Na manhã desta quarta-feira, 5 de julho, último dia da 17ª Conferência Nacional de Saúde, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva compareceu ao evento e, diante de uma plateia lotada, falou sobre o pagamento do piso da enfermagem, incluindo o retroativo desde maio. “O médico faz a consulta, passa o remédio, faz a cirurgia, mas quem cuida da gente o resto do dia é o pessoal da enfermagem. Esse trabalho não pode ser considerado menor. É preciso que se avalie efetivamente o valor do trabalho por aquilo que ele representa na nossa vida”, disse Lula, que anunciou em seguida: “Por isso, a companheira Nísia [Trindade Lima] tomou a decisão. Ela vai pagar o piso e o atrasado desde maio, e mais o 13º salário, para que a gente aprenda a começar a valorizar o ser humano nesse país”, afirmou o presidente da República.
Sobre os recentes embates que envolvem o Ministério da Saúde, Lula contou que, na última semana, viu uma nota em um jornal sobre “alguém que reivindicava o Ministério da Saúde”, e resolveu ligar para a ministra. “Eu disse: Nísia vai dormir e acorde tranquila. Porque o Ministério da Saúde é do Lula, foi escolhido por mim e ficará até quando eu quiser”, assegurou. O presidente disse ainda ter tido muita sorte, pois todos os seus ministros da Saúde foram extraordinários. “Mas precisou uma mulher para fazer mais e fazer melhor”.
O presidente da República falou ainda sobre a importância da Conferência. “Desde a primeira edição, as conferências têm determinado as melhorias na qualidade da saúde deste país. Todas as conquistas são obra e trabalho de quem participa, exigindo melhorias do governo. Vocês sabem melhor que eu o significado do SUS e quantas vezes ele foi ofendido”, disse Lula. “Mas depois da Covid-19 não há um brasileiro de boa-fé nesse país que não reconheça que graças a vocês, graças ao SUS, aos profissionais de Saúde não tivemos ainda mais mortes”, destacou.
Pagamento da enfermagem
Durante sua fala, a ministra da Saúde relembrou que, a partir da ação da Confederação Nacional de Saúde, que representa o setor privado, houve a liminar no Supremo Tribunal Federal e foi instituído o piso nacional da enfermagem. “O Governo Federal, através do Ministério da Saúde, trabalha para a implementação do piso. Vamos implementar no setor público, tal como a decisão do STF, garantindo as nove parcelas previstas para 2023”, afirmou Nísia Trindade.