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Entrevista

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  • 05/09/2018 16h06 Entrevista

    Nenhuma das 27 unidades federativas do Brasil cumpriu as metas estabelecidas para o ensino médio. Os dados divulgados pelo Ministério da Educação nesta segunda-feira (3/9) fazem parte do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2017. Em uma escala de 0 a 10, o Ideb do ensino médio geral do Brasil foi de 3,8, abaixo da meta fixada em 4,7. O índice dos últimos três estudos, realizados a cada dois anos, tinha estacionado em 3,7. Este quadro de desempenho em relação ao ensino médio já havia sido anunciado na semana passada (30/8), quando o governo federal apresentou os resultados da prova de 2017 do Saeb, Sistema de Avaliação da Educação Básica. Somando-se às taxas de aprovação, o Saeb – resultado de avaliações de português e matemática, aplicadas ao fim dos 5º e 9º anos do ensino fundamental e do ano final do ensino médio, pontuando os estudantes em uma escala de 0 a 500 pontos – compõe o índice das escolas e redes de ensino do país. Segundo o Saeb 2017, enquanto as notas dos dois ciclos do ensino fundamental melhoraram no ano passado, as notas do último ano do ensino médio foram enquadradas como inadequadas. Em língua portuguesa, conforme análise do MEC, apenas 1,6% dos alunos atingiu nível considerado adequado, por terem feito mais que 375 pontos. Em matemática, por sua vez, apenas 4,5% dos alunos que terminam o ensino médio obtiveram 375 pontos ou mais. Em entrevista ao Portal EPSJV/Fiocruz, a coordenadora de políticas educacionais da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Andressa Pellanda, sugere olhar com cuidado para os números revelados pelo sistema de avaliação do MEC, uma vez que o Ideb não considera as desigualdades regionais nem as condições de trabalho dos profissionais de educação e das escolas. “A culpa desse resultado acaba injustamente recaindo sobre o estudante que realizou a prova e do professor que ensinou aquele aluno”, critica.

  • 31/08/2018 11h55 Entrevista

    Um movimento chamou atenção do setor da saúde suplementar. O presidente Michel Temer publicará nos próximos dias, segundo divulgou reportagem do jornal ‘O Globo’ (28/8), decreto que reativa um conselho que poderá se sobrepor à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Trata-se do Consu, Conselho de Saúde Suplementar, esvaziado há 18 anos, depois que foi criada a agência reguladora do setor. Contando agora com duas câmaras técnicas – uma dedicada à análise das resoluções pretéritas do Conselho e outra com o escopo de estudar e propor diretrizes gerais para o setor –, o Consu poderá recomendar políticas, rever decisões já tomadas e ficará a cargo da Casa Civil. Em entrevista ao Portal EPSJV, o professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) Mário Scheffer, estudioso do setor, observa que pode ser uma tentativa do governo de avançar com medidas que foram barradas na Justiça, como os planos de saúde acessíveis. “Trata-se de uma última tentativa do governo de aprovar uma antiga agenda do setor privado”, avalia. Scheffer levanta dúvidas em torno das intenções do governo com essa proposta e afirma: “O Consu está sendo retomado no momento em que a ANS está enfraquecida técnica e politicamente”.

