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Escola Politécnica tem um novo grupo de pesquisa

O grupo foi criado com o objetivo de refletir – a partir de experiências docentes – sobre o processo de apropriação de produção da ciência a partir de um deslocamento do conceito de leitura e escrita
Julia Neves - EPSJV/Fiocruz | 10/02/2023 11h21 - Atualizado em 10/02/2023 12h00

A Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) teve o Grupo de Pesquisa Interdisciplinar Linguagem, Sociedade e Saúde (LISS) aprovado, recentemente, no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Composto pelos professores-pesquisadores Viviane Soares, Carolina Dantas, Jonathan Moura e Pedro Quental, o grupo foi criado com o objetivo de refletir – a partir de experiências docentes – sobre o processo de apropriação de produção da ciência a partir de um deslocamento do conceito de leitura e escrita. “Nossa proposta tem a ver com ocupar e reivindicar a adoção de uma posição crítica em relação às noções de leitura e de interpretação, a fim de não apagar o político e o ideológico no processo formativo em saúde. Partimos do pressuposto de que não há ciência que não seja atravessada pela linguagem e, portanto, pela interpretação”, destacou Viviane, que coordena o grupo de pesquisa.

Para a professora-pesquisadora, pensar a linguagem articulada ao social constitui-se um campo de investigação produtivo para apoiar o desenvolvimento da leitura e da interpretação, tanto para docentes em suas práticas de ensino-aprendizagem quanto para profissionais em saúde em suas práticas cotidianas no trabalho em saúde e, para ambos, em suas relações com o conhecimento científico e com o universo da informação. “Essa forma de pensar a linguagem, portanto, disponibiliza um aparato teórico, analítico e metodológico relevante para a construção de conhecimento em vários campos da ciência, inclusive no da saúde, fortalecendo sua concepção ampliada”, afirmou.

Como ações previstas, Viviane ressaltou a realização de um seminário, em 2023, para refletir sobre a não transparência da língua, do sujeito, da história e do espaço. “Isso significa trazer para reflexão o fato de que os sentidos não são uma questão de conteúdo, mas de estrutura e funcionamento. Interrogar – e não se submeter – a interpretação é o percurso de pesquisa pelo qual reconhecemos o discurso como produto de uma relação de significação, sem prescindir do sujeito, de seu corpo atravessado pela linguagem para compreender a relevância dos processos discursivos, históricos, sociais para nosso modo de significar e de nos significar na direção de uma formação humana integral”, concluiu.

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