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EPSJV forma trabalhadores em vigilância em saúde para o enfrentamento das arboviroses

Com duração de dois meses e meio, curso faz parte de pesquisa coordenada pela presidente da Fundação Oswaldo Cruz, Nísia Trindade
Bianca Bezerra - EPSJV/Fiocruz | 06/09/2019 15h07 - Atualizado em 01/07/2022 09h43
Foto: Bianca Bezerra

Terminou no dia 5 de setembro o ‘Curso de Desenvolvimento Profissional em Vigilância em Saúde para o Enfrentamento das Arboviroses’ – doenças transmitidas por insetos, promovido pela Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz). Iniciado em junho deste ano e coordenado pelos professores-pesquisadores da EPSJV/Fiocruz, Maurício Monken e Edilene Pereira, a primeira turma contou com 36 trabalhadores da área de saúde, educação, Ciência e Tecnologia, e de outros setores de governo, além de representantes de entidades sociais, que atuaram diretamente na região de Maricá – considerado território com área de vulnerabilidade ambiental e econômica onde as condições de habitação favorecem a proliferação do mosquito Aedes aegypti.

A formação foi uma das etapas da 'Pesquisa científica e tecnológica para inovação em educação e comunicação para a prevenção da zika e doenças correlatas nos territórios'. Coordenada pela presidente da Fundação Oswaldo Cruz, Nísia Trindade, a pesquisa está sendo desenvolvida pela EPSJV/Fiocruz em conjunto com outras unidades da Fundação – Museu da Vida, Fiocruz Brasília e Canal Saúde, além do Observatório de Território Sustentáveis e Saudáveis da Bocaina.

O encerramento do curso contou com a participação do representante da prefeitura de Maricá, Gilson Luiz de Andrade, que agradeceu em nome da prefeitura pelo trabalho promovido pela Fiocruz. “Nós acompanhamos o curso de perto e vimos o quanto ele foi importante para a cidade de Maricá. Nós gostaríamos de agradecer a parceria da Fiocruz pelo investimento nos profissionais e na nossa cidade”.

Ao todo foram 184 horas de estudo e dedicação por parte dos alunos e professores do curso, que visa a formar lideranças setoriais, institucionais e comunitárias. O intuito é investigar os problemas de saúde e as vulnerabilidades sociais, em articulação com os serviços de saúde e outros setores de governo, fortalecendo as políticas públicas de prevenção e combate à arboviroses como dengue, zika e chicungunha.

Os trabalhos de conclusão do curso consistiram na articulação de planejamentos estratégicos situacionais para os territórios que abrangem Maricá. O primeiro grupo ficou responsável pelas regiões de Barra de Maricá e Zacarias; o segundo ficou com Inoã, e apresentou o diagnóstico das condições de vida e situação de saúde do território da área de abrangência de uma unidade básica de saúde do município; já o terceiro grupo apresentou a estrutura sanitária do território de Itaipuaçu e a área de atuação epidemiológica, além do planejamento estratégico sugerido.

Os alunos identificaram problemas como manejo inadequado dos reservatórios de água, saneamento insuficiente e inexistência da rede coletora de esgoto em diferentes pontos da região, bem como ocupação irregular no território e insuficiência de conhecimento de grande parte da população da área sobre educação ambiental e saúde.

Como consequência disso, foi observado um aumento exponencial de notificações de arboviroses e doenças relacionadas à má qualidade da água em todo o município de Maricá nos anos de 2017 e 2018. Os números de casos de dengue aumentaram de seis para 13 em Barra de Maricá e Zacarias, e de 15 para 32 em Inoã. Já o número de casos de chicungunha aumentou de um para 41 em Barra de Maricá e Zacarias, e de 20 para 32 casos em Inoã.

Como tentativa de melhoria desse quadro os profissionais planejaram uma série de atividades e ações educativas para serem executadas no último quadrimestre de 2019 e em 2020, a fim de promover a mobilização social e possibilitar a ampliação do conhecimento dos moradores sobre educação ambiental e saúde, principalmente na questão das arboviroses. Uma das estratégias foi o incentivo à criação de vínculos com lideranças comunitárias.

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Formação faz parte de pesquisa feita pela Fiocruz para promover a inovação em educação e comunicação com o objetivo de prevenir a zika e outras doenças transmitidas por mosquitos