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Quem tira nota alta, ganha mais

Raquel Júnia - EPSJV/Fiocruz | 04/05/2016 15h34 - Atualizado em 01/07/2022 09h46

O modelo meritocrático adotado para gerir os resultados das avaliações no Rio de Janeiro é outro aspecto bastante criticado por professores e estudantes. As escolas são ranqueadas de acordo com o desempenho nas provas, e, caso atinjam as metas propostas pela Secretaria de Educação, seus professores e funcionários recebem bonificações salariais. Segundo Fernando Penna, o estado de Goiás também adota condutas semelhantes. “Isso gera de uma maneira muito cruel uma pressão para que os professores aprovem cada vez mais, que treinem seus alunos para que eles façam essas avaliações porque parte do ganho deles no final do mês dependeria disso. Em Goiás, eles têm um prêmio aluno, que é o recebimento de uma poupança dependendo dos resultados nos exames. Esta lógica de competição não acrescenta em nada no campo educacional”, critica.

Ricardo Henriques, Anna Helena Altenfender e Alessio Lima, do Movimento pela Base, concordam que o ranqueamento é um mau uso das avaliações de larga escala. “Nós não defendemos as avaliações em larga escala feitas pura e simplesmente para classificar e ranquear escolas e municípios. O principal objetivo seria fornecer diagnósticos que permitissem a cada gestor fazer as devidas interferências para que aquela rede de ensino venha alcançar melhores resultados, direcionar as questões pedagógicas. Não defendemos este uso porque temos municípios com diferentes realidades sociais e econômicas e até geográficas, temos um país muito diverso e não dá simplesmente para aplicar uma avaliação desconsiderando este contexto”, afirma o dirigente da Undime.