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Repórter SUS: “escolha de Sofia” aos profissionais de saúde durante a pandemia

Com o lema “Quarentena geral para não adoecer, renda mínima para sobreviver, leitos para todos para não morrer”, o Sindicato dos Médicos do Rio Janeiro, acredita que um protocolo como o proposto pela Secretaria Estadual de Saúde diminui a chance de pacientes em grupos de risco obterem uma vaga em UTI.

O diretor de comunicação do sindicato Carlos Vasconcellos, médico de família e comunidade, acredita que a “escolha de Sofia” não é uma medida a ser colocada nesse momento pelos gestores. Para ele, um protocolo como o que vinha sendo estudado pelo governo só pode ocorrer quando todos os recursos se esgotarem, e ressalta que "não tem nada esgotado ainda”.

Não se esgotaram, enquanto política de Estado, todas as alternativas para evitar a escolha. Há uma série de leitos não utilizados na rede pública, não foi feita a requisição dos leitos privados, ou seja, essa medida é a última possível numa situação que efetivamente você esgota todos os recursos.
O médico defende ainda que os pacientes não podem ser excluídos de qualquer tipo de tratamento. “Se eu sei que um vai morrer, vou garantir a ele que essa morte ocorra sem sofrimento. Ou seja, ele tem direito a um leito hospitalar, a medicamentos para aliviar o sofrimento, suporte psicológico, enfermagem e médico, mas nada disso foi colocado”, afirma Vasconcellos.

Até o fim desta semana, o governo Witzel se reunirá com os municípios do estado para discutir a requisição de leitos de UTI da rede particular, que tem previsão legal, a fim de aumentar a capacidade hospitalar do SUS e evitar medidas como a “escolha de Sofia”.

Mesmo com essa possibilidade no horizonte, Vasconcellos acredita que é  "importante mobilizar a sociedade em relação a essas três bandeiras nesta pandemia: leitos para todos, quarentena geral e renda mínima de verdade para as pessoas sobreviverem”.

O documento vinha sendo elaborado pela Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro, ao lado de outros órgãos como Conselho Regional de Medicina (Cremerj), Academia Nacional de Cuidados Paliativos, Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, Sociedade de Terapia Intensiva e Universidade Federal Fluminense.

Por: Ana Paula Evangelista

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Repórter SUS