O Brasil pode ser o primeiro país do mundo a liberar o plantio de eucalipto transgênico. A honraria duvidosa só não veio na semana passada por conta de um protesto da Via Campesina que interrompeu a reunião da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) em que a liberação seria votada. Antes da interrupção, a comissão já havia aprovado a comercialização de variedades de milho transgênico resistentes aos agrotóxicos 2,4-D – considerado de extrema toxicidade pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) – e ao haloxifape. A votação sobre o eucalipto transgênico acabou sendo adiada para o começo de abril. Mas o agrônomo Gabriel Fernandes, assessor técnico da AS-PTA Agricultura Familiar e Agroecologia, acredita que, se depender da CTNBio, a aprovação é certa. Para ele, a liberação do eucalipto transgênico deve contribuir para aumentar ainda mais a utilização de agrotóxicos no Brasil, que já é o maior consumidor desses venenos no mundo.