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Uma nova forma de dar boas vindas aos calouros da EPSJV

Grêmio Estudantil da Escola Politécnica elaborou um Manual do Calouro com informações sobre a Escola, que foi entregue aos alunos durante a Semana dos Calouros
Julia Neves, Beatriz Costa - EPSJV/Fiocruz | 19/02/2019 11h26 - Atualizado em 01/07/2022 09h44

Em 2019, o diretório do Grêmio Estudantil da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) encontrou uma nova forma de dar as boas vindas aos novos alunos do Ensino Médio. Eles criaram o Manual do Calouro, que foi entregue aos novos alunos da EPSJV durante a Semana dos Calouros, de 11 a 15 de fevereiro, organizada pelo Grêmio e que contou com diversas oficinas, debates e atividades culturais em um amplo espaço de troca e interação. “Todos que entram na EPSJV percebem o quão diferente ela é e como o processo de adaptação muitas vezes pode ser difícil. O Manual foi idealizado com a função de ajudar o calouro que chega na escola a se sentir mais confortável e conhecer um pouco mais a EPSJV”, explica Luísa Cruzeiro, aluna do 2º ano do Ensino Médio, da habilitação de Gerência em Saúde, e representante do Grêmio. “No manual, reunimos informações básicas sobre a escola, desde esclarecimentos quanto aos cursos e órgãos de representação dos alunos até os diferentes laboratórios e setores da Politécnica, além das ‘dicas de sobrevivência’”, completa.

Um guia de boas vindas

A primeira parte do manual fala sobre o processo seletivo que o calouro passou para chegar na EPSJV e o que a Escola irá oferecer a ele. “Além de tentar democratizar o acesso – implantando não apenas o sorteio, mas também as cotas sociais mesmo antes de a lei exigir –, a Poli se esforça para garantir condições de permanência dos alunos que chegam aqui”, diz o guia, que aponta alguns exemplos como o bandejão no qual os alunos têm direito a tomar café, almoçar e lanchar na Escola, com refeições acompanhadas por uma nutricionista, bem como uma bolsa de demanda social para que os alunos que, mediante documentação, comprovem necessidade desse apoio à continuidade dos estudos.

Em seguida, o manual apresenta as habilitações que a Escola oferece – Análises Clínicas, Biotecnologia e Gerência em Saúde –, o papel do grêmio estudantil, além dos coletivos formados pelos próprios alunos, nos quais eles discutem temas como LGBTQ+, feminista, negros e negras, religião, política e saúde mental. Lorena Souza, aluna do 3º ano do Ensino Médio, da habilitação de Gerência em Saúde, destaca a importância desses encontros: “Os coletivos da EPSJV têm como objetivo discutir determinados temas nessa fase tão importante, que é a adolescência. Nesse processo de formação de opinião, os coletivos contribuem para a construção do conhecimento de forma dinâmica. A ideia é fazer reuniões mensais, que explorem os limites do ensino-aprendizagem. Nos coletivos, lutamos por uma sociedade justa e igualitária, de forma que possamos reconhecer as discriminações e injustiças que permeiam todos os ambientes que frequentamos”.

Dentro do Manual do Calouro, o aluno pode encontrar também o “Manual de Sobrevivência na Politécnica”, que segundo o Grêmio, é uma forma divertida e dinâmica de auxiliar os novos calouros na adaptação à escola. “A ideia surgiu da demanda dos estudantes que, de acordo com muitos relatos, sentiram falta de alguns esclarecimentos com relação ao ambiente escolar. Para lidar com esse mix de conhecimento e muitas novidades, idealizamos o manual como uma forma de acolher os novatos”, afirma Lorena, que explica: “O manual oferece diversas dicas dos veteranos da EPSJV. Por exemplo, como lidar com o sono excessivo, superar as notas baixas, dicas de segurança nas dependências dos laboratórios, dentre muitas outras”.

