A pesquisa analisa o racismo institucional no SUS por meio de narrativas de trabalhadoras negras técnicas do SUS oriundas da EPSJV e de usuárias negras do SUS da Maré e de Manguinhos oriundas da EJA/EPSJV ou vinculadas à ONGs/movimentos sociais desses territórios. O suporte teórico-metodológico conjuga Análise de Discurso Materialista, História Oral de Vida, interseccionalidade e escrevivência.

Os objetivos principais são analisar e contribuir para o combate ao racismo direcionado às mulheres negras no SUS e fortalecer a intersecção entre o campo das Ciências Humanas e da Linguagem na sustentação do conceito ampliado de saúde.

A pesquisa tem como base entrevistas com mulheres negras usuárias e técnicas do SUS sobre suas memórias, experiências, vivências e projetos em torno do acesso e do cuidado em saúde e do racismo institucional, especialmente, em instituições públicas de saúde, para que a elaboração discursiva da memória sirva, antes de tudo, ao sujeito que a elabora. Consideramos, assim, a oralidade como prática discursiva fundada nas forças de determinação histórica. A primeira etapa da pesquisa prevê o planejamento das entrevistas. A segunda, a preparação da/para as entrevistas e a realização delas. As etapas seguintes preveem a transcrição, a textualização e a transcriação e, por fim, a análise dos depoimentos.

Os produtos dessa pesquisa envolvem a elaboração de 1 podcast, de 2 infográficos e de 1 e-book. Os resultados esperados são visibilizar/problematizar as formas de manifestação do racismo institucional que afetam as mulheres negras no cotidiano do acesso/cuidado em saúde no SUS; visibilizar as expectativas das mulheres negras sobre o acesso/cuidado em saúde. Nosso compromisso com produtos/resultados dessa pesquisa gira em torno da produção de conhecimento numa relação dialética com as tecnologias disponíveis, sem ceder às exigências de que a ciência, tomada como informação e não como conhecimento, é apenas mais um produto disponível do mercado das invenções tecnológicas.

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