Serviços 
O conteúdo desse portal pode ser acessível em Libras usando o VLibras

Aula inaugural da Pós-Graduação aborda Sistemas de Educação Profissional no Brasil Republicano

A Biblioteca dispõe de 23 computadores para acesso a Internet
Os professores Gaudencio Frigotto e Virgínia Fontes
participaram do debate durante a aula inaugural.

O sociólogo Luis Antônio Cunha, mestre e doutor em Educação, falou sobre os Sistemas de Educação Profissional no Brasil Republicano, na aula inaugural do Curso de Especialização em Educação Profissional em Saúde. Participaram do evento a Direção da EPSJV, Coordenadores de Laboratórios, professores, alunos do curso de Pós-Graduação e convidados. A professora Marise Ramos, Coordenadora do Curso, mediou a palestra e o debate realizados durante a aula.

Luis Antônio definiu Sistemas Educacionais como um conjunto de estabelecimentos de Ensino públicos ou privados com objetivos e administração em linhas comuns. O professor discorreu especificamente sobre os sistemas formados pelas Escolas de Aprendizes e Artífices, que deram origem às atuais escolas técnicas federais e cefets, e pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI).

Segundo o professor, as primeiras escolas de Ensino Profissionalizante no Brasil surgiram com o crescimento da população urbana. Era necessário ensinar aos filhos das classes populares um ofício que lhes garantisse a sobrevivência, e os tornasse cidadãos úteis à nação. A proposta dessas escolas baseava-se prioritariamente na valorização das ciências exatas e das técnicas ligadas ao ofício que lhes seria ensinado, deixando em segundo plano os valores relacionados à Ética e à Cidadania.

Ainda nas primeiras décadas do Brasil Republicano, as Escolas de Ensino Profissionalizante deveriam assumir o papel de preparar e qualificar mão -de -obra para as fábricas localizadas nos diferentes parques industriais espalhados pelas cidades brasileiras. Entretanto, como demonstrou o professor, essas instituições cumpriram, na verdade, uma função política de distribuição de poder nas unidades da federação, posto que sua implantação não seguiu a risca o mapa regional de desenvolvimento industrial do país . As Escolas de Ensino profissionalizante preocupavam-se ainda em formar trabalhadores que executassem seus ofícios sem a possibilidade de pensamento crítico ou questionamento do seu papel social.

Quanto à criação das escolas do SENAI, a palestra versou sobre o hibridismo dessas instituições, que podem ser consideradas tanto públicas quanto privadas; sobre as diferenças de concepções de formação que existiam no âmbito do próprio governo à época; e, ainda sobre as relações entre o governo e os empresários que acabaram levando à criação de um sistema forte e estável desde a sua criação até os dias de hoje