  • 17/08/2018 12h06 Entrevista

    Em decisão inédita, a Justiça americana condenou a Monsanto a indenizar o jardineiro Dewayne Johnson em US$ 289 milhões pelo aparecimento de um câncer, que estaria relacionado ao uso do herbicida Roundup, que tem como princípio ativo o controverso glifosato, um dos agrotóxicos mais usado no Brasil. O processo é um de cinco mil casos similares em andamento nos EUA. Apesar de a Monsanto negar que a substância esteja ligada à doença, a Agência Internacional de Estudo em Câncer (Iarc, na sigla em inglês) já havia classificado em 2015 a substância como “provavelmente carcinogênico para seres humanos”. Em entrevista ao Portal EPSJV, a toxicologista do Instituto Nacional do Câncer (Inca) e integrante do grupo de trabalho ‘Saúde e Ambiente’ da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), Márcia Sarpa, fala como essa decisão impacta nosso país, que em 2009 se tornou o maior consumidor mundial de agrotóxicos, com mais de um milhão de toneladas, o que equivale a um consumo médio de 5,2 kg de veneno agrícola por habitante. A exemplo do estudo da Iarc, o Inca comprova em pesquisa que está para ser publicada até o fim deste ano que pacientes com exposição ocupacional a agrotóxicos têm mais chances de desenvolverem linfomas não-Hodgkin, o mesmo que afetou o jardineiro americano.

  • 10/08/2018 15h14 Entrevista

    Há dois meses milhares de argentinas tomaram as ruas e, por conta de sua mobilização e pressão, foi aprovada na Câmara dos Deputados a legalização do aborto. A Argentina foi pioneira na América Latina na aprovação do casamento homoafetivo, em 2010, e na Lei de Identidade de Gênero, em 2012. O próximo avanço, no entanto, ainda vai ter que esperar. Numa votação apertada realizada nesta semana, no dia 9 de agosto, o Senado argentino rejeitou o projeto que veio da Câmara. Do lado de fora, as ruas de Buenos Aires e de várias cidades brasileiras foram ocupadas por uma onda verde de mulheres militantes. Ao mesmo tempo, entre 6 e 9 de agosto, aqui no Brasil, diversos setores da sociedade, pró e contra a descriminalização do aborto debateram numa Audiência Pública promovida pelo Supremo Tribunal Federal. Nesta entrevista, Maria Aparecida Schumaher, conhecida como Schuma, fala sobre o resultado da votação e defende que o movimento não pode desanimar. Coordenadora executiva da ONG Rede de Desenvolvimento Humano (Redeh), ela faz também um panorama dos entraves e das lutas pela legalização do aborto e das lutas pela descriminalização na América Latina e Caribe.

  • 06/08/2018 13h53 Entrevista

    Feito a cada dez anos, Censo Agropecuário do IBGE foi divulgado parcialmente, e os primeiros dados mostram um retrato nada bom, comentado pelo geógrafo Paulo Alentejano, professor da Universidade estadual do Rio de Janeiro

  • 13/07/2018 10h25 Entrevista

    A população aplaudiu. Parte da es­querda se calou. O governo Temer tremeu. Foram 11 dias de parali­sação, gerando desabastecimento em diversas cidades. Vitimada mais pelo preço da gasolina e do gás de cozinha do que pela carên­cia daqueles dias, 87% da popu­lação aprovou o movimento dos caminhoneiros – embora, uma vez finalizado, 69% avaliem que ele trouxe mais prejuízos do que be­nefícios ao país, segundo pesquisa Datafolha. A memória de momen­tos históricos dos caminhoneiros – como a participação no boicote que ajudou a enfraquecer o gover­no de Salvador Allende, no Chile –, somada ao pedido de intervenção militar, vocalizado por parte dos manifestantes, dividiu partidos e movimentos sociais de esquer­da. Diante da exigência concreta, de redução dos impostos que incidem sobre os combustíveis, aumentou a desconfiança de que a greve era, na verdade, locaute – um movimento de empresários e não de trabalhadores. O que o sociólogo e professor Giovanni Alves, da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), ex­plica nesta entrevista é que tanto essa categoria quanto a conjuntu­ra brasileira em que a paralisação aconteceu são bem mais comple­xas do que essas classificações expressas. Ele ressalta que, num contexto como esse, de demandas legítimas com soluções regres­sivas, fica mais claro perceber a falta de um sujeito político capaz de disputar o sentido das pautas e da organização de trabalhadores. O resultado, diz, é que eles aca­bam sendo atraídos por movimen­tos de direita. E essa ausência se expressa ainda, segundo ele, na dificuldade de se “traduzir” o pro­blema para a população, dando um passo além da consciência imediata. “Quem é que movimen­ta as ruas?”, questiona.

