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EPSJV faz moção de repúdio ao assassinato dos pescadores da Ahomar

Escola Politécnica se solidariza com familiares e espera a identificação e responsabilização dos culpados.
EPSJV - EPSJV/Fiocruz | 02/07/2012 08h00 - Atualizado em 01/07/2022 09h46

A EPSJV/Fiocruz em conjunto a diversos movimentos sociais e instituições repudia os assassinatos dos pescadores artesanais e ativistas Almir Nogueira de Amorim, de 40 anos, e João Luiz Telles Penetra (Pituca), de 45 anos, ambos membros da Associação de Homens e Mulheres do Mar (Ahomar). Os pescadores foram assassinados na madrugada do dia 23 de junho enquanto pescavam na Baía de Guanabara. Almir e Pituca foram encontrados com pés e mãos amarradas e mortos por afogamento. Almir foi encontrado próximo a Magé no dia 24 (domingo) e Pituca na Praia de São Gonçalo no dia 25 (segunda-feira).

Pescadores da Ahomar, grandes articuladores do movimento em defesada pesca artesanal e pela preservação da Baía de Guanabara, entre eles, Amir e Pituca, participaram da atividade promovida pela EPSJV e por outras instituições no Espaço Saúde, Ambiente e Sustentabilidade na Cúpula dos Povos, no dia 18 de junho. Na ocasião denunciaram as ameaças que integrantes da associação vinham sofrendo, além dos impactos socioambientais causados por grandes empreendimentos na Baía de Guanabara como o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro, o Comperj, da Petrobras.

Em menos de quatro anos, a Ahomar perdeu grandes lutadores que defendiam a pesca artesanal e a preservação das áreas impactadas pelos mega projetos. Além de Almir e Pituca, o pescador e ex-tesoureiro Paulo Santos Souza e Márcio Amaro, um dos fundadores da associação também foram assassinados brutalmente em 2009 e 2010, respectivamente. Após inúmeras ameaças de morte ao longo deste tempo, o presidente da associação de pescadores, Alexandre Anderson de Souza, vive com sua família sob a guarda do Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos.

A EPSJV/Fiocruz se junta aos diversos manifestos e se solidariza com os familiares das vítimas e os companheiros da Ahomar e espera que os responsáveis por todos estes crimes brutais sejam identificados e responsabilizados. Além disso, fazemos coro para que a vida dos militantes da Associação dos Homens e Mulheres do Mar seja urgentemente preservada, assim como o trabalho dos pescadores artesanais da Baía de Guanabara pela qual tanto lutaram os que já tombaram e ainda lutam os sobreviventes dessa batalha desigual.