OIT
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26/06/2025 9h24 Entrevista
Oficialmente, a Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora que vai acontecer em agosto deste ano está na sua 5ª edição. A expectativa, no entanto, é que ela seja uma espécie de ‘Oitava’ – uma referência ao encontro de participação social que, em 1986, representou uma guinada para o movimento sanitário, construindo as bases do que viria a ser o Sistema Único de Saúde (SUS). Dessa vez, a “mudança de paradigma” que se espera está anunciada no tema central da Conferência: o reconhecimento da Saúde do Trabalhador como Direito Humano. Nesta entrevista, Luiz Carlos Fadel, professor e pesquisador da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (ENSP/Fiocruz) explica, defende e dá exemplos do que essa proposta significa. Com um olho na trajetória recente das lutas identitárias e outro na atuação que a Vigilância já tem em áreas como a saúde materna, Fadel, que é médico com experiência em Saúde Pública e Saúde do Trabalhador, argumenta que é preciso construir um novo ordenamento jurídico de proteção ao trabalhador, que vá além da legislação trabalhista e previdenciária, crie novas formas de responsabilização das práticas de exploração e englobe quem está na informalidade. E se alguém tem dúvida sobre a urgência dessa pauta, ele lembra que, além de estarmos assistindo a uma quase “epidemia” de sofrimento mental, a cada 15 minutos uma pessoa morre por doença ou acidente de trabalho no mundo, segundo dados de 2023 da Organização Internacional do Trabalho (OIT).