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Quando a cesárea não é salvadora

No Brasil, o modelo de atenção ao parto é intervencionista, hospitalocêntrico e medicalizado, mas taxas de mortalidade materna e neonatal seguem altas e sem sinais de que irão diminuir. Conheça algumas experiências que dão certo no SUS.
Raquel Torres - EPSJV/Fiocruz | 27/03/2014 08h00 - Atualizado em 01/07/2022 09h47

Você com certeza conhece alguma mulher que precisou fazer uma cesariana porque era velha ou jovem demais, estava com muito ou pouco líquido amniótico, teve pressão alta ou diabetes gestacional,  ‘não dilatou’ ou porque o trabalho de parto estava muito longo. Também certamente já ouviu casos de cesáreas salvadoras porque o bebê havia ‘passado do tempo’, era grande ou pequeno demais ou havia liberado mecônio (as primeiras fezes), ou ainda porque uma ultrassonografia mostrava o cordão umbilical enrolado no pescoço.

Todas essas situações têm duas características em comum: são indicações recorrentes para a cesariana no Brasil e... são falsas. Ao contrário do que muitas vezes se acredita, a realização da cirurgia nesses casos não é mais segura que o parto vaginal – ao contrário. Em seu blog (www.estudamelaniaestuda.blogspot.com), Melania Amorim apresenta, em linguagem simples, estas e outras indicações ‘fictícias’ para a cesariana e lista também algumas das poucas indicações reais para a cirurgia. Entre elas, estão prolapso de cordão com dilatação não completa (quando o cordão umbilical sai antes do bebê); descolamento prematuro da placenta; bebê transverso (ou seja, ‘atravessado’ na barriga); e herpes genital com lesão ativa durante o trabalho de parto.