
Durante todo o dia, a EPSJV recebeu a feira de potencialidades de economia solidária com trabalhadores do Festival de Economia Solidária de Manguinhos e do Centro de Referência de Mulheres da Maré (CRMM). No total, foram quase 20 artesãos que expuseram seus trabalhos com técnicas variadas. Margarida Maria, artesã do CRMM, explicou que esta foi uma das formas encontradas de conseguir uma fonte de renda e ainda trabalhar o lado psicológico e promover a solidariedade. "Procurei o grupo quando fui demitida de um emprego há dois anos. Lá pude encontrar muito mais que uma forma de ganhar a vida, aprendi como ser solidária e como é importante estar consciente dos problemas vividos por tantos trabalhadores", comentou a artesã, que tem como especialidade a técnica do fuxico.
No final do dia, o evento contou com a apresentação do grupo Música na Calçada, da Casa Viva, além do debate que levava o nome do evento. O ‘Trabalho na Perspectiva da Economia Solidária' reuniu o coordenador do Programa de Desenvolvimento Campus Mata Atlântica, Robson Patrocínio e as artesãs e representantes do Festival de Economia Solidária de Manguinhos e do CRMM, Juliana Oliveira e Jaciara Braz, respectivamente.
O debate trouxe reflexões importantes sobre a alienação do trabalho, democratização dos meios de comunicação como instrumento de visibilidade das experiências de economia solidária, além da interação do trabalho-escola. De acordo com uma das coordenadoras do programa, Michele Oliveira, este assunto é de grande relevância a todos os alunos do PEJA que além de estudantes, em sua maioria, também estão inseridos no mercado de trabalho. "Aproveitamos o tema para que os alunos pudessem refletir sobre o modelo de sociedade em que estamos inseridos levantando temas como a exploração do trabalho, supressão dos direitos trabalhistas, precarização do trabalho, concentração de renda, além de, em contraposição, dar visibilidade às experiências de trabalho que seguem princípios cooperativos, decisões coletivas e distribuição de renda justa e solidária", explicou.
Esta não é a primeira vez que a coordenação do PEJA promove atividades com o tema. No último semestre, os alunos puderam visitar um assentamento de trabalhadores do campo, no município de Piraí, no Rio de Janeiro. Lá, conheceram mais sobre a produção coletiva de sabonetes caseiros e horta comunitária. Ainda no mesmo período, foi promovido um debate na escola sobre produção de alimentos, no qual a economia solidária também foi apontada como fomento de distribuição justa da terra, do alimento e da renda.
Economia Solidária em pauta
De 11 a 13 de junho, acontecerá no Rio de Janeiro o V Encontro Latinoamericano e Caribenho de Economia Solidária e Comércio Justo. O evento tem como objetivo discutir o fortalecimento das redes da América Latina e Caribe, por meio do diálogo de experiências que visam à interação em prol da justiça social e ambiental e da democracia participativa. Confira aqui a programação do evento.