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EPSJV/Fiocruz promove formação docente em Belém

Escola Politécnica foi convidada pelas áreas de Referências Técnicas (RT) em Educação Popular em Saúde e Práticas Integrativas/Farmácia Viva do município do Pará para formar docentes que atuarão no Curso de Educação Popular e Plantas Medicinais na Atenção Básica à Saúde
Julia Neves - EPSJV/Fiocruz | 19/09/2024 14h21 - Atualizado em 19/09/2024 14h23

A Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz), em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de Belém (Sesma), deu início, na primeira semana de setembro, ao Curso de Formação Pedagógica em Educação Popular e Plantas Medicinais na Atenção Básica para trabalhadores do município paraense. O objetivo é formar educadores populares em plantas medicinais, que atuarão como docentes no Curso de Aperfeiçoamento Profissional em Educação Popular e Plantas Medicinais na Atenção Básica à Saúde. Uma segunda etapa da formação descentralizada, que tem carga horária total de 54 horas, está prevista para outubro de 2024.

A turma é composta por profissionais de saúde da Atenção Básica, tanto de nível médio quanto superior, e reúne Agentes Comunitários de Saúde, Agentes de Combate a Endemias, médicos, nutricionistas e lideranças comunitárias, entre outros. Após essa formação docente, a Sesma deve ofertar três turmas do Curso de Aperfeiçoamento Profissional em Educação Popular e Plantas Medicinais na Atenção Básica à Saúde, que tem uma carga horária de 176 horas. 

A professora-pesquisadora da Escola Politécnica, Camila Borges, que coordena o curso com a também professora-pesquisadora Grasiele Nespoli, explica que a EPSJV foi convidada a ofertar o curso com o objetivo de formar trabalhadores para o Projeto Farmácias Vivas, do Ministério da Saúde, no qual a Sesma foi uma das beneficiadas.  “Queremos dar ao município condições tanto de fomentar práticas populares de valorização de plantas medicinais no cuidado, quanto ajudar à Prefeitura a capacitar profissionais para a Farmácia Viva, que vem sendo implementada no município”, explica Camila Borges.

Formando para a Farmácia Viva 

Paulo Leda, pesquisador de Farmanguinhos/Fiocruz, que também foi um dos docentes na primeira etapa de formação, situa o curso no contexto do Projeto Farmácias Vivas., que, em Belém, recebeu o nome de Farmácia Nativa e vai além da produção de fitoterápicos manipulados. “Um dos eixos estruturantes do projeto refere-se à capacitação dos profissionais de saúde para a recomendação, orientação e prescrição de fitoterápicos. A Sesma selecionou sete espécies medicinais para realizar a cadeia de beneficiamento e produção dos fitoterápicos previstos na Farmácia Viva, ou seja, desde o cultivo até a dispensação nas unidades básicas de saúde dos fitoterápicos mediante prescrição”, afirma Paulo, explicando ainda que o curso aborda o uso amplo e seguro de plantas medicinais, incluindo o preparo e consumo de remédios caseiros e complementando o conhecimento sobre os fitoterápicos industrializados ou produzidos na Farmácia Nativa.

Ao concluir essa fase inicial do curso, Paulo conta que os educandos foram incentivados a investigar seus territórios e identificar as pessoas que utilizam e recomendam plantas medicinais. Nesse tempo de dispersão, a ideia é que os educandos sistematizem essas informações e as compartilhem na próxima etapa do curso, enriquecendo o aprendizado coletivo com o conhecimento prático e tradicional presente em suas comunidades. “Essa abordagem integrada demonstra o compromisso da Sesma em promover o uso racional e seguro de plantas medicinais, fortalecendo a Atenção Básica e valorizando o conhecimento popular/tradicional das comunidades. A Farmácia Nativa de Belém se destaca como um exemplo de como políticas de saúde podem integrar saberes ancestrais e ciência moderna, em benefício da saúde da população”, conclui.