma base de informações sobre a formação e atuação desses profissionais no Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.
Talita Rodrigues - EPSJV/Fiocruz | 10/06/2010 08h00 - Atualizado em 01/07/2022 09h47


A formação de técnicos em saúde nos países do Mercosul é o tema da pesquisa coordenada pela Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV), que teve sua segunda etapa iniciada neste mês. Nesta etapa, a pesquisa irá mapear a oferta de formação de técnicos na Argentina, Paraguai e Uruguai do ponto de vista qualitativo e quantitativo.



Para iniciar a segunda etapa, a EPSJV coordenou uma oficina, nos dias 1º e 2 de junho, com a equipe de pesquisa argentina. O trabalho foi realizado em Buenos Aires.



Durante a oficina, a EPSJV apresentou os resultados obtidos e a metodologia de trabalho utilizada na primeira etapa do projeto de pesquisa ‘A educação profissional em saúde no Brasil e nos países do Mercosul: perspectivas e limites para a formação integral de trabalhadores face aos desafios das políticas de saúde’, que em breve será publicado em livro. Já a equipe argentina apresentou a metodologia que será usada pelos pesquisadores do país, elaborada a partir das informações recebidas da EPSJV, mas com as adaptações necessárias às especificidades da Argentina.



A pesquisa deve ser concluída até 2012, quando será realizado um seminário para que cada país apresente seus resultados. “A pesquisa não será igual em todos os países porque cada um tem suas especificidades. Vamos preservar os objetivos e categorias de análises para que os resultados obtidos em cada país possam ser comparados”, explica Marcela Pronko, coordenadora da pesquisa.



Nos próximos meses, serão realizadas oficinas no Paraguai e no Uruguai para que esses países também iniciem a pesquisa e seja formado um mapa sobre a formação de técnicos no Mercosul. “A EPSJV irá coordenar as equipes de pesquisa dos três países para garantir a manutenção da comparabilidade entre os países e formar uma base de informações para a tomada de decisões no âmbito do Mercosul”, diz Marcela.



Projeto Mercosul



A pesquisa ‘A educação profissional em saúde no Brasil e nos países do Mercosul: perspectivas e limites para a formação integral de trabalhadores face aos desafios das políticas de saúde’ foi iniciada em 2007 e teve sua primeira etapa concluída em 2009. Essa etapa foi dividida em duas fases. Na primeira, foi feito um mapeamento da formação de técnicos no Brasil. “Na segunda, foi realizada uma pesquisa sobre os marcos normativos dos países do Mercosul para conhecer as políticas de formação de técnicos em saúde em cada país. Pesquisamos como é a legislação sobre essa formação e a organização dos sistemas de saúde, entre outras informações”, explicou Marcela.



A primeira etapa da pesquisa deu origem a um seminário e ao livro ‘A Silhueta do Invisível: a formação de trabalhadores técnicos em saúde no Mercosul’. Entre os resultados obtidos na primeira etapa do Projeto Mercosul, Marcela destaca a desigualdade geográfica em relação à formação de técnicos no Brasil. “Há uma concentração de instituições formadoras nas regiões Sul e, principalmente, Sudeste. A maioria delas é privada e faz uma formação voltada para o mercado de trabalho, sem uma perspectiva de formação integral dos trabalhadores em saúde”, ressaltou a coordenadora da pesquisa, acrescentando que a área de Enfermagem é a que concentra o maior número de profissionais formados.



Nos demais países do Mercosul, a pesquisa constatou que há uma grande diversidade em relação à formação, certificação, regulação e regulamentação do exercício profissional desses trabalhadores. “O que se percebe é um desconhecimento sobre quem são, o que fazem e onde estão esses trabalhadores, formando a invisibilidade da categoria”, concluiu Marcela.





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