Carta aos novos

Esse ano, o Grêmio Politécnico inovou também no dia da matrícula, quando cada aluno novo recebeu uma carta de boas vindas e um convite para participar da Semana dos Calouros. “Aproveite para desfrutar de toda pluralidade que nossa escola tem a oferecer! A Escola Politécnica será a sua segunda casa, pois a maior parte do dia você passará nela. Nesse ambiente, você fará amizades inesquecíveis, entrará em contato com pessoas que possuem uma visão de mundo diferente da sua e irá aprender a lidar com as diferenças dentro desse espaço”, diz um trecho da carta.

Semana dos Calouros

De 11 a 15 de fevereiro, os alunos do Ensino Médio da EPSJV organizaram e participaram da Semana dos Calouros, que contou com diversas atividades como oficinas, visita ao campus da Fiocruz, reunião dos coletivos e show de talentos. “Diferente de muitas escolas, no Poli não realizamos trotes. Acreditamos que uma boa recepção pode ser realizada numa semana inteira de atividades que funcionam para integrar os novos alunos aos veteranos, sem segregar as habilitações”, destaca Luísa Cruzeiro, aluna do 2° ano do Ensino Médio, da habilitação de Gerência em Saúde.
Segundo Luísa, as oficinas programadas são demonstrações concretas de como é possível aprender fora de um ambiente tradicional. Por exemplo, na oficina de Abayomi – que tem como simbologia a tradição, o poder e a resistência –, os alunos aprenderam a fazer bonecas. Teve também a oficina Mandala, na qual os alunos fizeram seu próprio filtro dos sonhos, conhecendo um pouco mais sobre a história dele. “Achei muito tranquilizante e também foi bom aprender mais sobre a origem do filtro”, relata Ana Clara Pereira, aluna do 2° ano do Ensino Médio, da habilitação de Biotecnologia.
A oficina de dança teve três ritmos: contemporânea, jazz e funk. Segundo Pedro Felipe Abreu, aluno do 1º ano do Ensino Médio, da habilitação de Biotecnologia, todas as aulas foram ótimas, mas o que chamou a atenção dele foi a participação ativa de todos os alunos unidos, ensinando e montando as coreografias. “Sou caloura e estou achando essa escola um universo diferente. Participei da aula de dança contemporânea e foi muito legal”, conta Julia Koppe, aluna do 1° ano do Ensino Médio, da habilitação de Análises Clínicas.

Em outra oficina, os alunos participaram de jogos de tabuleiro, produzidos por eles mesmos. Na oficina de desenho, os alunos aprenderam técnicas de como fazer traços faciais. Já na de Stencil – técnica e o resultado de estampar algo por meio de uma prancha que apresenta um desenho já recortado –, os alunos desenharam figuras e recortaram para estampar em uma blusa branca. “A aula de Stencil foi igual a uma customização. Desenhamos, cortamos e botamos em uma blusa para pintar. Foi bem divertido”, explica Nayara Luiza Chaves, aluna do 4° ano do Ensino Médio, da habilitação de Análises Clínicas.

Na oficina de produção de cartazes, o tema abordado foi “A Arte da Diversidade”. Nela, os alunos produziram cartazes reforçando o valor da união, respeito e igualdade. “É a primeira vez que coordeno alguma coisa na escola, seja na oficina ou no grêmio. Foi algo muito novo e inspirador. Os alunos pareceram gostar muito da aula, os cartazes ficaram maravilhosos.”, afirma Giovanna Lemos, aluna do 3° ano do Ensino Médio, da habilitação de Biotecnologia.

A programação contou também com oficinas de aromaterapia, teatro, esportes, jogos, produção de vídeos, neurociência, dentre outras.

Coletivos

A Semana dos Calouros teve ainda as reuniões dos coletivos, nas quais os alunos discutiram sobre diversos temas – LGBTQ+, feminista, negros e negras, religião, política e saúde mental. Para fechar a programação da semana, foi realizado um Show de Talentos, com a apresentação de ex-alunos, veteranos, calouros e professores se apresentaram cantando, dançando, tocando algum instrumento ou recitando poesia. Sobre o que se esperar da EPSJV, Luísa afirma: “Além de muito trabalho, o calouro pode esperar coisas novas, porque o Ensino Médio é sempre um marco e a EPSJV faz parte da vida de todos que passam por aqui, trazendo novas experiências, amadurecimento e responsabilidades”.