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De olho na Saúde Mental

Escola Politécnica da Fiocruz promove diversas atividades durante a pandemia para apoiar estudantes no isolamento. Matéria também elencou páginas para pedido de apoio online ou por telefone.
Viviane Tavares - EPSJV/Fiocruz | 05/04/2022 12h11 - Atualizado em 01/07/2022 09h40

Ainda era abril de 2020 e os professores-pesquisadores da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) já estavam mobilizados para dar suporte aos estudantes. Além de pensar em novas maneiras de distribuiç?o de alimentos, formas de estudo e de aulas online, um grupo se organizou para olhar para a saúde mental desses jovens. Em junho, o trabalho de suporte aos estudantes que já existia, chamada ‘Escola Saudável’ foi ampliada para se tornar o ‘Espaço Convivência’, uma iniciativa de atividades presenciais de acolhimento entre estudantes e trabalhadores da instituiç?o. Dentre as atividades oferecidas durante o isolamento, foram promovidas rodas de afetos e sentidos com utilizaç?o de aromaterapia, massoterapia, educaç?o popular e plantas medicinais, oficina de mosaico, dança, oficina de música, Tai Chi Chuan, entre outras.

“A gente estava percebendo que os estudantes estavam passando por situaç?es muito difíceis de sentimentos de solid?o, de uma fragilizaç?o muito grande para os vínculos, medo da perspectiva de futuro, alguns tiveram muitas perdas em termos de pessoas queridas, familiares, além do medo do contágio. Tudo isso abalou muito e se somou ? mudança para o ensino remoto emergencial. Isso tudo trouxe uma série de desafios novos para que eles pudessem estudar e dar continuidade ? sua formaç?o”, relembra a professora pesquisadora Ariadna Alvarez, que completa: “Por isso a importância de criarmos as rodas de acolhimento, para que esse vínculo com a escola fosse retomado, uma vez que a gente viu que em muitas escolas houve um processo de evas?o escolar muito grande no cenário da pandemia. E de alguma o Espaço Conviv?ncia também é uma aç?o de resgatar, de fazer um fortalecimento dessas relaç?es entre a escola, os estudantes, as famílias e os profissionais que atuam na escola e no campo da saúde”, explica.

Para a professora-pesquisadora da EPSJV/Fiocruz Grasiele Nespoli, que é psicóloga de formaç?o, a Escola Politécnica sempre teve o acolhimento como ponto forte no cuidado com o seu corpo discente. “Estou há 14 anos na Poli e sempre tivemos um olhar sobre a quest?o do sofrimento, o desejo do diálogo, da compreens?o de si, sobre as afliç?es relacionadas ao próprio ser no mundo do trabalho. Para muitos  jovens, essa reflex?o sobre ‘o que voc?s v?o ser?’ gera uma angústia. E a escola sempre esteve junta para dar suporte, foi uma forma transversal de trabalho que n?o se perdeu e n?o vai se perder após a pandemia”, relembra.

O Espaço de Convivência da Poli deu t?o certo que agora, com as aulas presenciais retomadas, terá continuidade como forma de cuidado com os trabalhadores e estudantes da escola.

 

 

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Saúde mental tem tomado centralidade nos cuidados de jovens e adolescentes, sendo uma das principais causas de adoecimento e morte. Pesquisadores ouvidos pela reportagem apontam a escola como espaço de apoio importante.