No Dia Mundial de Luta Contra os Agrotóxicos, celebrado em 3 de dezembro, movimentos sociais realizaram uma manifestação para denunciar os agravos à saúde causados pelo uso intensivo de venenos pelo agronegócio brasileiro. A manifestação, que aconteceu em frente ao pavilhão onde está sendo realizada a 15ª Conferência Nacional de Saúde, reuniu centenas de militantes de movimentos sociais. Os manifestantes organizam o 1º Encontro Nacional de Saúde das Populações do Campo, Floresta e Águas, que acontece como um contraponto à 15ª CNS, no Parque da Cidade, em Brasília.
De acordo com os organizadores, o ato teve como objetivo denunciar o uso indiscriminado de agrotóxicos e suas consequências, como a má formação genética e a microcefalia, como também protestar contra as tentativas de mercantilização da saúde no Brasil e na América Latina e contra a privatização do Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo a organização, o ato buscou também dialogar com os delegados e delegados da Conferência sobre a importância da determinação social do processo saúde-doença e questionar a falta de espaço dado às demandas dos movimentos populares nos espaços de controle social.

“Agronegócio mata”, “Agronegócio só traz problemas, queremos agricultura camponesa” e “agronegócio + microcefalia=morte” foram algumas das mensagens estampadas em cartazes levados pelos manifestantes. Um manifestante carregava um cartaz em que chamava a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, de “rainha da destruição”.
Mas o grande alvo do protesto foi sem dúvida o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que um dia antes havia aceitado a abertura de processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. “Fora Cunha”, era o grito mais ouvido durante o ato. Em cartazes, mensagens como “Ministério da Saúde adverte: Cunha faz mal à saúde” e “Cunha=fim do SUS”. “Nós continuamos na defesa da permanência da presidente e na defesa da democracia. Se a gente olhar quem traz o impeachment é uma pessoa que não deveria nem estar mais nesse espaço. Também hoje a gente está aqui dizendo que da forma como está sendo conduzido o Congresso não traz pra nós nada de bom”, avaliou Judite.