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Enem 2015

Alunas da EPSJV falam sobre a prova, que foi considerada difícil por elas, e elogiam a escolha do tema da redação
Talita Rodrigues - EPSJV/Fiocruz | 13/12/2015 09h00 - Atualizado em 01/07/2022 09h46

Uma prova cansativa e com mais conteúdo. Essa foi a impressão das alunas Béatrice Aimée e Talita França, da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV), sobre o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2015. As duas estudantes, que cursam o 4º ano do Ensino Médio integrado à Educação Profissional, já tinham feito a prova no ano passado. “A prova estava mais difícil que no ano passado e exigindo mais conteúdo de um modo geral, mas principalmente nas questões de Ciências da Natureza”, disse Béatrice, que é aluna do curso de Gerência em Saúde. “Antes a prova era mais interpretativa, agora foi mais de conteúdo. Além disso, acho que a distribuição das matérias é desigual”, completou Talita, que faz o curso de Análises Clínicas.   

O Enem foi realizado nos dias 24 e 25 de outubro em todo o país. No primeiro dia, foi aplicada a prova com questões de Ciências Humanas (Geografia, História, Filosofia, Sociologia e conhecimentos gerais) e Ciências da Natureza (Química, Física e Biologia). No segundo dia, questões de Matemática, Códigos, Redação e Linguagens (que abrange o conteúdo de Língua Portuguesa, Língua Estrangeira Moderna, Literatura, Artes, Educação Física e Tecnologias da Informação). A divulgação dos resultados do Enem está prevista para o dia 16 de janeiro de 2016.

As estudantes atribuem algumas dificuldades ao fato de que no quarto ano, os alunos da EPSJV não cursam todas as disciplinas do Ensino Médio. “A formação que a gente recebe na EPSJV nos dá uma base incrível para a área de Humanas, mas para Ciências da Natureza e Exatas foi mais difícil. No quarto ano, não temos aulas de Química, Física, o que acabou nos prejudicando um pouco na hora da prova”, disse Béatrice. Na EPSJV, o curso técnico integrado ao Ensino Médio é realizado em quatro anos e existe uma distribuição diferente das disciplinas em relação às escolas que fazem o Ensino Médio em três anos. No quarto ano, os alunos da Escola Politécnica têm as disciplinas de Matemática, Sociologia, Língua Estrangeira, Filosofia e Literatura, que, exceto Matemática, só começam no segundo ano e se estendem até o quarto ano. As outras disciplinas começam no primeiro ano e terminam no terceiro ano. Também no quarto ano, os alunos fazem estágio, têm aulas do curso técnico e orientação para a monografia. “Não temos Química e Física no quarto ano, mas a formação nessas disciplinas é bem consistente porque temos professores doutores ou em doutoramento”, explica Marco Antônio Carvalho Santos, coordenador do Ensino Médio na EPSJV.

Marco Antônio destaca que a Escola Politécnica prioriza uma formação integral do aluno em quatro anos, com uma boa articulação entre a formação geral e a profissional. “Um dos aspectos importantes disso é a iniciação à pesquisa que eles fazem com a produção da monografia. Hoje, é fundamental enfatizar o trabalho com o texto porque os textos estão muito rasos e propiciar a capacidade de análise e síntese é fundamental para adquirir autonomia na escrita”, observa o coordenador. Na EPSJV, para concluir o curso, os alunos devem apresentar uma monografia, que está inserida no Projeto Trabalho, Ciência e Cultura (PTCC). O trabalho é feito nos últimos dois anos do curso, com a orientação de um professor-pesquisador da EPSJV.

Para Marco Antônio, a formação oferecida pela EPSJV prepara os alunos não apenas para as provas de seleção para as universidades, como também para o curso universitário em si, que é a próxima etapa na vida estudantil deles. “Preparar os alunos para o vestibular não é nosso objetivo principal, como o de outras escolas, mas preparamos sim, e bem, porque uma formação geral consistente prepara as pessoas para os estudos que eles vão seguir na universidade. O que não temos é a prática dos simulados e treinamento específico para provas que outras escolas fazem”, diz o professor, acrescentando que a maior parte dos alunos da EPSJV ingressa na universidade e nos cursos que escolhem. “Como uma escola de formação profissional, temos a responsabilidade de formar técnicos de nível médio para o trabalho na área de saúde, o que não impede que eles continuem seus estudos e ingressem na universidade”, completa o coordenador.

Béatrice pretende cursar faculdade de Psicologia e Talita quer cursar Medicina ou Psicologia. Além do Enem, as duas também estão participando do processo seletivo da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), que não utiliza o Enem como forma de acesso aos seus cursos.

Redação

Neste ano, o tema da redação do Enem gerou bastante debate, principalmente nas redes sociais. O tema “A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira” foi considerado pelos estudantes importante de ser debatido. “Eu achei o tema sensacional e tive bastante facilidade para fazer a redação. Gosto muito de falar e tenho facilidade para escrever. Além disso, era um tema que não tinha como se opor”, conta Béatrice. Talita diz que gostou muito do tema, mas achou difícil colocar suas ideias no papel. “Tenho muitas coisas para falar sobre isso, mas tive dificuldade para produzir a redação”, diz Talita.

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