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Grêmio Estudantil da EPSJV promove encontros virtuais para discutir temáticas dos coletivos

LGBTIfobia, misoginia e feminicídio são alguns dos temas abordados nos episódios, disponíveis no Instagram do Grêmio Politécnico
Julia Neves - EPSJV/Fiocruz | 16/09/2020 11h55 - Atualizado em 01/07/2022 09h42

‘Interseccionalidade’ é o nome da primeira fase do projeto ‘Coletivos frente à Pandemia’, realizado pelo Grêmio Estudantil da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz). Nessa primeira fase, foram produzidos quatro vídeos que abordam os temas: O que é interseccionalidade e sua urgência; Violência contra a mulher; Racismo e machismo como agentes estruturais de opressão; e Inserção das populações LGBTQIA+, negras e de mulheres no ambiente educacional e na esfera do trabalho. Todos os episódios estão disponíveis no IGTV do Instagram do Grêmio Politécnico.

Segundo Júlio Moraes, estudante do 4º ano do Ensino Médio, da habilitação de Biotecnologia, a iniciativa de produzir vídeos nasceu de uma tentativa de realizar os encontros dos coletivos, que seriam presenciais, de forma remota e mais integrada entre as temáticas. “Percebemos que precisávamos conversar e debater diversas questões da sociedade e que não poderíamos parar os trabalhos dos coletivos durante pandemia, já que as problemáticas não são interrompidas nesse momento”, explica.

Júlio ressalta que quando os estudantes se viram diante do isolamento social e com as atividades presenciais interrompidas na EPSJV, desde o dia 16 de março, eles perceberam que deveriam continuar os trabalhos de forma remota. “Através do olhar dos coordenadores dos coletivos LGBTQIA+, Feminista e Negxs, percebemos que temáticas que já queríamos trabalhar anteriormente nos encontros presenciais eram intensificadas durante o período do isolamento social. Ou seja, mesmo que estivéssemos paralisados devido a pandemia, a desigualdade não parava de crescer, os casos de racismo, LGBTIfobia, misoginia e  feminicídio não diminuíram. E, com isso, precisávamos conversar sobre essas questões com nossos colegas e companheiros do Poli”, contou.

Para Vênus Santanna, estudante do 2º ano do Ensino Médio, da habilitação de Gerência em Saúde, pensar interseccionalidade, por exemplo, na perspectiva do coletivo Negro é entender os múltiplos sistemas de opressões, em particular, articulando gênero, raça, classe e orientação sexual. “Durante os quatro episódios, os assuntos abordados faziam conectividade com todos os coletivos, mostrando não só para nós, participantes, mas também para quem estava assistindo de casa, que a luta contra o racismo, machismo e a LGBTfobia deve e pode ser unificada contra o sistema capitalista, heteropatriarcado e branco”, ressalta.

Na visão de Ana Luísa Hygino, estudante do 4º ano do Ensino Médio, da habilitação de Biotecnologia, as temáticas que guiaram o projeto foram escolhidas não somente por já serem pontos que os coletivos trabalhariam presencialmente, mas também por serem questões essenciais para a desconstrução e deslegitimação de muitas das formas de opressão que a sociedade impõe ao povo negro, às mulheres e às pessoas trans. “Vejo esse projeto como uma ótima oportunidade de manter os alunos em contato nesse momento de pandemia. Além disso, a conclusão da primeira fase é uma conquista e inspiração para continuarmos”, comemorou.

O Projeto

Segundo Júlio, o nome dessa primeira fase se justifica porque interseccionalidade é uma ferramenta de luta sociopolítica para que se entenda como as múltiplas formas de opressões são operadas, e contra quem são operadas. Para ele, o principal é refletir e reconhecer como essas diversas questões opressoras são produzidas e quais são seus agentes. “Evidente que não é uma ferramenta nova e quem nem sempre será possível aplicá-la no assunto. Mas a função do projeto é debater, conversar, e, principalmente, trazer essas temáticas para o centro das problematizações e dos diálogos dos alunos”, aponta Júlio.

Os coletivos já estão discutindo uma possível segunda fase do projeto, abordado outras temáticas e com possíveis convidados.

Quer saber mais sobre os coletivos? Veja aqui como eles foram criados na EPSJV/Fiocruz!