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EPSJV forma 35 alunos no Curso de Especialização Técnica de Nível Médio em Saúde Mental

Solenidade contou com palestra de Pedro Gabriel Delgado, ex-coordenador nacional de Saúde Mental, àlcool e Outras Drogas do Ministério da Saúde.
Viviane Tavares - EPSJV/Fiocruz | 16/07/2012 08h00 - Atualizado em 01/07/2022 09h46

A importância do profissional técnico no âmbito da Reforma Psiquiátrica. Esta máxima esteve presente em todos os discursos realizados durante a cerimônia de formatura da VI Turma do Curso de Especialização Técnica de Nível Médio em Saúde Mental no dia 13 de julho na Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz). O evento contou com mais de 100 pessoas entre profissionais da saúde, convidados, familiares, alunos e professores do curso.

Na mesa de abertura, estavam presentes a vice-diretora de pesquisa e desenvolvimento tecnológico da EPSJV, Marcela Pronko, a coordenadora do curso, Nina Isabel Soalheiro, o professor-pesquisador da EPSJV, Marco Aurélio Soares e a representante da turma, a formanda Zilda Soares. "Este momento foi muito esperado por nós. Investimos tempo e sacrificamos até mesmo os nossos familiares em busca desta conquista. Queria agradecer a todos os professores e dizer que nossa turma está adquirindo ferramentas para construir uma prática melhor", comentou a representante de turma.

A vice-diretora da EPSJV/Fiocruz  falou sobre o papel da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio na formação dos trabalhadores. "Temos certeza que a conquista de hoje é resultado de muito esforço dos alunos, dos familiares e dos professores. O curso tem como objetivo pensar, refletir e formar o profissional técnico para o SUS. O que queremos de vocês daqui pra frente é que possam pensar o SUS que temos para projetar o SUS que queremos", disse.

A solenidade contou com a apresentação do grupo musical Somos Um e foi composta ainda pela conferência "Reforma Psiquiátrica Brasileira: História, Perspectivas e Desafios", com o psiquiatra e doutor em saúde mental, professor-pesquisador do IPUB/UFRJ, Pedro Gabriel Delgado, que lembrou momentos decisivos da Reforma Psiquiátrica e ainda aconselhou os estudantes que continuarão a construção desta trajetória. "O avanço da Reforma Psiquiátrica se dá quando o paciente, de origem pobre, ao identificar o problema, consegue ser atendido em um curto espaço de tempo. Hoje esse tempo chega a seis meses, entre a identificação do problema e o primeiro atendimento. Ainda temos muito o que fazer, mas já podemos nos orgulhar porque ninguém mais é capaz de defender o modelo manicomial", comentou. Pedro Gabriel, que já foi coordenador nacional de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas do Ministério da Saúde, destacou também a importância de iniciativas como a da formação técnica da EPSJV. "Vocês são muito valiosos para o SUS, mas precisamos ainda de muito mais. Temos uma oferta pequena de cursos e uma grande demanda de profissionais. Esta é uma das nossas grandes deficiências", concluiu.

A estudante Marta Ribas, uma das formandas e integrante da equipe do Caps da Colônia, avalia que sua formação ajudará no cotidiano da atuação profissional. "Os profissionais que atuam na área da saúde, ao passar por esta formação, saem daqui com um olhar diferente. É muito agregador compartilhar a nossa realidade com a de outras pessoas e ainda estudar o contexto da saúde mental no Brasil", comentou. A estudante lembrou ainda que, em sua equipe de trabalho, os profissionais de nível médio são os que acompanham o cotidiando dos pacientes com transtornos mentais. "Somos nós que sempre estamos presentes no dia-a- dia deles, sugerindo atividades e aconselhando familiares".

Ratificando as palavras de Marta, o psiquiatra Pedro Gabriel apontou os profissionais técnicos como os responsáveis por transformar a realidade da saúde mental com um atendimento mais próximo e inclusivo. "Eu estou convencido de que isso deve ser uma construção cotidiana. Quem faz essa diferença é o profissional técnico que aproxima o paciente e pode dar continuidade ao cuidado, um dos pontos fundamentais da Reforma", concluiu. Pedro ainda aconselhou os profissionais trabalhadores em sua nova trajetória. "Vocês podem seguir uma linha de trabalho muito simples, basta ter um cuidado mais aproximado com o paciente e a família. O ato de escutar é fundamental para analisar qual é a intervenção mais apropriada para ele".

Sobre o curso

Criado em 1995, o Curso de Especialização Técnica de Nível Médio em Saúde Mental tem como objetivo formar especialistas técnicos de nível médio capazes de compreender e refletir criticamente sobre as redes e instituições de saúde mental e atuar nas equipes de saúde junto ao paciente, à família e à comunidade. No total, são 35 vagas destinadas aos profissionais que já atuam na área ou tenham interesse em trabalhar com saúde mental. O curso tem uma carga horária de 200 horas.

 

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Faço faculdade de farmácia, estou no quinto período, na qual faço aula de psicologia em saúde. Sou técnica em farmácia formada em 2010, desde entao já atuei em clínicas da família, policlínica e upa prisional.