Serviços 
O conteúdo desse portal pode ser acessível em Libras usando o VLibras

EPSJV promove parceria com Universidade Nacional Autônoma do México

Elaborado por professora de Espanhol da Escola, projeto tem o objetivo de gerar um intercâmbio de experiências no campo linguístico e cultural
Julia Neves - EPSJV/Fiocruz | 21/10/2021 07h53 - Atualizado em 01/07/2022 09h41

Em parceria com a Escola Nacional de Línguas, Linguística e Tradução, da Universidade Nacional Autônoma do México (ENALLT-UNAM), a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) está desenvolvendo o projeto “Interlenguas”. A parceria teve início em meados de 2020 com a disciplina de Espanhol nas turmas do 4º ano do Ensino Médio, da habilitação de Biotecnologia, em uma tentativa de diminuir os impactos do ensino remoto para os alunos de língua estrangeira. Pelo sucesso da iniciativa, ela continuou sendo reproduzida em 2021.

A ideia surgiu com a professora-pesquisadora Renata Sodré que, em contato com o professor Arturo Ramírez Hernández, da ENALLT-UNAM, combinou de alinhar os conteúdos para o semestre tanto para os estudantes do 4º ano de Biotecnologia, da EPSJV, quanto para os alunos da ENALLT. “Os alunos escolhem um tema de seu interesse para desenvolver ao longo das aulas e, como projeto final, produzem algum material autoral e o apresentam em espanhol. Os alunos de português da ENALLT, por sua vez, desenvolvem a produção oral a respeito de algum tema combinado em sala entre os estudantes e apresentam para nós”, conta.

Segundo Renata, o projeto tem o objetivo de se tornar cada vez mais cooperativo entre as duas instituições, abrindo espaço, de acordo com ela, para mais intercâmbio de experiências que podem e devem extrapolar o campo linguístico e cultural. “Os alunos compartilham experiências e recebem sugestões dos professores desde a produção oral em língua estrangeira até importantes trocas de informações sobre a cultura e identidade entre Brasil e México”, ressalta a professora-pesquisadora, que explica ainda que, nesse ciclo do projeto, foram desenvolvidas apresentações de divulgação científica: “Os alunos se dividiram em grupos e selecionaram três doenças para trazer informações à comunidade geral. Todo esse projeto foi executado em espanhol, desde a escrita até as apresentações”.

Na avaliação do estudante Lucas Goldenberg, do 4° ano do ensino médio, da habilitação de Biotecnologia, a proposta de aliar o aprendizado na área da saúde em Biotecnologia com as aulas de espanhol foi muito interessante. “Apresentamos o trabalho na língua espanhola para o professor Arturo e seus alunos. O meu grupo tratou do Sarampo, que em espanhol se diz "Sarampíon". Foi muito importante e inovador utilizar os aprendizados tanto na área da saúde quanto nas línguas adicionais para demonstrar um pouco sobre a nossa forma de tratar uma doença na sociedade”, ressalta.

O estudante Igor Andrade, da mesma turma, concorda. “Tem sido enriquecedor. Estamos aprendendo um novo vocabulário da língua espanhola, tendo em vista que os trabalhos abordam questões da área da saúde”, aponta. O grupo do jovem ficou responsável por montar um cartaz sobre Sífilis. "Apesar do nervosismo por se tratar de nativos da língua, o contato com os estudantes da UNAM é muito agregador para o processo de aprendizagem da língua espanhola. Estamos muito empolgados com essa oportunidade”, comemora.

Na visão de Renata, o processo foi e tem sido importante, por transformar a distância produzida pelo confinamento durante a pandemia em um momento de intercâmbio cultural e linguístico. “Partir de diferentes olhares nos ajuda a ampliar muito a nossa visão. Conseguimos ampliar mundos que poderiam ser, em certa medida, não alcançáveis, diante da distância física imposta a nós nos anos de 2020 e 2021”, conclui.