A passeata seguia o curso da orla da Baía de Guanabara no aterro do Flamengo contra os recentes posicionamentos do governo federal no tratamento de questões relativas à política de meio-ambiente, como o novo Código Florestal e a hidrelétrica de Belo Monte. Já havia um burburinho de que o deputado federal Paulo Piau (PMDB-MG), relator na Câmara dos Deputados do projeto de lei que alterava o código florestal, pudesse estar no local. Quando o grupo de manifestantes estava se aproximando de uma das tendas  montadas no aterro, Paulo Piau saiu caminhando para o lado contrário, puxando uma mala com rodinhas. Entretanto, os manifestantes o viram e muitos foram atrás do deputado, logo, várias pessoas já estavam em torno dele gritando  palavras de ordem contra o novo código florestal com vários cartazes, apitos, megafones e batucadas. O "encontro" com o deputado aconteceu hoje (dia 18), na Cúpula dos Povos. 

"O senhor sabe a besteira que fez? A destruição que vai causar o código florestal?", disse um dos manifestantes. "Fiz o que era o melhor para a sociedade brasileira", respondeu o deputado entre muitas vaias e palavras de ordem. Ironicamente, Paulo recebeu uma flor de presente de um dos manifestantes e, sorrindo, continuou entre o grupo por cerca de cinco minutos até que conseguiu, com a ajuda de outras pessoas que aparentemente o acompanhavam, se desvencilhar dos manifestantes, que seguiram o protesto pelo aterro. 

A passeata reuniu cerca de 200 pessoas. Muitos manifestantes vestiam camisetas estampadas com a foto da presidente com uma motosserra nas costas e os dizeres "Rio +20 - Dilma, com que cara você chega?", fazendo alusão à postura combativa da presidente na juventude e as atitudes consideradas conservadoras que ela tem assumido na presidência, cuja timidez nos vetos ao Código Florestal é expressão. Banners traziam a imagem de Chico Mendes pedindo "paz na floresta", lembrando a violência no campo e chamando o Ministério do Meio Ambiente de inerte, ou ainda, outro foto da Dilma com um nariz de pinóquio. Uma enorme faixa estampava uma crítica ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES) o chamando de Banco Nacional do Desmatamento.