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Ações afirmativas na Educação

Programa de Pós-Graduação da Escola Politécnica promove aula aberta para debater o tema com o professor Rodrigo Ednilson de Jesus
Julia Neves e Julia Guimarães - EPSJV/Fiocruz | 13/03/2025 16h47 - Atualizado em 13/03/2025 16h47

O Programa de Pós-Graduação em Educação Profissional em Saúde da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) realizou, no dia 26 de fevereiro, uma aula aberta sobre "Ações Afirmativas na Educação e Identidade Nacional”.️ Para falar sobre o tema, o convidado foi Rodrigo Ednilson de Jesus, doutor em Educação, autor do livro “Quem quer (pode) ser negro no Brasil”, e presidente da Comissão Permanente de Ações Afirmativas e Inclusão Social da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

O professor explicou o motivo de existirem, atualmente, políticas de ações afirmativas voltadas à população negra no Brasil e a influência das ações do passado. “Talvez, a nossa grande surpresa é que em algum momento a gente começou a falar de políticas de ações afirmativas para a população negra, mas sem chamar atenção de que a política de ação afirmativa só existe, porque em algum momento existiam políticas de ações negativas", observou e completou: “Eu não estou dizendo, ações negativas apenas, eu estou dizendo de políticas de ações negativas. Políticas implicam algum nível de organização, de planejamento, de implementação e de avaliação”, afirmou.

Durante a aula, Rodrigo utilizou diversos recursos culturais, como cenas de novelas e trechos de textos de autores brasileiros para exemplificar a influência de ações afirmativas em lugares que têm a representação de poder. “As cotas para pessoas em situação de rua já estão preenchidas por 90% de pessoas negras. Então, a gente não precisa reivindicar cotas nesses espaços. A gente precisa reivindicar, por exemplo, nos espaços do Magistério Superior, que pessoas negras são uma, duas, três. Por que elas não são vistas nesse lugar da reflexão, do pensamento? Então, uma tensão que a reserva de vagas produz, sobretudo no campo científico, é porque essas pessoas passam a disputar lugares na frente do microscópio”, completou.

Para concluir, o professor falou sobre a necessidade de mudança na situação atual. “Nosso campo científico ainda é marcado por essas representações e as ações afirmativas. Temos que tensionar essas representações e produzir uma reconfiguração da identidade nacional”.