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2º Encontro Juventude Indígena Diversidade Guarani e Kaiowá tem participação da EPSJV

Durante o evento, Anakeila Stauffer, professora-pesquisadora da Escola foi homenageada pelo trabalho em defesa dos direitos da população indígena LGBTQIA+
Giulia Escuri - EPSJV/Fiocruz | 03/07/2025 12h15 - Atualizado em 03/07/2025 12h15

Como parte das atividades do Programa Nacional de Enfrentamento à Violência e de Promoção dos Direitos Humanos das Pessoas LGBTQIA+ nos Territórios do Campo, das Águas e das Florestas — Programa Bem Viver+, foi realizado, nos dias 25 a 29 de junho, o 2º Encontro Juventude Indígena Diversidade Guarani e Kaiowá, promovido pelo Ministério dos Povos Indígenas (MPI) e o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC). As professoras-pesquisadoras Anakeila Staufer, Larissa Fernandes e Tarciane Ornelas, da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) participaram da Comissão Organizadora do evento, que aconteceu em Sidrolândia (MS).

Na abertura do Encontro, Anakeila Stauffer foi homenageada pela Secretaria Executiva do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, em reconhecimento ao trabalho desenvolvido pela Escola no âmbito do Programa Bem Viver+, iniciativa construída em parceria entre o MPI, o MDHC e o Ministério da Igualdade Racial (MIR).
“Avalio que o encontro demonstrou que o Programa ganhou robustez e organicidade não apenas na relação entre as instituições, mas também na potência da organização social dos movimentos indígenas, que vêm pautando o direito ao bem viver”, disse Anakeila.

A mesa de abertura do evento contou com autoridades de diferentes instituições, além de lideranças indígenas, movimentos sociais e organizações da sociedade civil. Entre os presentes, além de Anakeila, estavam: Janine dos Santos, secretária executiva do MDHC; Viviane da Silva, da Secretaria de Estado da Cidadania de Mato Grosso do Sul (SEC/MS); e Symmy Larat, secretária nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+ do MDHC.

O Encontro

Durante o evento, o governo federal anunciou um conjunto de ações voltadas ao enfrentamento dos desafios vividos pela população LGBTQIA+ indígena, como a criação de um Comitê Local de Monitoramento das Violências e o lançamento da Campanha TEKOJOJA, de combate à violência e promoção do bem viver.

Segundo Anakeila, o encontro “constitui uma resposta estratégica do Estado brasileiro às múltiplas e interseccionais formas de violência que atingem pessoas LGBTQIA+ em contextos de maior vulnerabilidade social e territorial”. O evento também teve como objetivo abrir um espaço formativo, com momentos de escuta para sistematização de um diagnóstico das violências, baseado em experiências concretas e nos relatos de pessoas LGBTQIA+ indígenas que vivem em aldeias Guarani-Kaiowá do Mato Grosso do Sul. “A programação do encontro foi potente e variada. Foram propiciados debates com temáticas da saúde e de saberes e culturas tradicionais, além do fortalecimento de espaços para a auto-organização da juventude indígena LGBTQIA+”, destacou Anakeila.

A iniciativa também contribuiu para a atualização do manual do Programa Bem Viver+, reunindo subsídios para aprimorar futuras ações nos territórios e consolidar uma rede territorial de defesa dos direitos humanos da população indígena LGBTQIA+, além de estimular a auto-organização da juventude indígena Guarani-Kaiowá.

O Programa

Desde 2024, o Programa Bem Viver+ está sendo implementado em territórios do povo Guarani-Kaiowá, com foco no mapeamento de violações de direitos humanos, na construção coletiva de diagnósticos e na implementação de ações integradas de proteção, autoproteção e conscientização entre pares para a superação das violências.

“Constatamos, neste primeiro ano de trabalho, o avanço na organização da Juventude Indígena Diversidade Guarani Kaiowá (JUIND), que conta com cinco bolsistas e atua em ações territoriais de combate à violência e promoção de direitos em suas aldeias de origem”, relatou Anakeila.