  • 06/07/2018 11h39 Entrevista

    O sociólogo César Callegari renunciou, no início desta semana (2/7), à presidência da comissão que analisa a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) no Conselho Nacional de Educação (CNE). Em carta endereçada aos conselheiros do CNE, Callegari – que permanece como integrante do órgão até outubro deste ano – fez críticas à BNCC do Ensino Médio, apresentada pelo MEC ao Conselho em abril. Segundo ele, o documento do ensino médio contradiz o que foi definido na BNCC da Educação Infantil e Fundamental, homologada pelo CNE em dezembro de 2017, e é “radicalmente distinta” das versões iniciais. Para Callegari, a organização do documento, em que apenas as disciplinas de matemática e português aparecem como obrigatórias, com as demais diluídas em áreas do conhecimento, é um dos principais problemas. Ele reivindica, também, a revogação da Lei 13.415/2017, que aprovou a reforma do ensino médio. Segundo ele, representa um grave retrocesso, na medida em que autoriza que essa etapa de ensino seja ofertada na modalidade a distância, abre espaço para que recursos públicos sejam direcionados para a iniciativa privada e permite a contratação de professores sem formação específica para dar aulas na educação básica. Nesta entrevista, ele expõe suas críticas ao governo, fala sobre a pressão do MEC para acelerar a aprovação do documento pelo CNE e responde às críticas apresentadas por educadores e movimentos críticos à BNCC durante o processo de discussão da base no conselho.

  • 18/06/2018 11h26 Entrevista

    O presidente Michel Temer celebrou, em maio, dois anos à frente do Executivo. E a temática do desemprego foi um tópico sobre o qual o presidente se debruçou nos discursos que fez de balanço de sua gestão. Temer se saiu com algumas declarações polêmicas. Uma delas vinculou o aumento da taxa de desemprego registrada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) - cuja pesquisa divulgada em maio apontou que existem hoje no Brasil quase 14 milhões de desempregados – a um suposto aumento da procura por empregos por trabalhadores diante de um aquecimento da economia. Nesta entrevista, Andreia Galvão, professora de Ciências Políticas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e editora da revista Crítica Marxista faz o seu balanço sobre o que a gestão Temer significou para as relações de trabalho no país. A reforma trabalhista, a liberação da terceirização para todas as atividades, entre outras medidas implementadas no período, segundo ela, contribuíram para configurar um cenário de fragilização dos trabalhadores e de precarização do trabalho no país.

  • 15/06/2018 11h31 Entrevista

    Michel Temer completou no mês de maio dois anos à frente do Executivo. Desde que assumiu, seu governo vem implementando uma agenda de reformas na educação que é alvo de críticas de educadores. Medidas como a reforma do ensino médio, a Base Nacional Comum Curricular e também a Emenda Constitucional 95 estão entre as medidas que mais impactaram a educação no período. Para Gaudêncio Frigotto, professor do Programa de Pós Graduação de Políticas Públicas e Formação Humana da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), o governo Temer representa o maior retrocesso para as políticas de educação dos últimos 70 anos. Nesta entrevista, ele fala sobre porquê chegou a essa conclusão.

  • 06/06/2018 16h21 Entrevista

    Nesta entrevista, realizada durante o 4º Encontro Nacional de Agroecologia, a antropóloga Maria Emilia Pacheco, da secretaria executiva da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA) e do Fórum Brasileiro de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional , fala sobre a importância do encontro para a construção da resistência aos retrocessos que têm ameaçado a agricultura familiar e as políticas públicas de apoio à agroecologia. Ela também discute o papel da agroecologia para a garantia do direito à alimentação previsto na Constituição, que completa 30 anos em 2018.