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João Pedro Stédile na Fiocruz

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"Trabalho, Saúde e a Questão Agrária no Brasil" é o tema do evento que marcou o início das atividades de ensino de 2005 da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, da Fiocruz. Realizada no dia 15 de fevereiro, no auditório da escola, a aula inaugural foi proferida pelo coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, João Pedro Stédile. Em uma breve entrevista à Coordenação de Comunicação, ele pontuou algumas das reflexões que foram apresentadas em sua visita à Fiocruz.



Como o MST articula o trabalho e a saúde nas atividades desenvolvidas pelos trabalhadores rurais sem terra?



Nosso objetivo como movimento social é lutar contra a pobreza e contra a desigualdade social que existe no meio rural brasileiro. A nossa forma de fazê-lo é conscientizar e organizar os pobres para que lutem pela solução de seus problemas. No início, achávamos que bastava ocupar latifúndios, depois vimos que é preciso democratizar também o capital social. Agora estamos lutando por um novo modelo de técnicas agrícolas que respeitem o meio ambiente e que produzam alimentos saudáveis para a população. Isso tudo tem a ver com o trabalho para o povo.



As questões agrárias são pouco estudadas nas escolas?



A universidade brasileira está longe das necessidades do povo e as escolas apenas querem formar mão-de-obra. Nós precisamos de uma verdadeira revolução educacional para formar pessoas, cidadãos preocupados com os dilemas da sociedade, com os problemas de nosso tempo. Nossa juventude está sendo castrada intelectualmente. A televisão e os meios de comunicação têm muito mais influência do que a universidade, infelizmente.



Espero que nos próximos anos aja um verdadeiro movimento da juventude, como foi na semana de arte moderna de 1922, como foi nos idos de 68, para que recupere seu verdadeiro papel de mudança da sociedade.



A saúde, assim como a educação, é um setor de destaque no MST. Como o Movimento articula esses dois setores, na prática?



Democratizar a educação é tão importante quanto democratizar o acesso à terra. A saúde está relacionada com o direito ao trabalho, aos alimentos saudáveis e à moradia digna, que lutamos para que sejam conquistados em todos assentamentos de reforma agrária do país e entre os camponeses em geral. Não vemos a saúde como algo assistencial. Queremos não ficar doentes. E para isso é preciso resolver problemas sociais que geram as doenças do povo.



Existe alguma iniciativa do MST na área de educação profissional?



Existem muitas iniciativas. O MST se preocupa em garantir escolas de primeiro grau em todos assentamentos. Nós nos preocupamos em lutar por escolaridade em todos os níveis, inclusive escolas profissionalizantes, e em democratizar a universidade. Hoje temos convênios com 42 universidades do Brasil. Temos mais de 500 estudantes do MST estudando em universidades e o nosso sonho é que todos os jovens brasileiros tenham direito à universidade pública e de qualidade.




O MST possui uma parceria com a Fiocruz e a Petrobras na produção de hortas medicinais. Há a previsão de alguma outra parceria com a instituição?




Esperamos, no futuro, construir muitas parcerias. Mas, mais do que convênios e acordos concretos, a melhor parceria é ambos trabalharmos para solucionar os problemas do povo brasileiro, a partir de nosso conhecimento, de nossa inteligência nacional.